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abril 2007 Archives

abril 2, 2007

Pedido aos colegas

Que vários comerciais são feitos apenas pra publicitários entenderem eu já sei há tempos. Só que a coisa está passando dos limites.

Como se não bastasse esse consumo interno, cada vez mais têm aparecido comerciais com publicitários atuando. Peço encarecidamente que parem de usar caras com barba mal feita e cabelo com franja ensebada.

Sério, parece que eu estou andando pelo Moinhos de Vento no horário de almoço das agências quando vejo TV.

Aliás, será que já não vi aquele cara que contracena com a Flávia Alessandra no comercial da Havaianas na esquina do Parcão?

abril 5, 2007

Mãe Rússia

O bom de não ser fã de uma banda e não conhecer toda a discografia é que se pode falar o que quiser sem precisar justificar muito.

Por exemplo: acho NO PRAYER FOR THE DYING o melhor disco do Iron Maiden. Ele tem músicas sensacionais, com destaque pra Holy Smoke, que eu conheci há uns quinze anos assistindo ao saudoso TELE-RITMO na em breve saudosa TV Guaíba. O apresentador Clóvis Dias Costa me apresentou a verdade através do clipe desse clássico, com Bruce Dickinson ostentando uma franjinha espetacular e Janick Gers solando numa guitarrinha de brinquedo dentro duma piscina. Nunca me recuperei da visão.

Como se não bastasse, o disco tem ainda BRING YOUR DAUGTHER... TO THE SLAUGHTER, faixa com o melhor nome de todos os tempos e letra genial. A faixa título também é uma aula, com guitarras endemoniadas. The Assassin e seu começo de NEW WAVE BRASILEIRA dos anos 80 me conquistaram logo na primeira audição. Enfim, destaques não faltam no disco.

Não sei se é algo inconsciente ou não, mas o fato das músicas terem em média quatro minutos de duração podem ter me ajudado a gostar do álbum. Não tenho saco pra músicas muito longas, e alguns discos do Iron têm média de seis minutos ou mais. Certo que é a minha apreciação por música pop falando mais alto, mas não consigo evitar. Como diriam os meus amigos do Roxette, DON'T BORE US, GET TO THE CHORUS. E o No Prayer For The Dying tem refrões letais. Impossível não gostar.

E tenho dito.

Adendo: fui no All Music Guide pra ver o que dizia sobre o Iron. Nas cotações dos discos da banda, No Prayer recebeu a menor cotação: duas estrelas (de cinco possíveis). Isso só reforça tudo o que escrevi aqui e a minha certeza de que os caras do AMG não entendem LHUFAS de metal e hard rock. Pior site.

abril 11, 2007

Tudo tem seu preço

Tem um restaurante aqui perto da firma que cobra R$ 6,00 o buffet. Até aí tudo bem, é o preço que todo restaurante deveria cobrar. No máximo.

Acontece que o amadorismo comanda lá. Antes de ser usado pra restaurante, o lugar servia de abrigo prum curso de inglês. Não por acaso, o nome anterior era AMERICAN RESTAURANTE, até se darem de conta que era sofrível e mudarem pra Ateliê do Sabor.

Pois bem, a denominação mudou, mas o atendimento continuou o mesmo. Até dava pra aceitar, mas hoje os caras se passaram afu. Era meio-dia e meia quando ACABOU A BATATA. Um colega perguntou pro garçom quando ia chegar mais e ganhou a seguinte resposta: "Bah, tamos sem batata."

Não contente com o grau de surrealismo, fui me servir de frango e me deparei com a bandeja vazia. Voltei pra mesa cabisbaixo, enquanto ouvia um magrão perguntar pro cara do caixa se não tinha mais frango. Eis a pérola recebida: "OLHA, VOU FICAR TE DEVENDO".

Quase tive morte cerebral.

Já partindo pra sobremesa, apareceu um colega atrasado, que sentou e pediu um suco pro garçom (ele é incluso no buffet). O cara foi até a cozinha e voltou com um COPO DE COCA, meio sem gás. O colega olhou desconfiado enquanto o garçom dizia: "É que acabou o suco..."

Pasmos, fomos ao caixa pagar e reclamar do serviço. Um outro colega largou um "bah, tava feia a coisa hoje, amigo". E o cara admitiu: "É, hoje tá complicado mesmo. Até vou dar um desconto pra vocês".

Pagamos R$ 5,00 e saímos com uma certeza: a gente morre e não vê tudo.

Não adianta, a realiade supera a ficção.

Sempre.

abril 13, 2007

And now... Deep Thoughts

Gosto muito de ler os textos do antropólogo Hermano Vianna. E por um motivo bem básico: pelo jeito com que ele me apresenta uma realidade próxima (ok, às vezes nem tão próxima assim) geograficamente, mas solenemente ignorada pelo meio em que vivo e com o qual me relaciono.

Num texto publicado na revista Sexta-Feira, em 2006, o Hermano analisa as gigantescas cenas musicais de várias partes do Brasil, propondo uma bela reflexão. O arquivo pode ser baixado aqui e a leitura vale a pena.

Praqueles que têm preguiça de ler tudo, destaco um ótimo trecho que ilustra uma realidade bem curiosa, envolvendo as aparelhagens (equipes de som que tocam nas festas paraenses) e os DJs de classe média:

"Vi, há quinze anos, as aparelhagens ainda tocando discos de vinil. Os DJs passaram usar CDs, depois MDs e agora só trabalham com MP3s, mixando os sucessos do tecnobrega com o auxílio de mouses e teclados, controlando tudo a partir da tela plana de seus computadores. Eles têm o mesmo fascínio diante da última tecnologia que o público. Nesse sentido são completamente diferentes de DJs de música eletrônica da classe média brasileira que se organizam em movimentos pró-vinil, tentando manter a tradição analógica da discotecagem. O pessoal das aparelhagens não vacila na hora de jogar fora os equipamentos antigos. Querem ser reconhecidos como os pioneiros, os primeiros a adotar as novidades."

É aquela coisa: só quem tem acesso a tudo com facilidade pode se dar ao "luxo" de declinar de uma tecnologia que facilita a produção musical em nome de um "purismo" que só os vinis podem trazer. Adoro vinil e não pretendo me desfazer de nenhum, mas é fato que o culto a ele só existe por parte da classe média. Só quem posa de moderno e usa roupa de brecho idolatra o bolachão. O povo quer mais é fazer música com o máximo de tecnologia possível, pra facilitar a produção e a divulgação do trabalho. Nada mais lógico, certo?

É, talvez não. Pelo menos não pra quem faz parte de grupos de formadores de opinião. Até porque não dá pra abrir mão do "charme", né? É aquela coisa: iPod em casa e vinil na noite.

IT'S COOL TO BE COOL.

abril 16, 2007

Te encontro na Oswaldo em dez minutos

A última edição da revista Aplauso traz uma lista com os dez melhores discos do rock gaúcho. Curioso que sou, fui ver que álbuns apareceram por lá, já que também fiz essa lista no ano passado. Apenas três discos são comuns, com o desconto que a lista da Aplauso permitia citar demos, coisa que achei melhor não fazer. Os eleitos podem ser vistos no site da revista, mas para facilitar os atarefados de plantão, coloco abaixo os dez mais votados:

1º) A Sétima Efervescência - Júpiter Maçã
2º) Por Favor, Sucesso - Liverpool
3º) De Falla 1 - De Falla
4º) O Futuro é Vórtex - Replicantes
5º)TNT 1 - TNT
6º) Bixo da Seda - Bixo da Seda
7º) De Falla 2 - De Falla
8º) Coisa de Louco II - Graforréia Xilarmônica
9º) Demo Vórtex - Os Cascavelletes
10º) Olelê - Ultramen

É uma boa lista, sem dúvida. Digamos que está bem democrática, contemplando várias décadas de rock gaúcho. Discos essenciais pra mim ficaram de fora, mas pelo menos foram lembrados na lista geral. Por exemplo, o Andrio Maquenzi, vocalista da Superguidis, colocou o Amnésia Global, do Plato Divorak e do Frank Jorge, em primeiro na sua lista, o que demonstra um bom gosto latente. O Diego Medina também fez uma lista inspirada, com Marcelo Birck, Aristhóteles de Ananias Jr. e Os Atonais, entre outros. Infelizmente, não receberam o número de votos suficiente pra entrar no ranking definitvo.

Claro que sou mais a minha lista, entendam. Coloquei o coração no teclado pra montá-la, puxando da memória discos que me fizeram acreditar que gaúcho é melhor em tudo, pelo menos por alguns momentos. Minha lista afetiva pode ser lida aqui ou aqui, dependendo do gosto do cliente. Ah, convém alertar que ela é apenas alfabética, ou seja, não elege um como sendo melhor do que outro. É que se pra chegar nos dez já foi um parto, que diria apontar preferências entre eles.

Aos preguiçosos, aqui vai a minha prezada listinha:

Aristhóteles de Ananias Jr. - Aristhóteles de Ananias Jr.
Os Cascavelletes - Os Cascavelletes
Coisa de Louco II - Graforréia Xilarmônica
A Sétima Efervescência - Júpiter Maçã
Lovecraft- Lovecraft
Dossiê Camaleão - Luciano Albo
Marcelo Birck - Marcelo Birck
Amnésia Global - Plato Divorak e Frank Jorge
Rosa Tattooada - Rosa Tattooada
TNT 1 - TNT

Me orgulho muito de ter escolhido três discos que não foram citados por NENHUM dos jurados. Heh. Mas entendo, eles têm que contemporizar e prezar pelo CONTEXTO. Já eu posso escolher o que quiser, simplesmente porque me leva às lágrimas a cada audição, mesmo que não seja considerado um clássico e nunca vá alcançar o status de cult.

E aí, o que vocês acharam das listas?

abril 23, 2007

Abaixo-assinado

Aproveitando o clima de listas desse blog, comento a lista organizada pela Rolling Stone com as 40 Músicas que Mudaram o Mundo.

Com um título desses, já é de se esperar problemas, visto que nenhuma música muda o mundo. Mas esquecendo esse pequeno detalhe, pode-se comentar algumas coisas a respeito da votação:

- Por que o Buddy Holly (único nome relevante nos anos 50) não está na lista?

- Duas do Dylan só pode ser piada. Só os Beatles também emplacaram duas, mas isso era obrigação;

- Por que Strawberry Fields Forever? Como todos sabem, qualquer música do Please Please Me ou do With The Beatles é melhor do que essa. Ou alguém vai dizer que o impacto de Twist And Shout (sei que não é deles, mas foda-se) não foi muito maior?

- Se os caras da revista fossem GALOS, eles tiravam Purple Haze e colocavam All Along The Watchtower (que é do Dylan), só pra provar como o negão DEU DE RELHO NO FANHOSO;

- O maior acerto da lista atende por I Feel Love, da Donna Summer. Base de tudo que conhecemos como DANCE MUSIC, o conhecimento dessa música deveria ser obrigatório pra quem se acha descolado e resolve fazer musiquinha eletrônica com sons HORRENDOS. A batida dessa música acaba com qualquer um, acreditem;

- Michael Jackson deveria ter duas músicas também (no mínimo). Tenho certeza que os lançamentos do Thriller e do Bad mudaram a vida de muito mais gente do que metade das músicas dos anos 60 e 70 que aparecem ali;

- A ausência de metal torna a lista uma fraude. Como não colocar ao menos uma do Black Sabbath, base de toda música feita nos últimos trinta anos (beijo, Antenor)? Sem Metallica e Iron Maiden também fica difícil passar credibilidade;

- A presença da Britney me causou estranheza (não porque eu não goste, pelo contrário), mas gostaria que a faixa escolhida fosse Toxic, que definitivamente mudou o MEU mundo nos últimos tempos;

- White Stripes como único representante do rock dos anos 00 é mais do que justo, já que é a única banda a lançar alguma música de verdade na década.

E vocês, o que tirariam ou acrescentariam na lista?

abril 26, 2007

Eu gosto de coração

Não tenho TV a cabo em casa, por isso não acompanho aqueles famigerados seriados norte-americanos. Nos finais de semana até aproveito pra ver alguns despretensiosamente, ainda que fique totalmente perdido por não assistir com freqüência.

Mas um domingo desses estava vendo os comerciais no intervalo de um seriado e fui literalmente ESMAGADO pelo comercial do Cold Case. Pra quem não sabe, a série fala de uma equipe de investigadores que desencavam casos que já estavam arquivados (os "cold cases"). Até aí nada de mais, porém o grande diferencial é que pra contextualizar esses episódios, eles escolhem músicas da época em que os casos aconteceram. E é aí que se dá a minha ruína moral.

No comercial a que me refiro, rola um clipe de vários episódios, sendo que um deles tem como trilha Alone, do Heart, de 1989. É realmente difícil falar dessa música, mas poderia descrevê-la como UM ÉPICO QUE ME FAZ QUERER SUBIR NUM PENHASCO E FICAR EM POSIÇÃO FETAL APRECIANDO A BELEZA QUE É VIVER.

Talvez essa não tenha sido a melhor descrição, mas não consigo pensar em outra coisa. O impacto que ela me causa ao ouvir é perigosamente bom. Quem não conhece, pode baixar nesse link aqui, é só ir até a letra H e encontrar a plenitude em forma de música.

Caso alguém não goste, deixe um comentário por aqui explicando o motivo. Não é nada pessoal, mas é que preciso tentar entender como isso é possível.

A quem ficou curioso, deixo o tracklist desse episódio em questão, intitulado Lonely Hearts. Convém dizer que não vi o episódio, apenas o comercial. Imaginem se eu tivesse visto. Certamente não estaria mais aqui nesse plano terreno.

The Look - Roxette
I'll Always Love You - Taylor Dayne
Hungry Eyes - Eric Carmen
(I Just) Died In Your Arms - Cutting Crew
Love Shack - The B-52's
Alone - Heart

ADEUS.

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