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março 29, 2006

'La Banda Celeste' en llamas

No Carnaval, de férias da monotonia que a rotina bancária me oferece, me fui de barraca embaixo do braço rumo aos confins do país e planejando ir mais além. Foi assim que cheguei ao Chuy/í e a sua inseparável Barra do Chuy/í.
Perdido nas férias na inóspita fronteira, sem poder ir adiante e sem querer voltar atrás, me deparei com aquele velho fenômeno que o futebol nos proporciona de vez em quando, as famosas histerias populares coletivas. O lugar inteiro, sem fronteiras delimitando território, vive um clima de festa com a ascensão do Rocha no futebol mundial.

E uma realidade me pareceu bem clara; o Chuy é todo uruguayo. Eu acho que deveriam rever as fronteiras e deixar o slogan 'Do Oiapoque ao Chuí' em desuso. Naqueles dias, ainda estava funcionando o horário de verão do lado de lá e, exceto bancos, prefeitura e órgãos legais e burocráticos em geral, todos os outros lugares tinha uma hora a mais nos relógios. Não tem NET, mas tem MonteCable, com sinal da Globo via satélite. Enfim, poucas referências ao Brasil, mas todas referências uruguayas podem ser encontradas lá.

E neste lugar isolado, pude ver a confusão que se estabelece quando zonas de influência se encontram. Grêmio, Inter, Nacional e Peñarol se encontram em condições de fazer um quadrangular na fronteira todos com torcedores locais.
Conversei com um guri que é garçom da Parrillada JESÚS ou do Bar y Restaurant LAS LEÑAS do lado de lá e que veio a Porto Alegre fazer teste no Olímpico e no Beira-Rio; não deu certo. E ele me jurou de pé junto que o ROCHA FC já é uma realidade inclusive na frontera, uns 80 km da sede do clube.

Na quarta-feira de Cinzas, primeiro dia útil onde pude ver tudo funcionando, passeando pela praça principal do lado uruguayo, atrás do Casino do governo, em frente à agência do Banco República (da REDBROU), à esquerda do principal hotel do lugar, pude ver uma amostra do fenômeno rochense. Ali, em frente ao velhinho que tranquilo tomava seu mate sentado no banco da praça, estava a representação oficial do ROCHA FC na cidade para captar sócios, vender camisas, acessórios e quinquilharias mil.
E a lojinha mínima pareceu cheia e percebi como é gentalha o pessoal daqui na hora de se mexer para manter seu torcedor de longe atento ao clube, vejamos.

ROCHA FC aparece no mundo junto a TACUAREMBÓ, PAYSANDÚ e outros em 99 com apoio da AUF e sua iniciativa de 'interiorizar' o futebol profisional, à época restrito aos feudos de Montevideo e arredores. Dois anos na Primera e desabamento à Segunda, o ascenso a Primera foi conseguido em 2003 e 2 anos depois vem a glória máxima; o título e a honra de ser o primeiro clube do interior a sagrar-se campeão nacional e ir para a Liber.
E o ROCHA, cuja estrutura se resume ao simpático velhinho presidente do clube e um grupo de investidores levemente magnatas, consegue atuar na sua zona de influência de forma suficiente a se manter como assunto de bar develhos bodegueiros. Com 60 pesos mensais, cerca de 6 reais ou um litro de PILSEN, a pessoa pode se tornar sócia do ROCHA a distância, contribuindo para a glória do esquadrão. Por 30 pila tu tens em mãos a camiseta celeste, de uma marca tipo KILA ou ASA, enfim, meia boca, mas pro torcedor ir ao estádio e mostrar na rua quando o time ganha já é suficiente.

Certamente, os 6 pila dos sócios não cobrem as despesas, mas basta para a 'marca' ROCHA e é o suficiente para o torcedor sentir-se bem.
Não pareceu complicado o modo de atuar do Rocha no interior; assim que fico impressionado quando vejo a situação precária no interior do Rio Grande em comparação semelhante com o que não fazem por aqui Grêmio e Inter. Um sócio por 80 pila por ano e sucursais do clube espalhadas pelo estado. Poderia ser aproveitada a estrutura dos CTG, por exemplo, para este fim. Mas isto seria uma sugestão para as assessorias de imprensa e isso e deixo pro Antenor, assim que ele abandonar a idéia de instituir o QUERO-QUERO como mascote do Grêmio que, por sinal, eu apóio.

P.S.: Aos colorados que nos lêem em clima de festa, uma frase para ser lembrada:
"O Fator Abel ainda não está disponível para decepcionar os colorados."
Talvez seja possível observar o fenômeno a partir desta semana.

Saúdos, Vitor VEC

Agora sim. Sobre a autorização, peço que o nosso editor-chefe Douglas 'El Carcamano' Cecconello se manifeste antes de qualquer coisa.

Publicado em março 29, 2006 2:00 AM

Comentários

Caríssimo, vc me autoriza a publicar este texto no meu blog de futebol? www.ondarpc.com.br/deprimeira

Obviamente, eu dou link pro seu blog e os créditos.

Abraços,

Jones Rossi

Publicado por: Jones Rossi em março 29, 2006 1:34 AM

Faltou assinatura no post.

Publicado por: Roger em março 29, 2006 9:11 AM

O autor é Vitor Vecchi, em grande fase.

Publicado por: Antenor em março 29, 2006 11:01 AM

Rola o texto?

Publicado por: Jones Rossi em março 29, 2006 10:02 PM

Beleza, aguardo o veredicto do Vitor então.

Abs.

Publicado por: Jones Rossi em março 29, 2006 11:07 PM

Avante.

Publicado por: Vitor VEC em março 30, 2006 1:40 PM

Blz então. Dê uma conferida lá depois. Eu coloquei link para o Impedimento também.

Publicado por: Jones Rossi em março 30, 2006 8:38 PM

estive em rocha no começo de fevereiro. fui ao estadio mario sobrero e comprei uma camisa do rocha da marca sportys que era o anterior a topper que fez a camisa do time para a libertadores. Neste meu tour ainda estive em montevideo e acompanhei nacional e pumas no parque central. Tenho fotos deste jogo e do estado do rocha. Uma grande faixa estava estendida em frente a torcida do nacional
"hugo "corazón" de león" foi sensacional. um grande abraço para o colega bancário e parabéns por este canal do futebol.

Publicado por: felipe lajus em abril 1, 2006 10:20 AM

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