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Realmente há algo de podre...

Comentávamos esses dias, eu e o Menezes, que o dia começa e termina com os cheiros do Mercado Público. Fossem das especiarias, queijos ou inúmeras variedades de erva mate tudo bem, mas o odor de peixe parece estar impregnado no interior e arredores do prédio.

Não é um cheiro comum de peixaria, daqueles que até dá vontade de comer um camarão frito depois. O elemento nauseabundo tem um quê de acidez, talvez resultado de uma mistura de água, sal, peixe e óleo de caminhão. Nada sutil, perfura as narinas a ponto de dizer chega.

De certa forma um pouco nostálgico, pois depois que o Mercado foi completamente restaurado em 1997 o peixe nunca havia se pronunciado tanto. Com uma leve garoa arrastando o cheiro por quadras enquanto um camelô tocava Jean Michel Jarre a todo o volume, a volta pra casa na noite de ontem chegou a ser apoteótica.

Não quero sair apontando dedos à administração que assumiu a prefeitura em Janeiro, mas antes da virada do ano o passeio nos arredores do Paço Municipal ainda era algo agradável. Nem clássico café ou salada de frutas no interior do Mercado tem se salvado.