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Inosensu

Três dias e algumas centenas de MB depois eis que tenho em mãos o Ghost in the Shell 2: Innocence, lançado esse ano no Japão e que provavelmente vai demorar algum tempo pra chegar no Brasil. Apesar de uma recepção nem um pouco calorosa no festival de Cannes, resolvi encarar uma hora e meia de japonês não legendado e imagens gravadas in loco com uma miniDV na mão. Posso dizer que é um belo trabalho.

Innocence alia animação clássica com digital em um filme muito mais noir que o seu predecessor. Cenas longas, pouco iluminadas; a única cor saturada sendo o neon refletido na janela do carro (que apesar do ambiente hi-tech século 22 mais parece um Ford da década de 40).

Com a Major Kusanagi fora de cena pairando em algum lugar da 'rede', a trama é centrada no detetive Bateau, que investiga o caso de uma boneca construída para os prazeres sexuais que assassina brutalmente o seu dono. Bonecos que têm uma representação muito forte durante todo o filme, aparecendo como contrapontos aos (quase)humanos e novamente levantando a discussão do limiar entre homem/máquina.

Um filme lento, com cenas que para alguns críticos são apenas masturbação artística, mas que para mim garantiram a tônica de toda a película (pixels no caso). Em uma cena visualmete estonteante (e que se segue por bons cinco minutos) bonecos gigantes e carros alegóricos são manipulados em uma festividade pelas ruas de alguma cidade oriental; ao lado correm crianças fantasiadas que vestem máscaras desproporcionalmente grandes.

Devo esperar algum louco traduzir tudo e colocar as legendas online pra que eu possa falar de conteúdo. Por enquanto apenas digo que as imagens são sublimes. Vejam.