« | Home | »

Em 29 de abril, as ruas de Tallinn estavam novamente calmas após duas noites de tumultos causados pela remoção da estátua, mas a Linha Maginot eletrônica da Estônia estava caindo. Em um dos primeiros ataques, uma enxurrada de mensagens indesejadas foi endereçada ao servidor de e-mail do Parlamento, o derrubando. Em outro, hackers invadiram o site do Partido da Reforma, postando uma carta falsa de desculpas do primeiro-ministro, Andrus Ansip, por ter ordenado a remoção da estátua altamente simbólica.

Nas primeiras horas de 9 de maio, o tráfego aumentou milhares de vezes acima do fluxo normal. Foi ainda maior em 10 de maio, forçando o maior banco da Estônia a desativar seu serviço online por mais de uma hora. Até hoje o banco, o Hansabank, está sob ataque e continua bloqueando o acesso a 300 endereços suspeitos de Internet. Ele já acumula prejuízos de pelo menos US$ 1 milhão.

A defesa da Estônia não foi impecável. Para bloquear os dados hostis, ela teve que fechar grandes partes de sua rede a pessoas de fora do país.

A narração do New York Times, empolgante, às vezes parece saída de um livro de espionagem, outras de ficção científica, tendo como personagens até mesmo uma equipe de cientistas estrangeiros (aposto que um deles usava monóculo e bigodinho, outro fumava de piteira). É uma história verdadeira. Como a remoção de uma estátua derrubou a Internet na Estônia e mostrou que um governo estrangeiro ou mesmo um bando de renegados já pode bloquear outro país sem precisar de uma bomba ou um soldado sequer.

# alexandre rodrigues | 7 de junho Comentários (2) | TrackBack (0)