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Gabriel, Vonnegut e o pretzel Não acredito em Deus ou na Ciência tanto quanto acredito em Kurt Vonnegut. Ele escreveu que o tempo não é como um rio, em que a água segue sempre em frente e nunca retorna para aquelas frestas por onde se infiltrou quando não passava de umas poucas gotinhas. O tempo é como um pretzel. Quando estou numa curva, posso muito bem caminhar até o centro, na junção entre as partes do pretzel, e depois voltar ao passado para viver de novo qualquer episódio da minha vida. Os momentos nunca deixam de existir. Estão sempre acontecendo e sempre vão acontecer, mesmo quando não houver mais tempo. Na segunda-feira caminhei um pouco pelo pretzel até a noite, mais ou menos dois anos e meio atrás, em que conheci o Gabriel. Estou sentado ao lado dele em um bar, apresentado pelo Bruno, dizendo que sou burro demais para conseguir decifrar todo o código para pôr o blog no ar no Insanus. O Gabriel me diz: "Sem problemas" e me sacaneia um pouco por trabalhar com internet e não me entender muito bem com html. Nos demos bem. Agora estou numa visita ao Terra e falamos alguma bobagem. Ele ri e eu rio. Ou na festa do Insanus, no ano passado. São mais ou menos duas da manhã. Acabo de chegar e o primeiro rosto conhecido que vejo é o dele. O Gabriel me diz que achava que eu não apareceria (momento em que percebi estar me tornando de fato um velho recluso). E também na festa de aniversário dele esse ano, naquele bar abafado da Cidade Baixa de onde saímos em comitiva para tomar cerveja e comer xis-calabresa em outro lugar. Algumas outras vezes das quais não me lembro de muita coisa, mas certamente rolou alguma conversa ou assunto engraçado. Não éramos grandes amigos e nem muito íntimos, mas esta é uma palavra de amplo significado. Éramos amigos, por certo. E por fim a foto. Sou um sujeito desorganizado. Perco tudo. Por isso não achei a foto. É quase certo que esteja no computador, mas talvez a tenha arquivado em outro lugar. Por isso vou ter que fazer uma descrição. À esquerda está o Gabriel. Usa uma camiseta laranja do Insanus, sorri e faz sinal de positivo. Foi feita um mês e quatro dias atrás, no Zelig, numa leitura de textos, na última vez em que conversamos. Aquele à direita sou eu. Por causa dos acontecimentos desta semana, um sujeito triste. # alexandre rodrigues | 6 de dezembro Comentários (1) | TrackBack (0) |
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