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Cinema Archives

janeiro 15, 2007

Isto é (baita) entretenimento

Sempre tive o péssimo hábito de ler o máximo possível de resenhas antes de ver um filme. "Por que tu faz isso?", diria a Ale, com toda a razão do mundo. Pois é, maldita necessidade de saber tudo sobre uma obra antes de apreciá-la. Felizmente, acho que estou me livrando desse mal. Aos poucos, mas vai.

Sexta-feira fui assistir ao filme Mais Estranho que a Ficção, tendo como informações que o título original era Stranger Than Fiction (nome de uma música do Bad Religion. Sei que isso não quer dizer nada, mas fiquei interessado) e que era protagonizado pelo Will Ferrell (mestre absoluto do universo). E só. Soube dessas duas coisas por ter visto ao acaso um daqueles Inside The Movies, da Warner, que falava do filme.

E assim fui ao cinema, esperando qualquer coisa. Mas o que vi não foi qualquer coisa. Foi BOA coisa. Gostei muito do filme, me surpreendeu mesmo, pois eu achava que ia ser uma comédia meio pastelão. Esqueci que o Will Ferrell não faz mais só comédias e como não li resenhas, fui esperando rir. E saí chorando.

Baita história. Sensível quando tem que ser, divertida na medida certa. E uma trilha sonora do caralho, daquelas que me faz ficar até o fim dos créditos pra saber tudo e não só porque é um hábito que não faço questão de mudar. Não conhecia nenhuma música, mas tive que ir atrás de That's Entertainment, do The Jam - usada magistralmente - e Whole Wide World, do Wreckless Eric, cantada pelo Will Ferrell numa das melhores cenas do filme.

Valeu muito a pena ter visto o filme. E valeu muitíssimo a pena não ter lido nada sobre ele. Só assim pude sentar na poltrona e ser realmente supreendido. Que no final das contas é o que importa em cinema, não?

janeiro 22, 2007

A coerência e o Princípio da Relatividade

Aproveitando um comentário do grande Barão da ZN no post sobre o filme Mais Estranho que a Ficção, abordo um tema que eu já queria ter abordado há tempos: as comédias românticas e seus finais (apesar desse filme não ser uma comédia romântica, convém lembrar).

O Müzell comentou que o final estava sendo malhado pela crítica por estragar a originalidade da história. Partindo do pressuposto que o filme fala de um cara que começa a ouvir uma narradora dentro da sua cabeça e depois descobre que virou personagem de uma história (e que a voz é da escritora que está escrevendo um livro cujo protagonista é ele), não vejo problema algum em o final ser mudado de acordo com a vontade da escritora. Se tem um tipo de roteiro que não precisa do tipo de coerência que os críticos querem, é esse. COM CERTEZA.

E foram justamente os finais que fizeram eu me interessar pelas comédias românticas. Como boa parte dos estudantes de comunicação, já fui metido a intelectual, do tipo que só vê filmes europeus nas salas alternativas. Nada contra esses filmes, até porque muitos são sensacionais, o problema é achar que todos os outros filmes não prestam, principalmente as comédias românticas, "porque são muito bobas".

Desde que comecei a assistir a esse tipo de filme com freqüência, notei que vários finais não seguem aquela lógica previsível de casal-que-briga-durante-quase-toda-a-história-mas-fica-junto-no-final. Em filmes como Terapia do Amor ou Separados pelo Casamento, os casais se separam porque descobrem que não dariam certo juntos. E ponto. Não são finais mirabolantes onde eles ficam juntos de qualquer jeito, contra tudo e contra todos, só pra alegrar a platéia.

São desfechos reais, como a gente tá acostumado a ver com nossos amigos, parentes ou até com nós mesmos. Isso me surpreendeu bastante e me fez virar fã das comédias românticas. Foi só perder o preconceito pra ver que tem muitos tipos de filmes interessantes, cada qual a sua maneira. E pra quem tem achado cada vez mais que cinema é - principalmente - entretenimento, descobrir histórias assim me fazem resgatar o amor pela sétima arte.

Seja com final feliz ou não.

março 6, 2007

Música pop é o que há

"A melody is like sex. But then, as you get to know the person, that's the lyrics. Their story. Who they are underneath."

Essa ótima observação é feita pela Drew Barrymore no filme Music and Lyrics, ou Letra e Música, em português. Achei muito legal a comparação, faz bastante sentido. Pra quem se interessa pelo processo de composição de uma música pop, o filme vale muito a pena, até por ilustrar a importância que pode ser dada pra letra e pra música.

Uma música só é uma pérola pop quando consegue unir essas duas coisas com perfeição, mesmo que a letra seja considera vazia, fútil ou a melodia irritante, repetitiva. Esse é o segredo pra se fazer canção pop, algo que considero um verdadeiro dom. Por isso algumas pessoas se surpreendem com a diversidade de coisas que ouço, sem distinção alguma do que é "bom" ou "ruim".

Meu critério é simples. Banal, até: se me agrada, eu ouço; se não me agrada, não ouço. Não interessa o tipo de som. Porque nenhuma música é melhor do música pop. NENHUMA.

Enfim, pra quem se interessa pelo assunto, recomendo o filme. Algumas músicas foram compostas pelo Adam Schlesinger, do Fountains of Wayne, um cara que definitivamente sabe o que é fazer música pop.

Vejam, dancem, riam, chorem. Aproveitem tudo aquilo que só uma comédia romântica pode fazer por vocês. Eu vou estar em casa estudando pra, quem sabe um dia, compor uma pérola pop.

Não sei quanto a vocês, mas eu tenho sonhado bastante nesses últimos tempos.

maio 2, 2007

Eu queria ser baterista dos Strokes

Não há dúvida que a maior dupla do cinema atual é formada por Adam Sandler e Drew Barrymore. E nesse final de semana/feriadão eu tive uma overdose (saudável) dos dois.

Começou com o documentário My Date With Drew, uma história bizarra dum cara que é apaixonado pela Drew Barrymore desde os sete anos e que botou na cabeça que ia conseguir um encontro com ela em no máximo 30 dias. O filme é bem engraçado, e vou estragar a surpresa de quem se interessou dizendo que ele consegue o encontro, mas não no tempo esperado. E que o jeito riponga-seqüelado-eu-bebia-com-dez-anos-de-idade dela é muito afudê. Curto deveras essa moça.

Na segunda à noite, a Tela Quente amiga passou o sensacional 50 First Dates (ou Como se fosse a primeira vez, em português), com o casal Sandler/Barrymore. Não vou comentar o filme, pois quem não viu não merece a minha consideração. Vou é me ater à trilha sonora, que é excelente. Na primeira vez que vi o filme, não me liguei muito em algumas músicas. Mas dessa vez prestei atenção e quase me desintegrei.

Ela é basicamente composta por petardos dos anos 80 em versão reggae DOS BONS (ou seja: climinha dançante, meio pop, e não mergulhado na erva sagrada). Só pra se ter uma idéia do que rola: Love Song, do Cure, tocada pelo 311; Lips Like Sugar, do Echo and the Bunnymen, na versão do Seal; Your Love, do Outfield, com o Wyclef Jean; Drive, dos Cars, na voz do Ziggy Marley; True, do Spandau Ballet, cantada por Will.I.Am & Fergie, entre outras do mesmo quilate. Se alguém não entendeu o porque de versões nesse ritmo, explico: é que o filme se passa no Havaí, por isso o clima praia/mar/areia/luau das músicas.

Como se não bastasse tudo isso, ainda tem uma música do próprio Adam Sandler, chamada Forgetful Lucy (nome do personagem da Drew Barrymore), uma das músicas mais meigas que já ouvi, apesar da letra bizarra que só um mestre como ele conseguiria escrever. Procurem o disco por aí, ouçam e comprovem a beleza das canções.

Eu vou ali assistir mais uma comédia romântica e já volto.

julho 9, 2007

Just like myself in Tramanda

Assisti ontem o filme E Se Fosse Verdade (Just Like Heaven*, no original). Já tinha ouvido falar, mas não lembrava da história. Quando vi a Reese Witherspoon, temi um pouco pelo que viria, já que alguns papéis dela me incomodam. E temi mais ainda quando ela morre e vira um espírito logo no comecinho do filme. Mas aí resolvi resistir e tudo se normalizou quando o mestre Mark Ruffalo apareceu.

É um belo filme, que parte de uma idéia surreal e cria boas piadas. O fato de não ser preciso ter qualquer coerência com a realidade (já que fala do ALÉM) ajuda bastante, pois todas as reviravoltas são permitidas, sem aquela irritação que se sente em alguns desfechos mirabolantes. Mais uma comédia romântica pra minha lista de favoritas, que cresce a cada dia e certamente vai superar as listas de qualquer outro gênero cinematográfico. É bom ver esse tipo de filme, vou te dizer.

* tenho certeza que eles só colocaram esse título no filme pra poder tocar a música homônica do Cure no final. Ótima música, diga-se de passagem.

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