| ![]()
« |
Home
| »
Bom, tava mais do que na cara que Will Self iria abafar: jeito provocante, dado a desafios, com muita ironia e anglicidade para se contrapor a Jim Dodge, que, em muitos momentos, me pareceu um pato fora d'água, dada a insistência em se fala apenas de Fup, seu cultuado livro (inclusive no Brasil) entre determinadas lides literárias. Dodge parecia não engatar uma terceira, enquanto o supra Will, queria ele!, ficava de pé, lia com entonação destruída pela tradutora simultânea, com um humor dele próprio, Self. O post do Delfin e o texto do site da Flip só me reforçam o arrependimento: deveria ter reagido à quase esmagadora má vontade de sair do quarto, sair do apartamento, sair de Porto Alegre, encerrar meu auto-exílio, voltar ao Rio, onde não ponho os pés desde 2003, e encarar algumas horas de ônibus até Paraty. Eu devia ter ido. Perseguiria-o pelas ruas de duzentos anos: "Mr. Self, you are the best, the best, the best!" Ele me responderia com a voz gutural "WHAT A FUCK? I HATE YOU, YOUR PIECE OF SHIT!" Levaria The Book of Dave e pediria para ele rabiscar várias páginas. Desenvolveria um olhar alucinado para aterrorizar os outros passageiros na viagem de volta. O motorista daria um jeito de me abandonar em Angra dos Reis. Talvez, ao voltar, tivesse mudado para sempre meu nome para Controlador Gordo. # alexandre rodrigues | 6 de julho Comentários (0) | TrackBack (0) |
|