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(Idéias: Alexandre Rodrigues. Idéias e digitação: Luzia Lindenbaum)

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Ao que parece, Alexandre Rodrigues agora possui um celular.

Como a Luzia recebeu do emprego novo uma maquineta dessas que não apenas servem para a prosaica e original função de atender e receber ligações como também de filmadora e máquina fotográfica, seu antigo aparelho passou os últimos três dias sobre a mesa da sala, indicação de que agora posso ser localizado a qualquer hora e lugar (se o mantiver ligado, of course).

A presença desse ser prateado e de tela azul aqui ao meu lado só me reforçou a certeza de que eu não preciso de um celular. Assim como eu, a imensa maioria das pessoas não precisa de um celular. Telefone móvel é uma necessidade para profissionais e de gente que passa muito tempo na rua, justo o contrário do meu caso e de quase todo mundo que conheço. A maioria passa o dia diante de um telefone fixo, seja o ramal do trabalho ou o aparelho de casa. Ainda assim no Terra era difícil olhar para o cubículo de alguém e não encontrar um celular próximo ao outro aparelho.

Alguém pode querer falar comigo e não saber o outro número – seria um ótimo argumento não fosse o fato de quem tentar me localizar e não souber o número aqui de casa provavelmente não é amigo, nem ninguém do Mestrado. Além do mais, se tivesse recebido o número do celular provavelmente saberia o da casa também. É claro, eu posso estar no banco ou na Ufrgs. Ou a caminho de algum lugar. Ou na Redenção. Ou tomando um expresso em algum lugar. Considerando que quase nunca fico mais do que uns quarenta minutos longe de um telefone, posso não ser incomodado nesses momentos.

Verdade, há as emergências... Na maior emergência que tive desde a mudança para Porto Alegre (o derrame do meu pai) ter ou não um celular não fez a menor diferença. Ele estava e está no Rio. Eu estava e estou aqui. Ele foi parar numa UTI, minha mãe foi para lá e, como também não tem celular, me ligou de meia em meia hora de um orelhão a cobrar. Eu estava no trabalho, depois em casa. Fui localizado todas as vezes. A maioria das emergências pode esperar quarenta minutos.

Mesmo se for assunto de trabalho nem sempre é o celular é necessário. E se a utilidade principal é essa, então, por que as empresas não dão telefones aos empregados? É o caso da Luzia. Como pode ter que resolver problemas a qualquer momento, recebeu um aparelho. Em geral, questões profissionais podem ser resolvidas por e-mail, MSN ou quando se está em casa. Além do mais, é estranha a idéia de que devamos pagar para poder ser localizados a qualquer hora pela chefia.

Mas, enfim, por ora aqui está ele. Toca duas vezes por dia. É sempre a mãe da Luzia atrás dela ou alguém atrás da mãe da Luzia, a proprietária original do número. Custa quarenta e cinco reais por mês e não faz café. Pelo menos, descobri na falta de luz de ontem à noite, também serve de lanterna.

# alexandre rodrigues | 9 de junho Comentários (3) | TrackBack (0)


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