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Cientistas guiam homem vendado por controle remoto

agosto 9, 2006

Aplicando uma corrente elétrica atrás das orelhas de voluntários vendados, cientistas foram capazes de guiá-los, via controle remoto, por um jardim botânico de Sydney, Austrália.

Se a pessoa estiver ereta, o estímulo gera a sensação de que as orelhas estão se aproximando dos ombros, como se o corpo estivesse balançando, e o corpo efetivamente balança, para compensar, e o resultado é perda de equilíbrio. (Estado)

Cientistas guiam homem vendado por controle remoto

Os pesquisadores podem guiar os voluntários sem fazê-los perder o equilíbrio, desde que eles mantenham a cabeça inclinada

LONDRES - Aplicando uma corrente elétrica atrás das orelhas de voluntários vendados, cientistas foram capazes de guiá-los, via controle remoto, por um jardim botânico de Sydney, Austrália. A eletricidade aplicada nos ouvidos afeta o equilíbrio e o senso de orientação.

Quando caminhamos, explicam os pesquisadores, é preciso manter o corpo em pé e fazê-lo seguir na direção correta. Em condições normais, fazemos isso usando informação dos olhos, dos ouvidos e vários sinais que vêm do ambiente. Mas quando uma pessoa é vendada - ou tem de andar no escuro - os ouvidos se convertem no principal órgão de orientação e equilíbrio.

A técnica de controle remoto, chamada "estimulação galvânica vestibular" (GVS, na sigla em inglês) usa eletrodos posicionados na pele atrás das orelhas. Esses eletrodos estimulam o sistema vestibular do ouvido interno, responsável pela sensação de equilíbrio. Os sinais artificiais gerados pelo GVS criam ilusões no sistema.

Caminhadas às cegas por controle remoto não são exatamente uma novidade, explica um dos autores do trabalho, Richard Fitzpatrick, entrevistado pelo serviço noticioso news@nature. O efeito foi demonstrado em 1999, mas nesses estudos iniciais "a caminhada não parecia normal". Os impulsos elétricos afetavam o equilíbrio, e os voluntários tropeçavam e esticavam os pés para não cair.

Agora, os pesquisadores podem guiar os voluntários sem fazê-los perder o equilíbrio, desde que eles mantenham a cabeça inclinada para a frente ou para trás. Se a cabeça estiver na posição normal, o impulso elétrico fará o voluntário cair.

Isso acontece, explicam os cientistas, porque o sinal elétrico têm o feito de fazer a cabeça girar em torno de um eixo que vai da nuca ao nariz. Se a pessoa estiver ereta, o estímulo gera a sensação de que as orelhas estão se aproximando dos ombros, como se o corpo estivesse balançando, e o corpo efetivamente balança, para compensar, e o resultado é perda de equilíbrio.

Mas com a cabeça inclinada, o eixo da nuca ao nariz assume uma posição vertical. (Estado)

Walter Valdevino Estudo Comentários (0) Comentários (0)