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Agora um monte de coisa bem escrita de gente que escreve bem: Veja bem: me considero nada menos que formidável no negócio de achados e perdidos. Diamantes no cascalho: eis o meu lema. E relações inusitadas entre objetos absurdos são a minha especialidade. Não por acaso, me dedico a escrever e publicar livros, atividades inúteis por excelência. A forma que encontrei de me sentir um pouco menos constrangido ao comprar um cachorro de pelúcia foi apanhar o bicho e anunciar às duas balconistas: "despeçam-se deste cão porque eu vou levá-lo". 08:25: Tyler não gosta da “bolsa Mondrian” e do “xampu Mondrian”. Ontem eu queria um guarda-roupa Mondrian. Sendo realista, quanto tempo isso ainda me agradaria? E será que a vantagem principal não seria mostrá-lo para as visitas? 08:32: O pato azul dilbertiano aparece. Mas só para quem sabe onde procurar. Se alguma coisa incomodava o estruturalista àquela altura, além de certos padecimentos próprios da idade como dor nas costas e insônia, era o fato de já não conseguir ler. Poesia, prosa, clássico, contemporâneo, coisa nenhuma. E não por ter ficado cego como Borges: nada havia em sua visão que lentes bifocais não emendassem, era interna a escuridão do estruturalista. Segundo a literatura médica, a maioria dos pacientes, após algumas semanas de tratamento, ao entrar em contato com a poesia concretista ou alguma outra corrente poética do século vinte desaprende a fazer versos. Havia um crítico de cinema em Tacoma Washington que cobriu seu primeiro filme em 1934 (Manhattan Melodrama, com Mickey Rooney) e seu último em 2006 (The Santa Clause 3: The Escape Clause). Tendo sido chutado na nuca por pessoas de pés nervosinhos sentadas na fileira de trás ao longo de quase um século inteiro, começando a ser chutado por pés usando polainas na década de trinta durante um filme com Hedy Lamarr, em 54 o crítico passou a ir no cinema usando um capacete de astronauta desses transparentes. # alexandre rodrigues | 21 de agosto Comentários (1) | TrackBack (0) |
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