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Alguém veio certa vez parar aqui buscando no Google a palavra "gosminha", o que nos chamou a atenção, não satisfeita, sobre o que estava procurando. Certamente não era esse post, no qual aparece a expressão. Esta semana outro desavisado acabou no blog atrás de "o homem de cabeça de papelão". Também incluiu na busca a palavra "análise", o que leva a crer se tratar de algum estudante preguiçoso atrás de um trabalho escolar já pronto, pois o "O homem de cabeça de papelão é um conto de João do Rio indicado em alguns sites de educação. Acabou aqui por causa desse outro post. Não conhecia o conto até ontem. De João do Rio, tinha lido alguns outros na época em que quis fazer mestrado em literatura e "Memórias de um rato de hotel", biografia de um ladrão no Rio de Janeiro no início do século vinte, da qual, diz a lenda, foi o ghost writer. No conto em questão, foi uma bela descoberta o trecho abaixo, que me fez respeitar um tantinho mais a literatura nacional: — Traz algum relógio? — Trago a minha cabeça. — Ah! Desarranjada? — Dizem-no, pelo menos. — Em todo o caso, há tempo? — Desde que nasci. — Talvez imprevisão na montagem das peças. Não lhe posso dizer nada sem observação de trinta dias e a desmontagem geral. As cabeças como os relógios para regular bem... Antenor atalhou: — E o senhor fica com a minha cabeça? — Se a deixar. — Pois aqui a tem. Conserte-a. O diabo é que eu não posso andar sem cabeça... — Claro. Mas, enquanto a arranjo, empresto-lhe uma de papelão. — Regula? — É de papelão! explicou o honesto negociante. Antenor recebeu o número de sua cabeça, enfiou a de papelão, e saiu para a rua. # alexandre rodrigues | 9 de março Comentários (3) | TrackBack (0) |
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