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abril 24, 2006

Sou do tempo em que torcedor torcia

A imprensa esportiva é algo realmente sensacional. Quando as torcidas organizadas paulistas fazem uma carnificina nos estádios, tem que mandar prender, acabar com esses animais. Pois foi a casa palmeirense cair após a chapuletada do Figueira que a equipe da Record, tentando obter informações do clube, entrevista nada menos que o PRESIDENTE DA MANCHA VERDE ou algo que o valha. Isso foi ontem à noite, naquele programa do Milton Neves, que apresenta debates apenas nos intervalos entre os blocos de comerciais.

Em primeiro lugar, se discordam do comportamento das organizadas, ao entrevistar alguém ligado a elas não estão fazendo nada menos do que justificar a sua presença, delegando um valor de fonte a alguém que, teoricamente, deveria estar na arquibancada torcendo e não falando de negociações como se fosse um empresário. É mais ou menos como entrevistar um bicheiro pra falar da economia.

Além disso, se um clube chega ao ponto de um DIRIGENTE DE TORCIDA ficar falando de transações, inclusive mantendo contatos com jogadores e opinando sobre a demissão ou não do técnico, tem mais é que fechar as portas. Falar nisso, elas não estavam PROIBIDAS DE EXISTIREM?

Eu não tenho nada contra torcidas organizadas, mas aqui no Rio Grande do Sul elas sempre foram caracterizadas por torcerem, protestarem e, no máximo, entrarem de graça nos estádios.

Regendo a charanga,
Douglas Ceconello.

Publicado em abril 24, 2006 5:59 PM

Comentários

Te acompanho nesta dor.
Vi a mesma entrevista lamentável enquanto esparava a bóia.

Mais uma vez, é, de fato, lamentável.
Tanto discursam verborragicamente contra organizadas, mas quando é pro circo pegar fogo, eles tão lá, lado a lado com a Mancha.
Aquele era Paulo Serdan (se é que se escreve assim) 'Presidente de Honra' da Mancha Verde.

De outra parte, vocês devem ter reparado na atenção que mantinham os participantes do programa nas palavras do cara, como se fosse aquilo que iria acontecer mesmo; o Leão cair e o Cerezo aparecer pra treinar já na 2a. Não sei dos acontecidos de hoje, mas imagino que não tenha ocorrido assim, pelo menos ainda não.

Publicado por: Vitor VEC em abril 24, 2006 6:18 PM

Esse M.Neves é rídiculo, peço à todos que nem vejam esse idiota, o jornalismo dele (isso que ele nem é formado) é baseado na polêmica. As organizadas aqui no estado de SP são ridículas, brigam até no carnaval, e o tal do Capez (O juiz que é contra as organizadas) só aparece na TV, se é que vai no estádio vai é lá nos camarotes. A Mancha desafiou o time principal do Palmeiras para uma partida, e ainda deram a vantagem do empate.

Publicado por: Fabricio Grzelak em abril 24, 2006 6:27 PM

Vítor, realmente eles estavam escutando o cara com mais atenção do que dariam ao presidente do Palmeiras. E são os mesmo que pedem a extinção das organizadas em outras ocasiões e que se julgam baluartes da ética.

E, sim, Fabrício, foi sensacional essa história de desafiar o time do Palmeiras. Se a Mancha ganhasse, pediriam a saída de alguns jogadores. Se perdessem, não criticariam mais. Que várzea.

Publicado por: Douglas Ceconello em abril 24, 2006 7:06 PM

Ah, e o Leão já era.

Publicado por: Douglas Ceconello em abril 24, 2006 7:12 PM

Fala-se em Tite no Porcão, será que o campeão gáucho pelo Caxias vem ?

Publicado por: Fabricio Grzelak em abril 24, 2006 7:39 PM

Mas aqui em SP (Moro no interior, jamais irei morar na capital), as organizadas são assim. Veja, Vcs ai acompanham somente os times da capital por causa da imprensa ficar mais cima dos times de lá, mas veja, no Guarani de Campinas os torcedores derrubaram o presidente (Que derrubou o time de divisão 4 vezes em 5 anos), mais perto de Americana/SP, onde resido, existe o time do União Agrícola Barbarense, time que o Grêmio enfrentou e ganhou se não me engano de 2 x 0 ano passado na Série B, a torcida entrou com recurso via tribunal para derrubar a parceria que eles tinham aqui com um ucraniano (Aqui é conhecida como a MSI do interior ou MSI Caipira). É, no Sul desconheço casos semelhantes.

Publicado por: Fabricio Grzelak em abril 24, 2006 8:26 PM

Fabricio: o torcedor (vou falar especificamente do do Grêmio, mas acredito que seja fenômeno idêntico com as torcidas vermelhas) é bem alienado. Ou é um protomarginal que, genericamente, só quer se drogar (as antigas organizadas gremistas) ou desejam especificamente ver o jogo torcendo, sem influir no clube em si (genericamente, também, os que compõem a Alma Castelhana).

Há poucos movimentos de sócios - primeiramente no Inter, posteriormente no Grêmio - que propõem renovação nas castas diretivas et alii. Estes movimentos têm pouca visibilidade na mídia - exatamente por esta comer na mão dos dirigentes, ou vice-versa (relação altamente viciada). Eu faço parte de um desses movimentos de sócios (http://www.gremionovo.com.br), e angariar a simpatia dos outros sócios é tiro na água. Com o trabalho de seis anos conseguimos montar um mailing de oito mil sócios - só que mobilizar todo esse quociente é quase impossível (visto que nas últimas eleições para presidente - as primeiras com voto direto do sócio, após filtragem do conselho, por exemplo, o quórum não bateu 2000 votantes). Fazemos abaixo-assinados e operações constantes de mobilização e conscientização frente a torcida, mas a repercussão é pouca ainda pelo que esta pode gerar (principalmente o sócio regularmente inscrito e apto a votar).

Em tempo: a implicância com paranaenses e paulistas era apenas pela briguinha SPxAtlPR, que é um saco de ler. Quanto ao resto, o debate sempre é bem vindo!

Publicado por: Jeferson em abril 24, 2006 11:49 PM

Fabricio: o torcedor (vou falar especificamente do do Grêmio, mas acredito que seja fenômeno idêntico com as torcidas vermelhas) é bem alienado. Ou é um protomarginal que, genericamente, só quer se drogar (as antigas organizadas gremistas) ou desejam especificamente ver o jogo torcendo, sem influir no clube em si (genericamente, também, os que compõem a Alma Castelhana).

Há poucos movimentos de sócios - primeiramente no Inter, posteriormente no Grêmio - que propõem renovação nas castas diretivas et alii. Estes movimentos têm pouca visibilidade na mídia - exatamente por esta comer na mão dos dirigentes, ou vice-versa (relação altamente viciada). Eu faço parte de um desses movimentos de sócios (http://www.gremionovo.com.br), e angariar a simpatia dos outros sócios é tiro na água. Com o trabalho de seis anos conseguimos montar um mailing de oito mil sócios - só que mobilizar todo esse quociente é quase impossível (visto que nas últimas eleições para presidente - as primeiras com voto direto do sócio, após filtragem do conselho, por exemplo, o quórum não bateu 2000 votantes). Fazemos abaixo-assinados e operações constantes de mobilização e conscientização frente a torcida, mas a repercussão é pouca ainda pelo que esta pode gerar (principalmente o sócio regularmente inscrito e apto a votar).

Em tempo: a implicância com paranaenses e paulistas era apenas pela briguinha SPxAtlPR, que é um saco de ler. Quanto ao resto, o debate sempre é bem vindo!

Publicado por: Jeferson em abril 24, 2006 11:49 PM

porra, jeferson, "et alii" pra comentar futebol (e, pior, aqui no impedimento) é sacanagem.

Publicado por: dante em abril 25, 2006 9:31 AM

Este complemento do Jeferson é importante, pelo menos pra mim.
Eu, por exemplo, sou um destes 8 mil que recebem os mails do Grêmio Novo.
Fui uma vez no Ovelhão ouvir o tal Bastos não-lembro-o-nome-dele. Mas a coisa se desagrega e hoje ele faz parte de uma vice-presidência. Sem querer cornetear, mas já deve estar na mesma linha dos magnatas de sempre.

Além disso, são os magnatas do estado que mandam nos times; taí o seu Gerdau, os Záchia e outras famiglias, como referidas anteriormente.

Publicado por: Vitor VEC em abril 25, 2006 10:43 AM

E não creio que vamos para o lado da alienação, afinal de contas, o tempo requerdo para se dedicar a uma atividade paralela é grande. Quando se ganha pouco, o 'tempo' parece curtíssimo demais para se investir nas 'amenidades'. O cara que vai no estádio já se imagina contribuinte do clube para que este se mantenha no alto nível que supõe sustentar.

Quanto aos drogados, pode parecer comentário de velho, mas pra mim a coisa tá cada vez pior. To indo cada vez menos na Geral fazer o de sempre, palmas e voz; e cada vez mais indo na Social, aliás, na 'coréia da social', que é o corredor atrás da arquibancada, perto das copas, bebendo e beliscando um amendoim, mas quase sempre de pé, pelo menos pra manter a atitude.

Publicado por: Anonymous em abril 25, 2006 10:44 AM

Quanto ao caso do Guarani, APÓIO A REVOLUÇÃO!
Não que eu seja simpático a este clube, mas incompetência tamanha como a que se vê por lá é digna de manifestações exarcebadas que, por outro lado, não têm sido vistas nos lados campineiros.

Publicado por: Vitor VEC em abril 25, 2006 10:49 AM

Quanto ao caso do Guarani, APÓIO A REVOLUÇÃO!
Não que eu seja simpático a este clube, mas incompetência tamanha como a que se vê por lá é digna de manifestações exarcebadas que, por outro lado, não têm sido vistas nos lados campineiros.

Publicado por: Vitor VEC em abril 25, 2006 10:49 AM

E no caso desta Barbarense/MSI também.
Estas parcerias mafiosas tendem a minar o futebol e para lavagem de dinheiro ele deviam usar o tanque.
Completando, o jogo foi Barbarense 1-1 Grêmio.

Publicado por: Vitor VEC em abril 25, 2006 10:54 AM

Vitor,

Deves ter recebido um mail do MGN hoje falando sobre a reforma estatutária (a autoria é minha). Alguns membros do grupo foram expurgados justamente pelo motivo que tu falas (aliança de interesses com os que mandam efetivamente).

É uma relação problemática, no entanto. É óbvio que, para estar em uma vice-presidência, se precisa estar em conformidade com o "plano de governo" que é proposto. No entanto, podes perceber que nossa intenção é ir além dessas intervenções "envia-mensagem-de-protesto-e-fica-com-a-bunda-na-cadeira". Às vezes se paga o preço e se perde visibilidade, mas todas as atividades relativas ao quadro social tem sido feitas, exclusivamente, por nós.

É óbvio que eu não estou plenamente satisfeito com isso. Mas trilhando o caminho sem perder o foco, se alcança.

Publicado por: Jeferson em abril 25, 2006 1:13 PM

Jefferson, nem existe briga entre SPFC x Atl-PR, é coisa da imprensa, mas é a mesma coisa quando o Grêmio dos bons tempos de Felipão cansou de tirar o Palmeiras/Parmalat das competições no estilo mata-mata, aquela época não existia blogs e a internet estava limitada a poucos usuários no Brasil e quando ia à POA visitar meu irmão lia os diários gaúchos e os paulistas para ver ambas as opiniões e era pau pra tudo que é lado. No Atl-PR o sonho hoje é terminar a Arena e foi votada para construir anexo um ginásio (A outra opção era um hotel). Quem conhece a Arena sabe que o bairro onde ela situa-se é uma área nobre em Curitiba e o dono do terreno à época sabia que uma hora ele ia receber uma proposta boa para vender, além do ex-dono ser torcedor do rival, o que dificulta um pouco a negociação. Sabe que uma época a RBS fez uma proposta de compra da RPC, afiliada globo no PR e não deu certo. Na época torci para que ocorresse o negócio pois a imprensa paranaense não tem formadores de opinião. Até aqui onde resido, no interior de SP, as emissoras locais falam dos times da região mais que os times da capital.

Publicado por: Fabricio Grzelak em abril 25, 2006 1:33 PM

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