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Três bandidos seqüestraram hoje à tarde, no interior paulista, a mãe de Grafite, atacante do São Paulo. Somado ao seqüestro da mãe do Robinho, do Santos, o crime deixa claro que acabou uma das mais estranhas regras que havia no Brasil: embora jogadores de futebol estejam entre os maiores milionários do país, sempre puderam circular como qualquer cidadão comum, sem precisar de seguranças.

Artistas, como Zezé di Camargo ou Sandy, não andam sozinhos. Assim como no caso de empresários, o risco de seqüestro é grande, ainda mais se morar na Região Sudeste. Mas no caso dos jogadores, o risco era quase zero. Assaltantes e seqüestradores os poupavam. Em boa parte das vezes em que foram assaltados, dizzeram que os bandidos não sabiam de quem se tratava até abordá-lo. Me lembro de cabeça do Marcelinho Carioca e Paulo Nunes, mas também teve casos no Rio.

Fora o seqüestro do pai de Romário, Edevair (que a imprensa gosta de chamar de "seu" Edevair), às vésperas da Copa de 94, que, além de tudo, terminou sem o pagamento do resgate, foram dez anos de trégua até a mãe de Robinho ser levada por bandidos.

Pode ser que se trate de um fenômeno paulista, já que os dois crimes foram no estado, mas essas coisas costumam se espalhar. A falta de cuidado dos jogadores com a própria segurança - Ronaldo, Romário e Edmundo, por exemplo, sempre andaram despreocupados pelo Rio - e com a de parentes muito próximos facilita os seqüestros. Trata-se ainda de um pessoal que se estiver em um clube grande recebe no mínimo o mesmo que um executivo de uma grande empresa. Sem contar os que vão para o exterior e ficam milionários.

Muito dinheiro + pouca segurança é uma combinação que geralmente não acaba bem no Brasil.

# alexandre rodrigues | 23 de fevereiro Comentários (8) | TrackBack (0)