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« dezembro 2006 | Principal | fevereiro 2007 »


REI DE MALIBU

Apocalypto foi um antídoto perfeito para a feminice de BÁBEL. As pretensões dos dois filmes são absolutamente antagônicas, algum desavisado dirá, mas isto é apenas no campo das aparências. ambos são retratos fiéis de seus tempos, a diferença é que enquanto a imagem de BÁBEL é a de um Brad Pitt com pés de galinha falsos chorando ao telefone o Apocalypto mostra um Rambo indígena vencendo com os braços um destacamento inteiro do Império Maia.

A intenção de ser um retrato de seu tempo em Babel é óbvia e burra. Não carece explicar. A de Mel Gibson é mais sutil. Ou até nem tanto, já que abre o filme com uma frase que é quase uma justificativa para o extermínio da civilização retratada - já que esta se encontrava em decadência de valores. E Mel Gibson está fazendo previsões do declínio da civilização ocidental desde Mad Max.

Apocalypto parece o tempo todo dizer: ''arrependei-vos e mudai vossos hábitos, já não eres tão diferentes destes índios maus que escravizam e sacrificam seus semelhantes''. Nunca se sabe, uma hora chegam os espanhóis ou alguma força externa e já viu. Minha maldade também não deixou de entrever na trama um Mel Gibson bêbado dizendo "vejam tudo isso, seus judeus, estes povos sim é que sofreram um holocausto, sou o Rei de Malibu". Semiótica pura.

Brincadeira à parte, a semelhança com alguns elementos de Mad Max, em especial o 3, são impressionantes. Os delírios de messianismo, expressões delirantes e até o herói bondoso, belo e que sofreu humilhação relacionada à família são mera repetição no roteiro. Mel também está cada vez melhor na direção de cenas de dilaceramento carnal - o que já era bastante impressionante em Paixão. O único ponto que ainda está carecendo de verossimilhança são as peripécias e a resistência física dos personagens - mas daí, convenhamos, já é negar os conceitos de um filme de ação.

O aussie que reina sobre a Princesinha do Mar do Pacífico conseguiu se firmar como o maior diretor atual de dramas de ação (pré)históricos. Quem diria. Eu ainda torço muito para que ele deixe de ser besta e filme The Passion of the Christ 2 - Acts, com a perseguição, tortura, dilaceramento e peripécias atléticas dos primeiros seguidores de Cristo. Seria a consagração.

31/01/2007 21:54    | Comentários (6)


UMA XERECA JAPA E NADA MÁS

O único valor de Babel é esta personagem. Creio que é um fator positivo também encontrar o papel perfeito para a cara do Gaelzinho: um guri bêbado cagalhão. Papel mais coerente do mexica desde que fez um atorzinho carreirista aviadado para o Almodóvar. De resto, duas horas de choradeira completamente irrelevante e mal costurada. Dá vontade de emendar com outra sessão pra apagar tanto Campus do Vale da mente. Iñarritu my ass.

28/01/2007 23:32    | Comentários (2)


MELHOR NATAL

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Pernil de ovelha gaúcha no interior paulista. 24/12/2006

21/01/2007 20:36    | Comentários (9)


DIFERENÇA

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Quando um assumiu a presidência, sua adminitração salvou do rebaixamento e tirou a instituição que dirigia de um marasmo de falta de títulos que chegava a mais de uma década.

Quando o outro assumiu, nada aconteceu. Ou melhor, devemos a ele um legado importante: a derrocada da noção entre esquerda e direita.

Períodos de administração praticamente idênticos.

Eu sei quem é o meu presidente, e não é o da esquerda.

17/01/2007 20:16    | Comentários (19)


CAUSA PERDIDA

Ontem no começo da noite assisti ao filme do Al Gore. Não o chamo pelo título, já que assim posso fazer a única crítica que tenho: é uma peça de marketing político escancarada. Mas a intenção é boa, reabilitar os democratas para continuar o café com leite da sucessão presidencial nos EUA. Tudo bem, colocar o álcool como solução também não foi muito esperto, mas ficam por aí as gafes.

De resto, me respaldou a compreensão de tantas notícias de inundações, desastres, nevascas, furacões, tufões, mortes. Tudo faz sentido. Só tem um problema: acreditar que o coletivo será capaz de uma ação conjunta para evitar o pior. Não será. O máximo que a humanidade conseguirá fazer, com o país mais responsável pelo aquecimento global no comando, é apontar um bode expiatório e trucidá-lo. Tem sido assim ao longo da história, encontrar um inimigo comum e exterminá-lo, ou pelo menos tentar. A maior catástrofe da humanidade, a peste negra do século XIV, mostrou os melhores momentos do comportamento humano: ir atrás de judeus e queimá-los a todos em fogueiras coletivas públicas foi a reação ao mal que acabou matando metade da humanidade. No começo até tinham um julgamento, com todos os requintados métodos medievais de averiguação.

Engana-se quem pensa que houve algum progresso. Qualquer crise é administrada tendo como foco um agente externo causador. Culpado ou presumidamente culpado, ele é combatido. Gostaria que me apontassem um exemplo de mobilização coletiva para mudar um hábito comum nocivo. Nem o antitabagismo consegue aderência absoluta, nem a mais mortal das drogas. Álcool é a única forma de viver com a culpa de tantos crimes.

Al Gore se coloca como 'champion' de uma causa mundial. Ele precisa fazer isso também por ele, no que não há nada de errado. O erro é acreditar que o ser humano é capaz de se reformular coletivamente. Quando muito e em raríssimos casos, individualmente. E os indícios são claros de que não se pode mais esperar mudança gradual.

Descrente de tudo, me limito a não ter filhos.

16/01/2007 13:06    | Comentários (6)


INVIÁVEL, UMA CIDADE

Vou dar as linhas gerais do que pode se tornar um estudo, ou mais provavelmente uma cagação de tese em muitas páginas e pouquíssima pesquisa.

Desde que me mudei para São Paulo já vi a cidade parar por:

1) Copa do Mundo

2) Terror do PCC

3) Qualquer temporal

4) Destruição e morte em obra do metrô

A cidade inteira pára pelo menos umas 5 vezes ao ano, com as chuvas adquirindo caráter de calamidade pública em freqüência cada vez maior. Tudo é o começo de reações em cadeia que fazem, sempre, tudo parar em efeito dominó.

Os salário aqui não são maiores, não se enganem, é só a indenização que já está incluída. E é uma indenização que você, morador de São Paulo, também acaba pagando. Eterno efeito dominó.

15/01/2007 15:07    | Comentários (2)


PERFEIÇÃO

Todas as ciências exatas, da física à astronomia, nos mostram que inexistem ordem e harmonia universais, como as concebe o cérebro humano. Nossas vidas, gotas d'água no oceano, são tempestuosas até no íntimo familiar, não há inteligência, cultura ou ética, todas características adquiridas, que consigam impedir a desordem e o sofrimento pessoal e coletivo. É quixotesco pressupor que um dia a sociedade se domesticará se as relações sociais deixarem de ser as que existem hoje, no capitalismo, entre senhor e escravo.

Com estas palavras, Deu... digo, Paulo Francis, resume sua autobiografia, "O Afeto que se encerra", definindo-se um esquerdista. Mal sabia que esta definição poderia estar tão gasta 27 anos depois de publicada a obra, no entanto, extremamente atual no conjunto. A genialidade é tamanha que encontra logo no título uma eloqüente expressão: "O Afeto que se encerra" remete ao hino da bandeira, mas tem um duplo significado. Pelo conjunto, ao menos no meu julgamento, o título do livro acaba revelando um enorme afeto reprimido ao longo da vida deste homem, por pessoas e pela humanidade, que hoje só ouvimos falar em imagens de arquivo. E no que deixou para enganar a morte, seus livros. Não imagino forma mais elegante de se perpetuar do que com este enorme elogio a si, em livro. Mesmo com algumas mentirinhas, que, se existem, só deixam tudo mais saboroso. O quatro olhos continua vivendo e cagando tese, pausadamente e quem sabe sorrindo.

11/01/2007 01:01    | Comentários (5)


É DEMÊNCIA DEMAIS

Não ia comentar nada a respeito de Xecarellis, Ma(j)istrados e Youtubes. Nem consigo ver este maravilhoso site na carroça que é o computador aqui de casa. Mas a demência nas suítes do caso é tanta que um post virou uma boa alternativa ao suicídio. Meus dentes não conseguem mais se manter inteiros de tanto que os contraio uns aos outros, angustiado diante da bestialidade nacional.

O juíz ouviu o galo cantar, baixou e rebaixou. Este é o resumo das decisões judiciais relativas a bloqueio do Youtube, cumpridas à risca por Brasil Telecom e sei lá mais quem. Não é de espantar quem ao todo chegou a fazer mais de um ano de faculdade de Direito. A coisa mais fascinante a respeito de um dotô de direito é que ele se julga um especialista em qualquer área depois de receber seu canudo. No que aliás é seguido por muita gente formada em outras coisas. Mas foquemos: a decisão judicial não me surpreendeu. Juízes se consideram baluartes do conservadorismo.

Surpreendeu mais foi o Jornal da Band dizer que o Youtube se tornou mais conhecido no Brasil depois de veicular o vídeo. Ora, consumo Youtube pelo menos desde meados de 2005, dizer que Xecarelli tem alguma coisa a ver com a popularidade do site é mais que pedestre, é rastejante.

Surpreendeu também a rapidez com que a MTV largou e veiculou em loop na programação uma nota cheia de coloquialidade dizendo que a culpa é do namorado e que "não mete a colher". Se isso não é desautorizar completamente sua apresentadora, eu não sei mais o que é. Tipo: "temos uma retardada que não tem a menor influência sobre as decisões do seu namorado no elenco". Isso todo mundo sabe, que trata-se de uma retardada. O que todo mundo também sabe é que, como toda retardada, Xecarelli pinta e borda, sempre na dianteira de seus relacionamentos - como nos famosos casos em que desautorizou o gordo (também um retardado) em pleno foco das lentes. A MTV quer fazer todo mundo de trouxa dizendo que é do namorado a responsabilidade. Deve ter uma equipe de estagiários cuidando também do departamento jurídico e da assessoria de comunicação, como notoriamente é o caso do jornalismo.

Por último, a única coisa que presta deste furdunço todo: a genial campanha de marketing da secretaria de saúde gaúcha. Simplesmente irretocável, transformou um case ridículo em ação social. Obviamente, a mangolona ficou cocô.

Sério, pode ter a bunda que tiver. Esta mulher (?)* já deu o que tinha que dar. Tira e bota outra, por favor.

* Assim como Ivete Sangalo, Xecarelli se enquadra na categoria "só vendo pelada pra crer". Com aquela voz, aposto que tem um caralho ou um GRELÃO no lugar do clitóris.

10/01/2007 11:12    | Comentários (12)


ASPAS

"As crianças são o proletariado extremo, porque em qualquer classe social estão sujeitas a caprichos humilhantes de adultos."

Paulo Francis

Ainda que não seja mais verdade absoluta, ainda era pelo menos até onde posso lembrar.

08/01/2007 13:39    | Comentários (0)


ENGUELAAAAND, ENGUELAAAAND!

Neste desespero da entressafra entre os campeonatos no qual não tem mais nada de bom para mostrar, o Sportv exibiu nesta semana um documentário sobre os Hooligans na Copa de 2006. Ninguém que acompanhou a cobertura oficial teve notícia disso (acho), mas a cada jogo em que a Inglaterra participava havia uma batalha campal no centro das cidades alemãs onde os jogos se davam. E o fenômeno dos torcedores alcoolizados e briguentos se alastrou para alemães e poloneses. É muito esclarecedor para quem considera a violência entre torcidas uma exclusividade brasileira - ou ainda continental, se considerarmos nossos hermanos argentinos e chilenos.

Com a demência típica da testosterona reavivada por álcool, os gordos e carecas ingleses empunharam seus canecos plásticos cantando músicas alusivas ao período da II Guerra Mundial em cidades que foram arrasadas por bombardeios durante o conflito. Uma atitude vagamente semelhante à que os torcedores brasileiros adotam quando visitam outros estados, como por exemplo a torcida colorada chamando os sãopaulinos de "motoboys". Claro que a proporção dos xingamentos segue a rivalidade histórica entre ambos os povos.

Fiquei impressionado com a selvageria dos ingleses. Sua raiva se dirigia não apenas aos adversários históricos e de campo, mas aparentemente todo e qualquer torcedor de outra seleção. E claro que quem acaba culpado é o futebol e sua companheira, a cerveja, na cabeça dos teóricos imbecis. A culpada é a humanidade, podem começar a matar por mim.

04/01/2007 20:03    | Comentários (6)


PEDÁGIOS

A cobrança de pedágios nas principais rodovias brasileiras é uma ilustração das mais eloqüentes do quanto, cada vez mais, o poder público se declara incompetente para gerir o país. Sob alegação de limitação nos recursos, entregam para o apetite privado bens públicos construídos com a verba arrecadada no passado pelos contribuintes. É mais inteligente nem pensar muito no assunto para não adoecer de indignação, mas uma volta por aí dá uma medida do quanto é absurdo o que se cobra quando se tem em vista o que se recebe. E nota-se com clareza que são leis de mercado e não a necessidade de reparos na rodovia o que determina as tarifas.

Senão vejamos: no sentido RJ / SP da Dutra há cinco praças de pedágio. A primeira, em Paracambi, morde R$ 7,50. A segunda, pouco mais adiante, outros R$ 7,50. E ainda há o de Aparecida, que cobra cerca do mesmo (deste é possível fugir por Pindamonhangaba,não pagamos). Os dois restantes te arrancam as últimas moedas, levando R$ 3,60 e R$ 3,30.

Está claro que entre o Vale do Paraíba e São Paulo paga-se menos pedágio porque o fluxo de veículos é gigantescamente maior. E há diversas irregularidades nas pistas. Quer dizer, você paga para não ter uma estrada perfeita, paga (os tubos) para ter uma estrada mais ou menos.

Na Anhanguera a situação é ainda mais revoltante. Entre a capital do estado e Ribeirão Preto o valor gasto nos pedágios é o mesmo que com a gasolina. Cerca de R$ 50 para um veículo de passeio. A estrada é perfeita, mas isto não vai além da obrigação. Do Estado, diga-se de passagem.

Não vejo nada de errado em passar tudo que não for serviço básico do estado para a iniciativa privada, mas isto deve ser acompanhado de um aliviamento da carga tributária, o que não acontece jamais. Além disso, os serviços PRECISAM ser melhor acompanhados. Por mais óbvio que seja, isso tem que ser dito e repetido. Não é possível pagar 22 milhões em pedágio e não ter uma estrada mais do que ACEITÁVEL e que pára no primeiro acidente. E, quando é preciso um serviço de guincho, saber que ele se limita a te levar só do lugar onde tu parou até o primeiro posto.

Soube por uma amiga de minha mãe que, na França, com uma rodovia bloqueada por qualquer acidente, policiais rodoviários iam de carro em carro para distribuir água e dar informações sobre quanto tempo ficariam parados e pedindo, humildemente, calma. Na Dutra não houve qualquer espécie de cuidado quando ficamos mais de uma hora e meia parados, freio de mão puxados e motor desligado.

Não é possível que se continue dando dinheiro para esta entidade fantasma que não gere, não se responsabiliza, não administra. Só fica com teu dinheiro porque sim. E depois enfia rodízio de veículos, pista expressa pedageada, taxa extra por coleta de lixo. Desobediência civil é obrigação quando todas as autoridades têm caras de pau em seus postos.

03/01/2007 10:13    | Comentários (0)


A PIOR VIAGEM

Ao longo dos tempos encontramos muitos interesses que nos conferem a ilusão de que estamos empregando nosso tempo em algo útil. No momento ocupa grande parte dos meus pensamentos em carro. Um em específico. E me perdoe quem não se interessa por veículos e suas complicações. Não é todo mundo que pode se dar ao luxo de não entender lhufas de mecânica. Caso mais triste é quem não entende e se encontra vítima dela.

A tampa de motor que soltou já tem sua história conhecida. Chegado no Rio, o carro revelou estar com o nível de óleo muito baixo. Colocamos dois litros. Rodados alguns quilômetros, tinha muita instabilidade na potência. Mas não morria completamente, só dava alguns socos e tremia bastante. Voltando da volta, deixei o carro inerte na garagem até a hora de sair para a que eu sabia desde então ser a mais tensa viagem de carro da minha vida.

A sensação de estar parado numa rodovia é sem dúvida uma das mais desalentadoras, o sentimento de abandono e desamparo um dos mais terríveis que se pode sentir. Assombrado com esta lembrança e com a possibilidade de sentir o carro se desmanchando conosco dentro, imprimi um ritmo forte na estrada entre a Baixada Fluminense e o Vale do Paraíba, tanto que a viagem de 300 km foi concluída em menos de 3h30min. A parada em Pindamonhangaba foi um marco psicológico importante. Mas senti que o carro estava comprometido no momento de estacionar. Jatos de água quente jorravam do radiador. Os vazamentos eram evidentes. Depois de uma hora parado, o radiador estava vazio. Uma pet de Coca-cola não foi suficiente para completar o nível. "Pelo menos estamos só a 120km de casa", pensei.

Consertado o pneu, que estava com a câmara ruim, segundo o borracheiro, notei que a estabilidade do carro ia de mal a pior. Tremia muito, a aceleração não correspondia ou vacilava, um conjunto todo de sintomas muito preocupante para um Uninho todo carregado. Luzes acendiam no painel, o motor fervia o tempo todo. Felizmente estava com a pet de Coca cheia de água quando o trânsito finalmente parou em Arujá, pouco antes de Guarulhos. Carro parado ferve muito mais rápido que um em movimento, como se sabe, então logo que começou o afunilamento completei o nível de água. Não adiantou. Fervia a cada minuto, vacilando a cada arrancada e tendo pequenas baixas na eletricidade.

Nunca chegar em casa foi tão bom. Algo que precisava ser feito foi feito. Agora tenho de volta todos os preciosos bens acumulados em mais de 20 anos de pouco trabalho e muito tempo livre. Ahoy.

02/01/2007 11:56    | Comentários (5)

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