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Gauchismo velho sem porteira

Essa coisa de gauchismo já tá demais. Desde que vim morar no Rio Grande do Sul (há uns 6 anos) me deparei com esse jeito peculiar de gostar das coisas da terra simplesmente... por elas serem da terra. O slogan de um banco já diz tudo: "é melhor porque é daqui", como se gaúcho nascesse com um certificado de garantia amarrado no dedão. Até agora tentei suportar, mas a coisa foi tomando corpo e dominou por completo a principal rede de comunicação do Estado. Hoje, na RBS, pode cair o World Trade Center, mas a manchete sempre será "Gaúcho conta como escapou da tragédia". E se dominou os meios, certamente se instalou na mente da maioria.

Apesar de soar meio brega e recalcada, essa visão de mundo nada teria de errado enquanto os limites não fossem ultrapassados. Mas alguém precisou se arriscar do lado de lá do bom senso. Ouçam o Pedro Ernesto Denardin - um cantor gauchesco que faz bico na Rádio Gaúcha - narrando o segundo gol do Inter contra o São Paulo na semana passada. Está certo que a polêmica ganhou dimensões carnavalescas, mas essa narração, realmente, não dá pra engolir.

Meus agradecimentos ao Bob Fernandes.

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