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Parlamentarismo

Após alguns meses de pressão em cima do primeiro ministro Paul Martin, a oposição conseguiu passar no final da tarde de ontem uma moção de não-confiança contra o atual governo liberal. Pela tradição, Martin foi obrigado a renunciar o cargo e pedir a dissolução imediata do parlamento à coroa, aqui representada pela Governadora Geral Michaëlle Jean.

A queda acontece apenas 17 meses depois que os liberais foram eleitos com uma representação minoritária no congresso, gestão que foi marcada por escândalos de corrupção envolvendo agências de publicidade do Quebec e um desvio de até 250 milhões de dólares para os cofres do Partido Liberal. Como bem ditam as origens no sistema Westminister, a população canadense terá que ir às urnas no dia 23 de janeiro para escolher os seus novos representantes.

Mesmo com fortes indícios para derrubar o governo, foi só depois de uma aliança no começo desse mês entre o partido conservador, o NDP (New Democratic Party) e o Bloc Québécois que os parlamentares conseguiram forçar uma eleição no inverno. A data está preocupando muita gente que terá que enfrentar um frio de -40º para votar, perspectiva que reduzirá ainda mais os já baixos índices de comparecimento.

A previsão é que hajam poucas mudanças e que o novo pleito eleja novamente um governo liberal. Os conservadores oferecem um modelo cada vez mais parecido com os Estados Unidos, e o Blóc está nessa só para reforçar a sua posição no Québec. De toda forma, isso só mostra que, maracutaia por maracutaia, a população parece estar mais interessada é na temporada de hóquei.