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O que ainda há para ser dito sobre o amor Quando ela o olha nos olhos, ele de repente diz que pensou na mulher e nos filhos e se encolhe na beira da cama, começando a chorar, fazendo um barulho assim BURRR... UÓÓÓÓ.... RRRRREGGGGG... que faz ela olhá-lo de novo, desta vez com pena, pois estes são os mais comuns, os que aparecem em número de três ou quatro por dia e não esperam que ela faça nada, que não querem comê-la feito uma britadeira, como os mais jovens, aqueles que acabaram de sair do colégio – ou ainda estão nele se são burros para repetir o ano –, que acham que é como trepar com uma máquina e ainda esperam um orgasmo, pois vão levar seus paus orgulhosos para todo canto dizendo que fizeram uma puta gozar e, assim, acharem que são grande coisa na cama – quando não são. Mas este – este é de um outro tipo, os que chegam encolhidos querendo fazer primeiro ela se sentir bem e quando tiram a sua roupa, o fazem com educação e gostam de chupá-la, como se fizessem com as suas mulheres. Estes muitas vezes, mal entram no quarto, olhando amedrontados a falta de decoração, o colchão com o lençol esburacado, o móvel de cabeceira onde deixa sempre as camisinhas à mostra, sentindo o cheiro ácido do sexo que antes ocorreu ali – ela nem sempre usa o mesmo lugar, depende de quem pega primeiro–, estes, enfim, às vezes dizem que vão pagar de qualquer maneira, mas tudo que querem é um pouco de conversa. De modo que quando ele começa a chorar, tudo o que precisar fazer é abraçá-lo, encaixar sua cabeça (dele) no ombro (dela) e não se incomodar com as lágrimas molhando a pele. # alexandre rodrigues | 14 de março Comentários (1) | TrackBack (0) |
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