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julho 6, 2006

Porque temer e porque acreditar?

Certo, estamos na final. Pois, para efeitos futebolísticos, já é domingo e 1 bilhão de pessoas já se aquecem na expectativa de ver mais uma final, mais uma história que tem seu arremate hoje, domingo, 9 de julho de 2006. Italia e França se encontram e clássico tem o equilíbrio como marca inicial para o ponta-pé de partida.

Elenquei alguns argumentos pró-França e pró-Italia, vamos ver no que vai dar.

Comuns de ambos:

1 - Ambos nunca estiveram atrás no placar durante a copa, o que pode ser um fator de pressão para o que levar o primeiro gol na final, se houver gol, vai se saber isso é positivo ou negativo, e pra quem?

2 - A diferença que faz o hino.
A organização da Copa nitidamente prejudicou a campanha argentina ao editar toscamente a execução do hino no início das partidas. Aconteceu que eles simplesmente desprezaram a parte cantada da obra. Quando Maradona, Riquelme e toda gente se preparava, puxando mais ar dos pulmões, acabava a música, restando nada mais que aplaudir a merda feita pelo Beckenbauer e cia.
E pra quem assistia aqui no Brasil, havia o agravante de que a Globo colocava a tradução da letra no momento em que não se canta, já que só a introdução era executada, e ter de ouvir os comentários corneteiros do pessoal da Globo como "E eles não cantam o hino, Casagrande? Será que existe um clima de discórdia no time dos hermanos?
E ambos têm hinos fortes, decentes. Canta-se com alma encarcada e transbordante de ânimo. Antes de começar o jogo, na hora dos hinos, Italia e França estarão empatadas.

"ALLEZ LES BLEUS!"

1 - Exmplos clássicos recheiam a história do futebol com times que iniciam uma disputa desacreditados e que ganham força ao longo da competição. Falamos mais especificamente de Ale-54, Ita-82 e Bra-94. Pode-se dizer que muitos mais países eram desacreditados no início e confirmaram suas eliminações mais cedo ou mais tarde, mas isto já não pode ser considerado na final. Final é final, um jogo só que coroa a campanha campeã e põe no purgatório o perdedor junto com todos os outros coadjuvantes.

2 - No retrospecto histórico, o melhor meio-de-campo francês até o momento, Platini, Giresse e Tigana fez um 2-0 tranquilo em 86 nas oitavas contra uma Azzurra desbotada de 82. É o momento do segundo melhor meio-de-campo galo sobrepujar a mesma Italia para ser considerado o melhor da história definitivamente.

3 - Outro histórico remete a um passado não muito distante, no tempo e no espaço; o Euro-2000, na Holanda-Bélgica. Favoritos absolutos, os franceses passaram sem sustos pela primeira fase, cruzaram por España nas quartas, 2-1. Mataram Portugal subitamente na semi, 1-0. E Trezeguet entrou para a história ao virar um jogo perdido até os 47' do 2o. tempo. Italia 1-0, nas arquibancadas já soa e se faz escutar por toda Europa a 'Marcia Trionfale' de Verdi. O único descuido defensivo italiano na partida custa o título e leva o jogo para a morte súbita. Animados pela sobrevida repentina, os franceses tomam a iniciativa na prorrogação, matam o rival pelos pés de Trezeguet, o reserva eterno, e a segunda taça européia finalmente desembarca no Charles de Gaulle. Repetem os mesmo adversários de antes e pela ordem (à exceção do Brasil, é claro, que não é europeu), España, Portugal e Italia.

4 - Zidane pôde descansar contra Portugal e domingo estará pronto para se apresentar no grande estilo que a final pode exigir dele. Há de ser figura central novamente neste jogo já que contra Portugal não mereceu maior destaque que qualquer outro em campo. Fez o seu trabalho, cumpriu o dever, atingiu a meta, foi decisivo, como pode ser decisivo um Zidane numa semifinal de copa contra Portugal num 2006 às vésperas de se retirar do futebol.

5 - Seria bonito de se ver a França se vingando de 1870 pela via do esporte mais popular do mundo e tomar Berlim em represália aos acontecidos de 136 anos atrás. Só não vale pedir nova demarcação da fronteira entre ambos. Aachen/Aix-la-Chapelle se manterá alemã, por mais duro que possa ser ao francês intelectual clássico ver a sede de seu grande Império Franco pertencer â Alemanha desde aquela guerra.

6 - A defesa é tão sólida quanto a italiana. Zagueiros experientes e fortes, estou certo de que Foguinho adoraria vê-los em ação, foram apenas dois gols sofridos. O seu tendão de Aquiles é o de sempre, Fabien Barthez. Não é normal que um cara desses seja goleiro de uma seleção do primeiro nível mundial. Numa copa em que observamos muitos dos melhores goleiros do mundo, Barthez não merece a mesma consideração dos outros.

7 - Se a disputa tiver que ser decidida nos pênaltis, ja se sabe que este azul será o campeão. Já tivemos o mesmo confronto direto nas quartas de 98. 0-0 em 120 minutos e depois...

8 - Jogará de branco, o que tem dado sorte ator galo.

AVANTI ITALIA!!! TESTA DI CAZZO, AFFANCULO, PORCA MISERIA SCHIFOSA!!!!!

1 - Analisando os elencos, é mais forte. Fala-se muito no Zidane, mas são necessários mais dez pra fechar o time e a genialidade só aparece quando o conjunto está bem aparafusado e não tem nenhuma arruela solta. Italia conta com mais equipe, mais grupo sólido, mais individualidades capazes de mudar a história (até Gilardino é capaz disto, como se viu na 3a.-feira), conta com um banco de reservas com opções melhores para mudar a partida.

2 - Desde as oitavas do México-86 contra a própria França, mantém uma invejável posição de invencibilidade nos 90 minutos, tendo sido eliminada apenas nos pênaltis em 90, 94 e 98 e no gol de ouro em 2002.
Em 90 houve um 6-1-0, com eliminação na semi contra a GoycoArgentina. Em 94, um 3-3-1, com Baggioderrota na final. Em 98, um 3-2-0, com eliminação nas penalidades contra a mesma França nas quartas. Em 2002, a operação 'Dae-Hae-Min-Goo' foi extremamente maléfica para Italia nas oitavas. Três gols anunlados, dois pênaltis não marcados, uma expusão de Totti e nenhum gol marcado. Depois o gol de (sic) ouro?!? Enfim, um 1-2-1 algo medíocre, mas não se pode fazer muito contra 11 jogadores, um trio de arbitragem, um estádio lotado, e DOIS PAÍSES contra si. O total desde 86 é um recorde de 17-10-2, sendo que as derrotas foram na 1a.fase em 94 - Irlanda 1-0 - e 2002 - Croácia 2-1. Se retrocedermos mais, vamos encontrar um 22-15-3 desde 82, inclusive.

3 - Esta squadra tem preparo físico e emocional acima do normal, à exceção do tosco De Rossi, que pela graça divina foi suspenso por uma meia dúzia de jogos. Depois do incidente contra os americani, e do empate no jogo irregular, vem a Azzurra trilhando seu caminho via final sem exaltações. A expulsão de Materazzi contra Austrália foi rigorosa demais, o vermelho foi dado pelo 'conjunto da obra'

4 - Quando chega em finais e não enfrenta o Brasil, resulta em taça.

Fatores culturais, etnográficos e emocionais dominarão a partir de agora, prova de que continuo transtornado desde os fatos ocorridos entre as 17:55 e 18:30 da 3a.-feira, 4 de julho de 2006. Tem gente que odeia a aproximação, mas eu creio ser inevitável relacionar a 'cultura média que forma uma nação ao estilo de jogo de seus representantes'; porque todos têm raiz no mesmo caldeirão, chame-se este de Italia, França, etc.

5 - Roma em chamas. Desde Nero, não se vê nada parecido

6 - No campo das idéias, vale bem mais o anarco italiano de Gramsci que o existencialismo francês de Sartre, mas a fama distorceu nitidamente este fato, e celebra-se muitas vezes mais a linha do 'Penso, logo existo'. Tem milhões no mundo que existem, mesmo sem pensar. Em época de eleições vemos isto em enormes demonstrações de 'patriotismo' de gente demente que vai até a urna, digita o seu voto e uma semana depois sequer lembra em quem depositou sua confiança.

7 - É marcante o espírito aventureiro, Marco Polo e Cris Colombo que o digam. Na hora da necessidade, não haverá problemas em atirar-se no desconhecido e desbravá-lo em busca da conquista final.

8 - E pra fechar, existe um estilo itálico de escrever e imprimir tipos, mas não existe um estilo frâncio ou coisa parecida. OK, a última é forçada mesmo, só pra ficar no empate 8-8.

E era isso, temo pela non fortuna e que a BEFANA esteja bem-humorada na domenica sportiva.

Saúdos/ Saluti, Vitor VEC

Publicado em julho 6, 2006 11:12 AM

Comentários

IH VELHO A RESPEITO DE SEU COMENTARIO DE QUE A FRANCA NUNCA ESTEVE ATRAS DO PLACAR É MENTIRA. CONTRA A ESPANHA A EQUIPE SAIU PERDENDO

Publicado por: felipe lajus em julho 6, 2006 11:28 AM

bá, tu invocou a BEFANA.

ganharemos certo.

Publicado por: dante em julho 6, 2006 12:47 PM

BEFANA = VITÓRIA

Publicado por: Mojo em julho 6, 2006 2:30 PM

A França tomou Berlim. E o ano foi o de 1945. "Setor americano, setor soviético, setor britânico, setor francês".

Imprecisão, seu outro nome é crônica esportiva.

Publicado por: José Genebaldo de Araxá, MG em julho 7, 2006 9:40 AM

Bah, essa passou longe. O cara quer me convencer que o setor francês existia. Mera fachada, até porque o general De Gaulle comandou (?!?) a resistência do exílio (!!!).
Tu me diz um soldado francês que tenha chegado a Berlom por força da luta e do movimento de tropas que eu acredita que Berlim foi tomada pela França na WWII.

Publicado por: Vitor VEC em julho 7, 2006 10:04 AM

Berlim era americana. 'Top Secret' e 'Gotcha!' estão aí para confirmar.

Publicado por: Vitor VEC em julho 7, 2006 10:06 AM

Berlim era soviética. O MURO estava lá para confirmar.

Publicado por: Vitor VEC em julho 7, 2006 10:42 AM

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Publicado por: topicstarter em outubro 18, 2006 7:06 PM

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