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janeiro 07, 2005

Vi o DVD Collection d'O

Vi o DVD Collection d'O Poderoso Chefão. Quatro discos, três dos filmes e um só com extras. Em cada um dos filmes, que duram aproximadamente três horas, tem mais três de comentários do Francis Ford Coppola. Vi tudo. E o disco de extras tem tudo que se pode querer saber sobre o filme.

Não tinha visto nenhum deles. É disparado o filme mais bonito sobre família que já vi. Dá muita dignidade e um bom orgulho, além de deixar o sujeito mais homem: "De acordo com um estudo da Universidade de Michigan, homens que assistem ao Poderoso Chefão 2 tem aumento de 30% de testosterona, o que é bom para a libido." Vi agora no Dorinha, no post "auto-ajuda".

Nunca tinha visto tantos atores bons juntos num mesmo filme. E nenhum rouba a cena do outro. Todos são ótimos. Incrível como um dos maiores filme da história foi feito sobre uma puta pressão. Mas nada foi por acaso, gastaram-se quase meio milhão de dólares só fazendo os testes com atores. É muita gente boa reunida. E depois de ver tudo se percebe o quanto o próprio Francis é um baita personagem. Que personalidade mais querida tem o gorducho.

O trabalho de remasterização pro DVD ficou bastante impressionante. O som ficou em Dolby Digital 5.1 com uma boa distribuição das caixas, sem forçar a barra. A qualidade da imagem também impressiona, considerando que o filme é de 1972.

Não era pra existir o terceiro, mas a Paramount quis e o Francis aceitou. O Mario Puzo, autor do livro, queria que fizessem um quarto filme. Talvez um quinto, dava pra perceber pelo seu entusiasmo ao falar da trilogia. Mas talvez não fosse uma boa idéia. Já é demais o Francis conseguir reunir todos os atores e recriar o mesmo clima no terceiro filme, feito quase 20 anos depois do segundo.

Achei os três ótimos, a diferença da qualidade é quase imperceptível. Mas o primeiro tem o peso do charme e carisma do Marlon Brando. Não dá pra negar. A força e a dimensão que ele dá ao personagem é algo único. Nunca tinha visto ele atuando. O pessoal dizia que ele chegava pras filmagens todo jovial e alegre e depois de alguns minutos e da maquiagens parecia que tinha envelhecido uns 30 anos. E passava o dia todo assim. O dois já não tem a força de sua presença, mas o Al Pacino manda bem. No terceiro só achei a Sofia Coppola meio fraca. É o único ponto fraco - ela tem vários pontos altos também, fisicamente adoro seu lindo nariz grande e lábios tortos. Mas nada que chegue perto de atrapalhar a obra-prima.

Acho também que foi um dos filmes em que a fotografia mais me agradou. Gordon Willis mestre absoluto da subexposição. Ele que fez vários filmes com o Woody Allen depois. Só as obras-primas. Que me lembro o Zelig, Stardust Memories, Annie Hall e o Manhattan. A música também é bastante forte, feita pelo Carmine Coppola, pai do Francis, junto com Nino Rota, o gênio que montou as músicas de quase todos filmes do Fellini. É dele as músicas mais marcantes do filme. No DVD extra tem a reprodução de uma cassete do Francis de quando ele se encontrava com o Rota. Todos temas em piano, de chorar. Todas as bandas que aparecem no filme eram de músicos de verdade. Foi uma das exigências do Francis. Quase nunca se faz isso em filmes.

É o maior filme da história do cinema. E mesmo assim sei de bastante gente que ainda não assistiu. Vão atrás. Nenhum homem é mais o mesmo depois de conhecer Don Vito Corleone.
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Posted by parada at janeiro 7, 2005 01:55 PM

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