O OUTRO LADO DA PONTE
Fui a Niterói ontem à noite. Os motivos não vêm ao caso. Quando o lugar em que estava começou a oprimir, me dediquei a uma das coisas que mais gosto: procurar bares desconhecidos em uma cidade desconhecida. É muito massa quando as ruas começam a fazer algum sentido após algumas tentativas frustradas de encontrar seu nexo. A gasolina estava acabando, mas havia bastante para voltar ao Rio, pelo menos. Indo na medida do possível em direção à orla acho que procurava Icaraí, pela fama de ser a Copacabana deles (para ser Copacabana tem que ter muito bar, ora) - mas não tinha muita noção do que queria, na verdade. Creio que falhei. No entanto, uma concentração de bares em uma rua de nome familiar (Quintino Bocaiúva) salvou o final de noite. Tinha a sofisticada filal niteroiense do Devassa, mas sabiamente optei pelo Academia de Niterói. Chope a preço normal e, com fome, tive a alegria de encontrar no cardápio Weisswurst com salada de batata por um preço razoável. Apesar de ser mais de duas horas da manhã o garçom anotou o pedido com uma expressão neutra na cara. Depois de dois chopes, perguntei pelas minhas delícias alemãs. A resposta foi ótima: as batatas estavam sendo cozidas na hora, por isso a demora.
A espera confirmou: delicioso, todo o prato.
Atravessei de volta a ponte. Gordo, bêbado, feliz. E bem acompanhado.
Mesmo sabendo que é no mínimo exagerado - Niterói é a capital da qualidade de vida do Estado e os preços são bem menores que no Rio - tenho que citar uma frase cujo autor me foge da lembrança. Perguntado sobre o que achava da ponte, recém construída, o cara falou, com maestria:
É, por um lado é bom. Pelo outro é Niterói.
07/05/2005 18:03 | Comentários (6) | TrackBack (0)