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março 31, 2006

Incomparável

Apenas quem se identifica com Inter ou Grêmio tem noção do que siginifica presenciar um clássico. Grenal é o pior jogo do mundo para os torcedores. Sabe-se que nenhuma das duas partes deseja topar com o rival no seu caminho. Se possível, seria bom que não houvesse mais clássicos, desde que seu time tenha vencido o último.

Provas não faltam que comprovem estarmos diante da maior rivalidade do Brasil. Recordo Ceconello pai e seus relatos de grenais antigos: certa feita, em um clássico que acabou 3 a 3, quatro torcedores morreram no estádio devido a problemas cardíacos. Uma vez, um senhor estava a meu lado na geral do Beira Rio e passou o clássico inteiro quieto, sem vibrar. Quando saiu um gol, após o furor inicial, olhei para ele e sua cara estava transtornada, com os olhos marejados. Ele transmitia exatamente o que tento escrever.

A sensação de perder um jogo dessa envergadura deixa marcas e, sem dúvida, traz uma semana de cabeça inchada. Ganhar o grenal, no entanto, certamente está entre os maiores deleites dos gaúchos. Por alguns instantes não tão breves, manda-se tudo para o inferno. Algum cronista - realmente, não me lembro o nome - escreveu certa vez que, se o sujeito está na pior fase da vida, brigou com a mulher, foi demitido, mas volta vitorioso da disputa, está mais alegre que qualquer dos homens prósperos que torça para a equipe derrotada. Eu tinha uns onze anos quando li isso e até hoje não achei analogia mais adequada. Grenal é um título em si. Valendo taça, então, torna-se ÉPICO.

Para os clássicos que decidirão o gauchão, vejo o Inter como favorito, mas sei também que isso não significa grande vantagem. Embora o time com mais qualidade geralmente leve vantagem, até mesmo em clássicos, muitas surpresas aconteceram no enfrentamento. E de forma alguma estou sendo político. Quem vai de Abel Braga, anda com o freio de mão puxado.


Saudações,
Douglas Ceconello.

Publicado em março 31, 2006 5:12 PM

Comentários

Simplemente perfeito. Nunca fui tão feliz na minha vida quanto em 09 de fevereiro de 2003, quando Daniel Carvalho me trouxe de volta a luz da minha vida.

Publicado por: Francisco em março 31, 2006 4:49 PM

Depois da vitória, nada mais importa!

Publicado por: Marco em abril 1, 2006 1:47 PM

Douglas: "Sabe-se que nenhuma das duas partes deseja topar com o rival no seu caminho."

Nunca imaginaria com um colorado poderia ser tão amarelo. Deve ser mesmo influência deste 'câncer entreguista' chamado Abel Braga. Tu sabe que ele apanhou pro Mano (PRO MANO!, MEU DEUS!) na tática.

Publicado por: Anonymous em abril 1, 2006 5:59 PM

Vitor VEC, só pra constar.

Publicado por: Vitor VEC em abril 1, 2006 6:00 PM

O Mano fez a única coisa que poderia fazer: encher o meio-campo para não deixar o Inter jogar. O Inter foi melhor no primeiro tempo e o Grêmio no segundo.

"Nunca imaginaria com um colorado poderia ser tão amarelo." Realmente, não vimos o mesmo jogo. O Inter foi mal tecnicamente, mas gostei do clássico justamente por ser tão brigado.

Publicado por: Douglas Ceconello em abril 2, 2006 12:25 PM

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