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julho 1, 2005

Final brasileira é sintoma de Libertadores ruim

O Atlético Paranaense empatou em 2 a 2 com o Chivas, em Guadalajara, e assegurou vaga na final da Libertadores da América, contra o São Paulo. Pela primeira vez, duas equipes de um mesmo país decidirão a competição. No entanto, esta edição do torneio explicita problemas que, se não solucionados, podem manchar sua história.

Sobretudo o regulamento que implanta o gol qualificado nas fases eliminatórias. Mais de 40 anos de tradição por água abaixo, mudando totalmente a característica da competição. Imitando inexplicavelmente a Copa dos Campeões da Europa, o gol qualificado impede um time que precisa buscar o resultado, caso do River Plate e do Chivas, nas semifinais, de praticar a pressão total. Um gol do São Paulo no Monumental, um gol do Atlético no Jalisco, e os jogos estavam encerrados, tanto para o time local, quanto para a torcida.

A aplicação do gol qualificado, com o objetivo de evitar os penais - marca registrada da competição -, mudaria completamente a história da Libertadores. Olhando apenas para a história recente:

- Em 2002, o Grêmio se classificaria com a derrota por 3 a 2 para o Olímpia no Defensores Del Chaco, e a vitória por 1 a 0 no Olímpico. O que aconteceu: o time paraguaio venceu nos pênaltis e chegou ao título.
- Em 2003, o empate em 1 a 1 na Colômbia, classificaria o Racing Club contra o América de Cali. O que aconteceu: o time colombiano venceu nos pênaltis e chegou às semifinais da competição.
- E em 2004, o mais incrível: Com o empate em 0 a 0 na Bombonera e 1 a 1 em Manizales, o Boca Juniors seria campeão da última edição da Libertadores, sem a disputa de pênaltis que deu o título ao Once Caldas.

Além desta lamentável alteração da rotina da Copa, vale lembrar que o inchamento da competição, que conta agora com 38 equipes por motivos totalmente políticos, em nada faz jus a sua tradição.

Outro fato lamentável foi a eliminação do Chivas de Guadalajara, devido única e exclusivamente à convocação de praticamente todo seu elenco para a disputa da Copa das Confederações pela seleção mexicana. Em 2002, a Líber foi interrompida para a disputa da Copa do Mundo, evitando o prejuízo aos clubes.

Aliás, a inclusão de times mexicanos deve ser revista: caso fosse campeão, o Chivas não poderia disputar o mundial interclubes da FIFA. A presença dos mexicanos atormenta os dirigentes da Conmebol. Caso um clube do México chegue às finais, fica impedido de disputar a partida final em seu estádio. Em 2001, foi necessário muito trabalho do árbitro Márcio Rezende de Freitas para impedir o título do Cruz Azul sobre o Boca, após vitória heróica dos mexicanos por 1 a 0 na Bombonera. Ao mesmo tempo que abrilhanta a competição, a presença cheia de ressalvas dos clubes mexicanos, prejudica a credibilidade do torneio de clubes mais tradicional do mundo.
(ASJ)

Publicado em julho 1, 2005 11:16 AM

Comentários

Concordo. A libertadores está cada vez menos empolgante. Vale lembrar que possívelmente não teremos Boca Juniors e River Plate na edição 2006. Tudo bem que a organização nada tem a ver com isso, mas vai fazer uma falta danada!!!

Publicado por: Schröder em julho 1, 2005 1:51 PM

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