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Tendo visto a reação dos técnicos do Brasil e da Alemanha a gols salvadores, digo: se dependermos da vibração de Parreira para transmitir alguma energia salvadora aos jogadores estamos perdidos. Vi e revi a cena várias vezes ontem: o time ataca, nosso técnico olha de braços cruzados e a cara amarrada. Quando Kaká mete o golaço, tudo o que Parreira consegue fazer é esboçar uma expressão meramente satisfeita e levantar os braços sem muita vontade. Klinsmann hoje acompanhou o lance com ansiedade, viu o desfecho e comemorou como se ainda fosse jogador. Pulou no meio dos reservas. Dê-se o desconto de que a Alemanha marcou o gol no finalzinho e conseguiu a classificação, razão de sobra para uma reação emocional, mas, meu Deus, Parreira nem mesmo levantou os braços acima da cabeça. Se Paul Auster está certo e o futebol acabou com as guerras na Europa, oferecendo a partir dos anos cinqüenta um substituto simbólico, técnicos desempenham o papel que antes era dos comandantes. Parreira é a própria apatia. Isso não é falha de caráter. Ele comprou briga com o país inteiro em 1994 ao pôr a seleção para jogar mais preocupada em marcar do que em criar. Foi um belo exemplo de um homem contra a massa em defesa de suas convicções. Mas agora é diferente. O Brasil não está nos Estados Unidos, onde não há torcida local. Cada seleção européia joga com torcida a favor, cantando e gritando o tempo todo. O vexatório papel dos brasileiros em 98, intimidados pela multidão cantando a marselhesa, é sinal do quanto os torcedores pesam nos momentos decisivos. # alexandre rodrigues | 14 de junho Comentários (2) | TrackBack (0) |
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