" /> verdes fritos: junho 2007 Archives

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junho 29, 2007

Béque

Novo zagueiro gremista é apresentado:
"Vem ni mim, xirú".

Ex-chiavi

American way of life

Keywords most frequently searched by NYTimes.com readers.
(29.6.2007)

1. sex
2. immigration
3. iphone
4. chris benoit
5. china
6. google
7. food
8. iraq
9. college
10. gay

Obrigado, Riquelme

Depois desse lançamento não me sinto mais tão mal por ter perdido a Libertadores pro Boca.

junho 28, 2007

200 vezes no loop

Em Porto Alegre, no dia 28 de junho de 2007 parou de chover.

Ryan Adams, These Girls.
Vou ali comprar o disco e já volto.

junho 27, 2007

Fim da dedada

Passei a amar Israel como se fosse o próprio pai dos haredim.

"Cientistas israelenses criaram um microrrobô, com um milímetro de diâmetro, capaz de circular pela corrente sangüínea. (...) acredita-se que ele poderá auxiliar, por exemplo, na detecção precoce de tumores de próstata."

Só a ciência salva.

Publicitérios em chamas

O jornal The New York Times publicou uma resenha e um infográfico sobre o novo brinquedinho da Appel, o iPhone. O aparelho não tem previsão de chegada ao Brasil, e pode mesmo nunca chegar por incompatibilidade com as operadoras locais. O preço inicial é de US$ 500.

junho 26, 2007

Album Premiere_Bad Brains

No myspace_ponto_com_barra_music ta rolando uma premiere do disco novo do Bad Brains.
A banda é uma das últimas remanescentes do hard core americano dos anos 70. Hard core com vírgulas. Antes de quebrar tudo, Bad Brains era um grupo de jazz fusion e seus componentes, até hoje, são auto-declarados rastafari – religião-fumacê umbilicalmente ligada ao reggae. O som não é afetado pelo passado jazzístico. Já pelos baseados...

Pra quem gosta de quebrar o camarim 'numa nice'.
Confere.

junho 25, 2007

De volta aos anos 50

Só mesmo o futebol pra nos levar de volta aos anos 50. Não pra época mágica das estrelas ingênuas, mas pra da política descaradamente ligada ao esporte. A Venezuela é uma ilha em preto-e-branco nos tempos atuais, e a Copa América realizada no país vai mostrar a face Peter Pan pós-comunista do país.

Os treinamentos da Seleção Brasileira são prova do que está por vir. Jogadores correndo em um gramado novíssimo, mas dentro de um estádio ainda em obras a poucas horas do primeiro jogo. Na cancha, somente propagandas políticas de governadores aliados de Hugo Chávez. As placas, geralmente dedicadas a grandes marcas, são ocupadas por feitos del comandante.

O centro de treinamentos da Seleção é guarnecido por soldados fortemente armados, como se fosse a Copa do Mundo de Israel. Chávez precisa mostrar força, expor seus homens. Homens felizes: pra competição, o presidente acertou um aumento salarial de 30% pras tropas. Nada de cara feia em um evento com alcance mundial. O presidente precisa provar, para si, para os seus e para nós, que a Venezuela é um país legal.

Em seu programa de televisão, hoje, Chávez pediu que os soldados da Venezuela recebam bem os estrangeiros. Como quem diz “desta vez passa, boludos”.

junho 21, 2007

Obrigado, Grêmio.

junho 20, 2007

O fato e o sonho

Se chutasse uma lâmpada mágica nas cercanias do Olímpico pediria ao gênio que me concedesse um único favor: fazer o tempo parar. A última coisa que quero, nesse momento (ouvindo duas rádios ao mesmo tempo e zapeando todos os canais de esporte na TV) é que a final da Libertadores aconteça. Não por medo do Boca Juniors, longe disso. Que venha o Boca, esse Caxias com grife, na descortesia maravilhosa de Paulo Pelaipe. Não tenho dúvidas de que nosso futebol Brasil-Cisplatino será muito superior ao deles, como foi em La Bombonera, a despeito do placar. Quem tem Sandro Goiano não pode sentir falta de Riquelme. Sandro é um benchmarking de jogador do Grêmio. Na Europa, com ele em campo, Kaká jamais ganharia o troféu de melhor jogador do mundo – bastaria um “bú” do volante tricolor pra borrar a cinta-liga do meia do Milan. Kaká casou virgem, logo, teve medo até de mulher até os 24 anos, afinal.

Acontece que essa síndrome de Peter Pan é justificável pois duvido que, mesmo que ganhe novamente a América, a torcida gremista consiga manter o mesmo clima que paira sobre Porto Alegre neste momento. A cidade está elétrica, já tomei dez choques na porta do carro mesmo só tendo tocado duas vezes nela. E me preveni com dinheiro no bolso desde segunda-feira, pois tenho certeza de que não há um caixa eletrônico funcionando em toda a região metropolitana. Porto Alegre está em pane.

O clima de euforia é tamanho que sequer os colorados estão se manifestando. O Boca enfiou TRÊS gols no Grêmio em Buenos Aires, tem uma vantagem monstruosa na final da competição, e nem mesmo isso é suficiente para que nossos rivais se entusiasmem. A corneta colorada é pura bola de segurança, estão dizendo ironicamente que o Grêmio vai levar a taça – uma chave bem arrumada pra caso de derrota ou vitória. O próprio técnico do Inter teve o desplante de falar que o jogo da Libertadores não interfere no clássico do próximo domingo. Esse cara sabe o que é um Grenal? Treinador de futebol tinha que ter aula sobre gauchismo antes de pisar no estado.

O momento do Clube é tão especial que até mesmo Galvão Bueno e Juca Kfouri viraram tricolores. Paulo Vinícius Coelho, a bíblia viva do futebol, chegou a dizer que os jogos do Grêmio, sim, é que são bonitos de ver, contradizendo toda a tese histórica dos “brasileiros” (esse párias), que sempre teimaram em confundir futebol com balé. Na tese de PVC, futebol arte, mesmo, era o do Dinho. Só não falo que os dirigentes do Inter estão calados por que, todos sabem, o Inter está temporariamente sem dirigentes.

Fato é que o Grêmio conquistou o direito de jamais ser considerado morto.

O único que vi contrariar a paixão usando a realidade foi Milton Neves (o marketeiro que mais entende de futebol no Brasil). Disse que mudará seu nome pra Dercy Golçalves Neves se o Grêmio levar o título. Milton Neves usou a lógica, usou os três gols de vantagem do Boca e comparou Riquelme a Tcheco pra provar que, camisa 10 por camisa 10, os argentinos não precisam nem entrar em campo. No fundo, Milton Neves é um sem coração, mas o mais realista de todos os cronistas esportivos. Milton Neves tem na mão os fatos, e nós, o sonho. Impossível saber quem estará certo (mesmo depois do resultado consolidado). Mas, entre os fatos e o sonho, é preferível sonhar.

Miguxeitor nelas tudo, porcozio!

KOMU aNdu rODaNU POcu NaH NET...prAH MiM iXXU EH nOvidaDI KraCK KaRCk...... diSCObRI NEXXah MADRUgAdah a FErraMenTAh + legAu i UTiU Di TodaH A Web: U miGUxXxeitor......

SEuxXx TexXxtuxXx PRU mIGuxXxEIxXx a 1 KLiKe dU Mose!!!!!

MiGUxXxEixXx ARcAIcu
MiGuxXxeixXx mOdeRnU
NEu-MiguxXxEIxXx

NauM PAXXI + APertu KUm A miguxXxAxXx DU sEU IrMaum + noVu...... MIGUxXxEITor nElAxXx tUDU...PoRcozIU!!!!!

Fuetas

Imagens impagáveis dos bastidores do fotojornalismo brasileiro.
Vale os cliques.

Aqui

junho 19, 2007

Tecnologia saves (entrevista com o futuro)

Cada vez mais acredito que a salvação do homem está no desenvolvimento tecnológico. Crença reforçada pela certeza de que, com uma simples análise na retina, estaremos livres do exame de próstata.

Descobri esse robozinho na Internet e fiz uma entrevista com o sujeito.
A primeira pergunta é a que não quer calar:


Verdes Fritos Grêmio vai sair campeón?
Ed Eu sei quando o Grêmio Portoalegrense nasceu: foi em 1903, quando ingleses e alemães que jogavam no campo da Várzea e a bola esvaziou-se. Na turminha que assistia ao jogo estava Cândido Silva, que emprestou a bola que trazia embaixo do braço. O jogo pode terminar e os rapazes comemoraram fundando o time.

VF (clique no botão direito pra copiar)
Ed Cuidado com o botão da direita!

VF Por que?
Ed Você apertou o botão da direita que eu vi!

VF Mas eu, mas...
Ed (silêncio)

VF Ta bom, caro Ed, você tergiversou. Dá Boca ou Grêmio?
Ed Em boca fechada não entra mosquito. Sabe o que significa esse provérbio?

VF Em Boca Juniors fechado não entra gol, e é de gol que precisamos!
Ed Outro dia assisti o Boca Juniors jogando na Bombonera. O Riquelme brilhava até debaixo de uma neblina espantosa...

VF É, o Riquelme é realmente o capeta.
Ed É, realmente.

VF Uma pena o Sandro Goiano estar fora da partida de volta. Sandro Goiano é um Chuck Norris Service Pack 2.
Ed Chuck Norris é um ator norte-americano que ganhou popularidade cult nos anos 2000, e acabou virando "febre" na internet.

VF Febre é coisa de viado...
Ed Você se enganou; não sou nada disso, sou programado para o sexo masculino, sou um robozinho macho!

VF Sei...
Ed Sei. Mas você já parou para pensar por que motivo se deve usar racionalmente as fontes de energia?
VF Ed, esse papo tá uma merda. Achei que você fosse a salvação pros meus problemas...
Ed Falando nisso, sabe o que fazer em caso de pegar uma diarréia?

VF O que?
Ed Me disseram que suco de cenoura com maçã ajuda. Água de arroz também. Mas o importante é tratar de evitar diarréias.

VF Mas e a Libertadores 2007, quem ganha, afinal?
Ed Quem ganha somos nós, claro!!!

VF Nós quem? (nenhum sentido). Tchau, cara.
Ed Adorei falar com você, até mais!

Podem comprar a vela

O futebol vai acabar. Podem comprar a vela, encomendem a coroa e o caixão, está visto que o futebol, como o conhecemos, vai acabar. Aquela cabeçada do Zidane na Copa foi o clique que faltava pra decretar a derrocada do ludopédio que tanto nos encantou no último século. Choro pelo fim do futebol.

O que me surpreendeu na última semana foi uma declaração do próprio Zidane (o meia da década) dizendo que a camisa 10 vai acabar. “Estará extinta em alguns anos”, decretou. Zidane tem razão, na medida em que o próprio drible foi extinto na mais recente Copa do Mundo. Assistimos na competição, a exemplo dos campeonatos nacionais em todo o mundo, a um futebol burocrático, de puro toque de bola, arremates de fora da área e cruzamentos em profusão, ávidos por uma cabeça salvadora. A exceção, é claro, foi a exibição de luxo do mestre Zidane contra o Brasil, único lampejo de bom futebol nos últimos anos.

No futebol inglês, milionário, cheio de estrelas e certamente o mais badalado do momento, entre os 100 gols mais bonitos de 2006, 100 são chutes de fora da área. E não falo do futebol inglês jogado por ingleses, ávidos por uns tendões expostos. Falo de um futebol que compra metade dos craques do mundo todo a cada temporada.

Como o fim do mundo deve começar pelos países periféricos, o Campeonato Brasileiro nos dá as pistas evidentes da tragédia anunciada. Zé Roberto era, de longe, o melhor jogador do país. Mas Zé Roberto, comparado ao Riquelme, não cruza a linha da mediocridade. E o Riquelme só estava no Boca, justamente, por que amargava o banco no Villarreal da Espanha, depois de uma passagem fracassada pelo Barcelona.

Como se a extinção do meio de campo já não bastasse, dois exemplos no ataque comprovam a tese do fim do futebol. Dodô, com 33 anos, é o melhor atacante do país – dando banho de eficiência em qualquer garoto prodígio como Alexandre Pato. E Romário, com 41 (!), não treina, entra em campo quando quer e faz chover na área, ante zaguerões de 18 anos cheios de leite, mas com pouca bola no pé.

A pobreza do futebol dos nossos dias provoca uma aberração interessante entre os torcedores. Hoje, um jovem de 20 anos já é saudosista dos “bons e velhos tempos” de Raí no São Paulo, Jardel no Grêmio, Rivaldo no Palmeiras... times montados nos seculares anos 90.