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Estou sentado na sala e ouço um burburinho. Uma passeata acaba de passar ao lado do prédio. Sou ruim de cálculos, mas parecem entre oitenta e cem pessoas. Gritam "Ança, ança, ança, queremos segurança" e "Germano, cadê você? Eu quero ver o estado te deter". O segundo grito é muito estranho. Aperto o passo e alcanço o grupo. Caminham pela João Telles, onde há seis dias um adolescente de dezessete anos foi assassinado em um assalto. A mesma João Telles onde há oito meses um cara foi morto na frente de um bar. A mesma onde a Cherry quase foi esfaqueada há uns meses. Aliás, a poucos metros da loja onde o dono e um funcionário foram baleados em um assalto. A duas quadras onde, por causa do assalto número sei lá quantos, o dono de uma lotérica pôs cartazes na frente da loja em protesto contra a falta de segurança. E ainda a menos de um quilômetro onde um gerente de farmácia foi fuzilado em janeiro ao dar um passo atrás em um assalto, vindo a morrer dias depois. Isso tudo apenas desde junho. Eis que por causa da manifestação, pela primeira vez nos dezessete meses desde que me mudei para o Bom Fim, vejo a imagem: policiais militares na João Telles. # alexandre rodrigues | 16 de fevereiro Comentários (2) | TrackBack (0) |
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