Hoje à tarde rolou altas discussões sobre o referendo tanto no blog quanto no GoogleTalk. Por isso, reli quase tudo que tinha lido, agora sob a ótica de quem leu o Estatuto do Desarmamento. Lendo o estatuto, fica claro o absurdo que é a intenção do referendo. O quanto é mal feito e sem propósito.
Dos que reli, dois textos me chamaram atenção. Um é do Guilherme Fiuza. Ele comenta que o “sim” será como uma forma de obrigar as pessoas a colaborarem com a campanha do desarmamento. Não educando e sensibilizando essas pessoas a entenderem que arma não é sinônimo de segurança, pelo contrário. Simplesmente as forçando a fazerem isso. O que, obviamente, não vai funcionar.
De todos os textos e comentários, ninguém tocou num ponto tão frágil do referendo quanto o Walter. Até então, suposições absurdas estavam sendo criadas por todos os cantos sobre as conseqüências do votar “sim” ou “não”. Mas o que interessa nessa discussão é outro ponto: que tipo de pena as pessoas vão ter se forem presas com armas? É possível imaginar o caos jurídico que irá existir caso o “sim” ganhe. Como ficaria a questão da legítima defesa? O que também não legitimiza votar "não". Abaixo, o comentário do Walter no Martelada que fuminou com toda tagarelice desenfreada de ambos os lados.
Meu pai já evitou um assalto em casa quando eu era pequeno metendo bala nos assaltantes. Ele conseguiu acertar um deles, porque tinha sangue na rua, mas - que se saiba - nenhum morreu. Eles fugiram e foi isso. No caso, foi possível ele fazer isso. Em outros casos, não seria. (...)O que está em questão é que se isso tivesse acontecido hoje e a polícia tivesse sido chamada, meu pai teria sido preso imediatamente e não teria nem direito à fiança. Ainda estou esperando quem é a favor do SIM assumir que é isso que eles querem ao votar SIM.
Muita gente que conversei não foi capaz de tirar uma conclusão disso tudo. Não é de se estranhar, pois a criação do referendo em si é uma enorme confusão. O descaso do governo em lidar com o assunto e a falta de debates mais aprofundados nos fazem pensar que a única posição a ser tomada a respeito é o descaso do voto nulo. Aliás, votar nulo é uma das únicas opções sensatas que os brasileiros estão encontrando nesses tempos pós governo Lula.