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« setembro 2006 | Principal | janeiro 2007 »


O TERROR ESTÁ DO LADO DE DENTRO

Do motor. Muito mais aterrorizante que a onda de ataque relativa às milícias no Rio é a falta de potência do Preju na aceleração. Ao chegar, fui avisado por um frentista que o nível de óleo estava baixo. Enchi o tanque e não dei maior atenção. O garagista confirmou a versão do atendente, colocando dois litros de óleo comprado em supermercado. Fui dar uma volta pela Zona Oeste para ver qualé.

Sem qualquer sintoma aparente, acabei tomado pelo pavor no meio da Barra e dando meia volta para casa. Tiros? Não, pequenos socos dados pelo motor, vacilante, esgotado. Um reboque custaria todo o saldo positivo que tenho no banco. Estacionei em São Conrado. Depois de alguns minutos, deu a partida, como sempre. Continua preocupando. Quero ver como será para subir a Serra das Araras na volta.

Que 2007 nos traga menos contas, mais renda e um carro melhor. É o que eu desejo para todo mundo também.

30/12/2006 09:11    | Comentários (3)


A MORTE NA FRENTE

Imagine-se no carro. Acabou de pagar o pedágio de R$ 3,40 para a Nova Dutra, está acelerando para ganhar de novo a velocidade cruzeiro e sente que o capô resolveu abrir no meio da estrada. Durante este mesmo segundo você sente que deve frear, que o movimento da freada pode evitar que o capô venha com tudo para cima de ti e da pessoa que está no carona e que casualmente é tua mulher.

Não há tempo para reagir, neste mesmo segundo. O capô veio com tudo no pára-brisa e, antes de poder fazer qualquer coisa, ouve o golpe. O pára-brisa também resiste com tudo e impede que duas vidas acabem instantaneamente.

-- CALMA CALMA CALMA CALMA CALMA -- é o que eu escuto do lado, enquanto freio enlouquecidamente, já quebrando para a esquerda. O carro pára e já estamos na beira do acostamento, tentando entender. Os cacos de vidro estão sobre o painel do carro, o vidro inteiro ainda está firme, mesmo rachado em diversas partes.

Trafegamos mais alguns quilômetros pelo acostamento em busca de socorro, e vemos uma parte da mureta divisória da Dutra demolida, enquanto alguém provavelmente jazia dentro dos destroços de outro veículo.

23/12/2006 19:58    | Comentários (3)


A CANALHICE DE TODOS NÓS

O escândalo da semana é o que já foi chamado pela opinião pública de "mensalão oficial". O aumento de 90% dos parlamentares é a bola da vez nas manchetes políticas fáceis de repudiar. Assinei o petition online do caso, também estou puto.

Todo o dinheiro que consegui juntar em um ano trabalhando feito um jegue e comprometendo minha saúde não dá nem metade do valor mensal a mais que os parlamentares a si se conferiram. Mas vamos ser sinceros, é uma bobagem achar que, na hipótese de conseguirmos reverter a decisão, os nobres senhores não encontrarão outro meio de faturar a mesma coisa por outros métodos. Eles são mestres em fazer isso. Dá na mesma se conseguem e têm depois que desviar dentro de uma cueca ou que chegue limpinho pelo banco. É capaz até de pararem de roubar. Hehehe. Ok, é claro que isso nunca aconteceria. Está na natureza do ser humano desejar o que não lhe pertence.

Uma vez lá, quem de nós negaria a si mesmo um reajuste? Principalmente depois de uma trajetória sofrida de engolimento de sapos e contraimento de dívidas pecuniárias e de gratidão (estas ainda mais freqüentemente negligenciadas). O político é um ser humano tão vazio que a única coisa que pode fazer é se encher de dinheiro. É um lixo tão grande passar o dia cumprimentando outros vermes iguais a eles que é capaz até de merecerem uma parte do que conseguem. Mas o importante é lembrar que não estão assim tão longe de nós. Apenas foram mais além, chegaram às últimas conseqüências. Enquanto nós fomos capazes de contravenções leves, eles estupraram e mataram no campo ético. São superiores.

Vejo muita gente esbravejar contra o funcionalismo público. A raiva chega até as empresas públicas, gigantes como Petrobras e Banco do Brasil. Não tenho dados de qual o percentual do quadro que entra dessa forma, mas são empresas que realizam concursos, ao invés de contratar de acordo com a vontade de algum RRPP, gerente de RH, etc. Esta conversa eu tive com um amigo meu advogado e servidor público. Ele disse que, enquanto no discurso as empresas privadas usam o "profissionalismo" a torto e a direito, dedicam enormes somas em processos seletivos feitos com o auxílio charlatão de alguma psicóloga ou pedagoga que emite seus critérios pessoais enfeitados na forma pelos dois ou três compêndios que leu na faculdade, entre uma trepada e outra. Estas mesmas empresas são controladas por medalhões, com décadas de casa, que também usam o nome do profissionalismo para emitirem seus julgamentos pessoais, calcados no que consideram a mais pura experiência: o seu próprio e subjetivo empirismo. E contra rabos não há argumentos: às vezes aparência é a única coisa que conta na contratação ou na permanência de um funcionário entre o time da empresa. Por que uma empresa privada pode selecionar e demitir de acordo com seus próprios e discutíveis critérios e uma estatal tem que realizar concursos? Melhor ainda: onde é que haverá mais oportunidades com privatizações, se todo mundo sabe que o sonho de toda empresa de capital privado é uma folha de pagamento cada vez menor?

Por tudo isso, a única forma de construir, hoje em dia, é desconstruir. O modelo a que se chegou, tanto de estrutura social como de caráter individual, só servirá para matar, direta ou indiretamente, o humano. A menos que você esteja sendo beneficiado por ele (ou acredite estar sendo), então a tendência é que não exista preocupação com o assunto. A canalhice da acomodação é o pilar que sustenta a degradação de tudo no rumo da canalhice cada vez mais aprofundada. Não tem limites. Na verdade tem, só não sabemos ainda onde fica. Enquanto isso, seguimos gozando no cu uns dos outros.

19/12/2006 22:06    | Comentários (4)


CONSIDERAÇÕES MEZZO RANZINZAS DE UM EX-TORCEDOR

Vou começar dizendo que, ao contrário da Libertadores, este título mundial me desceu muito bem. Pareceu bem mais justo, teve menos sustos, um jogo apenas é bem mais saudável porque seguro. Mas minha opinião sobre o time continua a mesma. Não tenho especial predileção por nenhum dos "heróis do título", muito menos por quem ergueu a taça. Fernandão não fez nada e quase colocou tudo a perder com aquele pézinho na entrada da área que só não derrubou o ídolo beiçolinha dentuça porque ele achou que era melhor continuar em direção ao gol.

As imagens de Perdigão jogando cerveja nos companheiros na churrascaria e do Clemer derrubando champanhe (provavelmente um bom) na nuca do Adriano reforçam minha completa ausência de carinho, simpatia ou gratidão. São jogadores de futebol, com a favela na alma, e desta vez justificaram seu alto salário fazendo o seu trabalho direito como há muito não se fazia no Inter. Apenas isso. Pra mim o nome do título é o do Presidente Fernando Carvalho, que entrega a administração para o Píffero e desde já pode deixar encomendada uma estátua no Parque Gigante. Me lembro de quando ele ainda fazia parte das correntes de oposição. Olhava aquele homem dando entrevista na TV e ele me passava uma impressão de competência. Ninguém podia imaginar que nos levaria à condição de igualdade com o rival, senão de superioridade, já que o Barcelona é um adversário muito mais forte do que foi o Hamburgo em 1983. E tudo se resolveu no tempo normal, higienicamente. Vitória limpinha como um jogo de seleções numa Copa.

Minha comemoração foi discreta. Não tive motivação de sair de casa para assistir o jogo na churrascaria onde ocorrem todas as ocasiões do consulado colorado em São Paulo. Vesti minha camiseta vermelha e fui para a Liberdade almoçar comida japonesa. No trânsito e na rua, cordiais saudações. As pessoas parecem mesmo simpatizar com exemplos de gente sem nada de especial que acaba vencendo. Ou é apenas porque o Internacional só começou a ganhar - ainda precisa incomodar mais pra despertar animosidade contra. Digo com sinceridade que preferia que algum dos dois vice-campeonatos brasileiros tivessem sido títulos do que esta costura tática aplicada no Barcelona. Mesmo com todos os prazeres do ineditismo, vejo o campeonato brasileiro de futebol como o mais importante título que um clube pode ter. E quero pela primeira vez ver ao vivo isto acontecer mais que qualquer um desses torneios de perfumaria.

17/12/2006 22:09    | Comentários (13)


NÚMEROS

Coincidiu com o fim temporário deste blog o início em um novo emprego. Coincidiu com minha demissão prematura a também prematura morte do Gabriel. Ele talvez sabia que faz parte da minha personalidade insegura fins sem definição, voltas, recaídas, portanto não deletou nada por aqui, só tirou o meu nome do blogroll, mesmo assim só quando insisti nisso. Nossa última conversa por msn, lacônica. Ele tinha 22 anos e já era uma pessoa mais madura que eu, com meus 26. Pelo menos em uma boa porção de aspectos, senão em outros.

Faz exato um ano que divido um apartamento e uma vida com uma mulher. O que acontece a um acontece ao outro. E ainda não temos filhos. Não há como imaginar, ninguém pode ter a petulância de dizer que entende o que os familiares passaram. Uma semana depois, tenho certeza de que acordam e ainda vão ao quarto do seu único filho na esperança de que ele esteja lá dormindo. É assim que eu me sinto em relação a algumas perdas. Sonho que não passaram de sonhos, acordo um pouco mais velho.

Ah, esta abstração que inventaram para dar medida às coisas. Me aproximo uns 0,45687534 da morte ao tentar finalmente compreendê-las. E basta um poste. Nenhum sentido, parafraseamos amargamente.

11/12/2006 12:46    | Comentários (8)

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