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É digno de nota que uma grande tempestade tenha desabado justo na noite da única apresentação do grande Guignard de Tallerand no maior teatro da cidade. O temporal, enchendo ruas e casas, inundando, alagando, soterrando, caiu inclemente desde cedo, o que não impediu que o público, quase todos bastante molhados, tenha comparecido em massa, lotando as galerias, batendo dentes e tremendo de frio, já que o ar condicionado do teatro é conhecido por sua eficiência, coisa rara no mundo dos espetáculos. Às oito em ponto, o grande Guignard assomou o palco, provocando grande impacto e burburinho na platéia. Porém em seu caminho para o meio do palco, cambaleante, não se agüentou e desmaiou. Houve pânico geral. Enquanto dois homens saltavam da coxia para socorrê-lo, o dono do teatro, Monsieur Verdoux, tomou o microfone e anunciou: - Queiram nos desculpar, mas nosso grande artista está gripado. E com um gesto expansivo: - É o clima. Um a um, frustrados e agora preguiçosos, retardando ao máximo a volta para a chuva que o esperava do lado de fora, foram deixando suas poltronas, alguns deixando um olhar de pena para o grande Guignard de Tallerand, carregado para o camarim enquanto ardia em febre, quase desacordado, outros praguejando contra o famoso artista, que graças à sua facilidade em contrair resfriados causou um grande surto de pneumonia na cidade. # alexandre rodrigues | 29 de novembro Comentários (0) | TrackBack (0) |
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