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capítulo XII

Então aquela camionete não era sua, tampouco as galinhas de cabeça decepada que jaziam no banco de trás. Se o carro fosse parado naquele momento, certamente teríamos problemas para explicar a situação.

Pensou rápido, e cerca de 500 metros antes da barreira policial, ligou o pisca e entrou à direita numa estrada de chão batido. Respirou aliviado, aparentemente nenhuma suspeita levantada. Seguimos adiante por uns dois minutos, mas paramos no ponto em que um trator bloqueava o caminho. Apoiado em um dos grandes pneus traseiros, um velho bem vestido. Apesar do fraque, o chapéu de palha destoava.

- "Demorou demais", reclamou, enquanto olhava para as galinhas mortas no banco de trás. "Há quanto tempo estão assim?".

- "Eu... eu não sou quem você está pensando", gaguejou. Era a primeira vez que o via falar algo.

- "Sei, claro que não...Agora desçam daí e me ajudem com as lonas. Quem é ele?", disse, apontando para mim.

- "Eu não sei. Ele estava dentro do carro. Este carro não é meu."