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julho 7, 2005

Colisão com massa de ar frio arrefece Furacão em Porto Alegre

Não passou de um minuano constante a presença do Atlético rubro-negro na capital gaúcha. A hipótese de que os gaúchos abraçariam uma forjada causa sulista naufragou no Guaíba junto com a confiança paranaense em conquistar um título histórico.

Apenas em poucos momentos o jogo lembrou uma final de Libertadores. No entanto, deve-se louvar a tática de Antônio Lopes de atacar uma vez a cada tempo. No primeiro, a estratégia foi bem-sucedida e resultou no belo gol de Aloísio, aos 14 minutos, testando forte um cruzamento de Jancarlos. Nesse momento, os cerca de 15 mil atleticanos perderam a oportunidade de incendiar a partida, não exploraram o nervosismo do tricolor das elites, não conseguiram adaptar seus gritos de guerra para um estádio com capacidade maior que vinte mil pessoas. O grito A-TLÉ-TI-COOO parecia o lamento de uma carpideira.

O São Paulo voltou para a segunda etapa disposto a imprimir velocidade ao jogo e demonstrar sua superioridade técnica. Pressionou bastante, embora de forma desordenada. Caso houvesse um vencedor nessa primeira final, incontestavelmente ele vestiria a farda engomada do Morumbi. Apesar de atacar mais e com maior volume, o gol paulista saiu de uma espanada infeliz do goleiro Diego. Seus membros superiores, mais aptos a dirigir Kombis e tocar cavaquinho, não tiveram elasticidade suficiente para segurar uma bola, que foi lançada de encontro à cabeça oca de um zagueiro, o tal de Durval. E assim o jogo permaneceu, com o São Paulo enlouquecido, mas sem organização, e o Atlético tentando de todas as formas boicotar o espetáculo, não percebendo a clara afronta e vulnerabilidade do arqueiro artilheiro tricolor que, pleno de malícia, adiantava-se provocantemente ao meio da cancha.

Molhados e vendo suas chances de erguer la copa reduzidas, restou aos paranaenses a possibilidade de dispararem seus flashes e registrarem sua passagem por um templo do futebol brasileiro. Aos paulistas, ficou a certeza de que tudo está encaminhado para a conquista da Libertadores e, por isso mesmo, ela será perdida. O São Paulo não perderá tamanha oportunidade de justificar sua fama de time do quase. (DC)


Atlético-PR 1 x 1 São Paulo

Atlético - PR: Diego, Jancarlos (André Rocha), Danilo, Durval, Marcão, Alan Bahia, Cocito, Fabrício, Fernandinho (Evandro), Lima e Aloísio. Técnico: Antônio Lopes
São Paulo: Rogério Ceni, Cicinho, Fabão, Lugano, Alex, Junior, Danilo, Josué, Mineiro, Amoroso e Luizão. Técnico: Paulo Autuori

Publicado em julho 7, 2005 2:34 PM

Comentários

Uh-hu! O primeiro texto que li sobre o jogo não dizendo que "apesar do frio, o duelo entre as equipes estava quente".

Publicado por: Caue em julho 7, 2005 7:40 PM

Valeu.

É que nossa LINHA EDITORIAL não permite excluir a VERDADE.

Publicado por: Douglas Ceconello em julho 8, 2005 1:11 PM

Muito bom este blog de vcs! Já está na minha lista de leituras diárias sobre futebol (que não é pequena, puta falta do que fazer!)

Publicado por: Donizetti em julho 8, 2005 4:36 PM

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