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Foi um sucesso mundial o Primeiro Grande Encontro de Imitadores de Clint Eastwood. Reunidos em um luxuoso resort de Johannesburgo, centenas de fã do astro homenagearam o grande ator e seus filmes. Quase todos estavam vestidos a caráter, imitando algum personagem das décadas de carreira do ator. Dizia-se que até mesmo Clint Eastwood esteve presente, mas, cercado de sósias, ninguém o reconheceu como o verdadeiro. O ponto alto das três noites de celebração foi, como em todos os anos, o concurso de fantasias em que foram escolhidos os melhores imitadores, premiados com réplicas da Magnum 44 feitas de chocolate copenhague. ![]() O quinto lugar ficou com o trio finlandês Reikjavik, Krön e Nada pela perfeita reconstituição da famosa cena do abacaxi em "Mercearia do amor", motivo de escândalo no ainda pudico início dos anos sessenta. Diz a lenda que não estava no script o momento em que James Stewart, matreiro, apalpa os seios de Clint Eastwood, fantasiado de Natalie Wood, enquanto o já decadente Humphrey Bogart se mantém preso ao roteiro e diz com um sorriso cansado: "Abacaxi tem fibras". O quarto lugar foi para Sheena Rolands, da África do Sul, que encantou o júri com uma ginga tão sensacional quanto a de Eastwood em "Africa Dance Jungle Fever, Baby". Na época, a crítica ficou atordoada com o ritmo de Eastwood no papel de N`guna, uma jovem que deixa Nairóbi com o sonho de "dançar feito uma louca" (sendo esta a famosa a frase que Eastwood diz sempre antes de cada um dos setenta e três números de dança ao longo de apenas noventa e sete minutos de filme). Dizem que Clint Eastwood quase pegou o papel de Robert de Niro em Taxi Driver. Sua vingança veio dois anos depois com "A freirinha que ri". Quem poderia imaginar que o galã de Hollywood caberia tão bem no papel de uma freira serial killer? Irmã Dominique foi um sucesso, levando o nome do ator para a lista das estrelas de primeira grandeza. A frase "Vai um chazinho, minha filha?", que ela diz antes de envenenar suas vítimas, virou bordão nacional e foi repetida com entusiasmo pelo público presente ao salão, que ovacionou as irmãs Maria, de Portugal, terceiras colocadas. O comovente drama de Julie, uma mulher viciada em olhar abajures em formas de pernas femininas, quase rendeu uma indicação ao Oscar ao veterano ator. Mais uma vez Eastwood foi injustamente esquecido pela Academia, pois naquele ano, em mais um papel de mulher, sua especialidade, nada foi mais brilhante do que aquela interpretação madura, como na cena em questão. Julie, apaixonada ao mesmo tempo pelos dois enfeites, aos quais batizou de Helen e Sarah, está dividida. Precisa ficar com apenas uma delas. A cena, que levou às lágrimas o público feminino, deu a Margareth Mead, dos Estados Unidos, o segundo lugar. Mas houve quem contestasse a sua condição alegando se tratar de David Lynch disfarçado.
Ao dar seus primeiros passos em Hollywood, Eastwood, como qualquer ator iniciante, não pôde escolher muitos papéis. A isso se pode atribuir a sua presença na bizarra pornochanchada de ficção científica "A mulher(?) com o halo na cabeça", lamentável no roteiro, direção e em qualquer quesito que se possa considerar. A produção de baixo orçamento sobre uma mulher que se veste de homem e usa um abajur em volta da cabeça porque é tímida demais para se relacionar com o sexo oposto contou com parcos efeitos especiais e quase acabou precocemente com a carreira do Dirty Harry (mais tarde, porém, Nicole Kidman se inspiraria neste filme para seu papel em "As horas"), mas quem não pode reclamar dela é C.S. Lewis Rajvnehradu, de Bombaim, que ficou com o primeiro lugar no concurso e deixou o auditório sob os aplausos da multidão. * As fotos aí de cima são todas do espetacular Square America, site de fotos caseiras antigas que vale algumas visitas. # alexandre rodrigues | 12 de agosto Comentários (1) | TrackBack (0) |
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