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Lavar as mãos limpa a consciência, diz estudo

setembro 21, 2006

De acordo com o estudo, publicado na semana passada na revista "Science", os seres humanos têm um grande desejo de se lavar, literalmente, após ter agido contra seus ideais, como se a água contribuísse de alguma maneira para lavar essa parte do cérebro onde se aloja a consciência.

"A associação entre a pureza moral e a física foi algo disseminado por tanto tempo que é surpreendente que ninguém ainda a tivesse provado empiricamente", disse Chen-Bo Zhong, pesquisador da Universidade de Toronto e co-autor do estudo. (Globo)

Lavar as mãos limpa a consciência, diz estudo

Segundo a pesquisa, publicada na revista "Science", os humanos têm um grande desejo de se lavar após ter agido contra seus ideais

SAN FRANCISCO - Os cientistas recorreram à obra de William Shakespeare para batizar com o nome de "efeito Macbeth" a tendência que, segundo um novo estudo, faz com que as pessoas lavem as mãos quando se sentem culpadas.

Isso já era sabido desde os tempos de Pôncio Pilatos, o procurador romano que lavou as mãos no histórico gesto com o qual quis distanciar-se da decisão tomada pela multidão, que escolheu salvar Barrabás em vez de Jesus.

Mas foram necessários 2 mil anos para que este gesto intuitivo - o de lavar as mãos após ter cometido alguma baixeza - fosse reconhecido pela ciência.

De acordo com o estudo, publicado na semana passada na revista "Science", os seres humanos têm um grande desejo de se lavar, literalmente, após ter agido contra seus ideais, como se a água contribuísse de alguma maneira para lavar essa parte do cérebro onde se aloja a consciência.

"A associação entre a pureza moral e a física foi algo disseminado por tanto tempo que é surpreendente que ninguém ainda a tivesse provado empiricamente", disse Chen-Bo Zhong, pesquisador da Universidade de Toronto e co-autor do estudo.

Zhong deu o nome de "efeito Macbeth" a esta necessidade de lavar as mãos, em homenagem à famosa tragédia do dramaturgo inglês na qual Lady Macbeth manipula seu marido para que assassine brutalmente o rei da Escócia, e tem a ilusão de que, em suas próprias palavras, "um pouco de água limpará esta ação".

Faz tempo que os psicólogos sabem que quando as pessoas agem contra sua ética, sentem a necessidade de compensar. Mas o que não havia sido provado empiricamente até agora é que esta necessidade de compensar se traduz em algo tão físico como lavar as mãos.

Em uma das experiências com os estudantes da Universidade Northwestern, em Illinois, os pesquisadores dividiram suas "cobaias" em dois grupos.

Foi pedido às pessoas de um dos grupos que lembrassem de uma ação pouco ética que já tivessem cometido, enquanto as pessoas do segundo grupo tiveram que fazer uma ação ética, como devolver uma bolsa perdida.

Posteriormente, os estudantes puderam escolher entre dois pequenos objetos: uma lapiseira ou uma toalhinha úmida.

O dobro de pessoas do grupo que tinha se encarregado de lembrar de alguma ação da qual se arrependiam escolheu a toalhinha com anti-séptico.

Em outra experiência, os pesquisadores chegaram à conclusão que os membros do grupo dos "pecadores" dava muito mais valor a produtos de limpeza que os do outro. (Globo)

Walter Valdevino Comportamento , Estudo , Intriga , Terapias Alternativas Comentários (0) Comentários (0)