| ![]()
« |
Home
| »
Omar descobriu as formigas no dia em que completou trinta e seis. Da cadeira do computador, notou o montinho de terra em um canto do quarto. A colônia se encontrava em trabalho frenético, roubando as migalhas de biscoito, bolo e pão que havia no chão em volta. Resolveu deixá-las em paz. No terceiro dia as formigas escalaram a parede. Desenhavam um risco meio apagado até mais ou menos a altura dos seus olhos, quando estava sentado, se enfiavam por um pequeno buraco e desapareciam. Eram, percebeu olhando mais de perto, formigas vermelhas de uma tonalidade um tanto artificial. Davam a impressão de que tinham sido mergulhadas em tinta plástica. Uma hora se deu conta que no ritmo em que caminhavam, milhares de formigas haviam ido a algum lugar. Na manhã seguinte estavam de volta, espalhadas pela parede. Se amontoavam numa massa viva e escura, sem a ordem que se espera das formigas. Porém quando entrou no quarto, elas rapidamente correram para o mesmo lugar e, diante de seus olhos espantados, escreveram: NEGUE. Ele trocou o pijama pela roupa de sair, foi até o supermercado e nem dez minutos depois atacou-as com inseticida. # alexandre rodrigues | 27 de fevereiro Comentários (0) | TrackBack (0) |
|