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E entra o anão Quando entra o anão, as coisas fogem do controle, pois o conde D., que havia largado a taça de champagne por um instante, aproveita a surpresa geral e dela de novo se apodera com um golpe rápido, entornando um gole ávido e fazendo um barulho pouco educado, glup. À condessa não passa despercebido o gesto grosseiro, motivo pelo qual faz “oh!” e desaba no assoalho em um falso desmaio para tirar as atenções do marido. No afã de atender à condessa, dois convidados batem as cabeças atrapalhadamente e caem desmaiados como marionetes que perderam os cordéis. Alguém pede a presença da anfitriã, que, contudo, se encontra em meio a cólicas estomacais, trancada no banheiro do quarto, murmurando imprecações contra os processos biológicos. Dois barões arruinados surrupiam, cada um, um cinzeiro de prata da mesa de jantar. Depois de interromper uma piada antiga e sem graça, o anfitrião é finalmente avisado e corre à cozinha para pedir o auxílio dos empregados enquanto uma voz feminina esganiçada grita “compressas, compressas!” A porta bate às suas costas, evocando lembranças da primeira vez, em 1934, em que ouviu um tiro de canhão.
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