| ![]()
« |
Home
| »
Tem um sujeito na Bloomberg dizendo que os pobres estão comprando mais e isso pode ser visto porque tem muita gente trocando arroz por massa e cream cracker por recheado. Uma conquista tão pequena, tão no detalhe, uns 50 reais por mês, é só o que o país conseguiu oferecer a essa gente toda. Tudo do que vão desfrutar desse "forte crescimento" daqui a uns anos será usar uma marca de papel higiênico um pouco melhor. Mas não folha dupla. Não é culpa, é a sensação de fracasso. A opção brasileira é bizarra. Concentração total. Três pegam setenta. Noventa e sete dividem trinta. Em "Os donos do poder", do Raymundo Faoro, se identifica a mesma coisa muito tempo atrás. O país se organiza e reorganiza para que os mesmos esquemas se mantenham. O Estado é a máquina que uns poucos milhões usam para enriquecer ou defender vantagens. O mais fantástico é que não há direita ou esquerda. O patrimonialismo oferece uma teia de bolsas de assistência, bolsas de estudo, isenções fiscais, renúncias, patrocínio, fraudes, licitações, serviços, obras, empregos, Previdência, capital, para cooptar a todos. Aí aparece a mágica dos bancos, que deram um jeito de tirar um pouco de todos os outros, mesmo os mais espertos, se tornando credores do Estado e recebendo juros antecipados maiores do que tudo que se gasta com hospitais. Mas os pobres comerão biscoitos recheados. # alexandre rodrigues | 6 de junho Comentários (0) | TrackBack (0) |
|