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« CELSO ROTH | Home | UMA FICÇÃO »


INSALUBRIDADE NATUREBA

Como o trackback indica, lembrei da história ao ler o post do Parada. Sim, supera todos os limites do real a situação de quem vive na cidade mais bela do país. No último domingo estava em Copacabana pensando o que fazer para evitar as favelas mais perigosas da cidade no caminho da minha praia favorita (fotos no álbum do Orkut). Não há como escapar. Se eu apelasse para a Avenida Niemeyer, teria que passar pelo Vidigal. Se fosse pelo túnel Zuzu Angel, teria a Rocinha ocupada pela polícia. Se fizesse o absurdo de ir pela Linha Amarela, teria que passar pela Faixa de Gaza (Linha Vermelha) e a própria Linha Amarela não é menos perigosa.

Um parêntese sobre o Vidigal. Fica numa das mais privilegiadas áreas da cidade com um vistão de Leblon, Ipanema, Arpoador, Lagoa e, se de um ponto bem alto, até de Copacabana de um lado e São Conrado de outro. Não tenho a menor idéia de como se formou a favela do Vidigal, mas o ponto, a Avenida Niemeyer, foi um conhecido abatedouro de meninas de família nas décadas de 50 e 60, tendo se instalado lá inclusive alguns dos melhores motéis do Rio de Janeiro hoje. Há também o Sheraton Rio e algumas mansões que convivem em perfeita harmonia com o morro em posse do Comando Vermelho e às vezes da polícia. Não há notícia de queixa por roubos, apenas o desagrado de acordar vezenquando com o barulho de rajadas de bala, coisa que rapidamente os ricos do Vidigal já se acostumaram.

O Vidigal se comunica pelo mato com a Rocinha. Ou seja, as duas maiores favelas do Rio se comunicam através de trilhas. E estão em guerra, para melhorar mais.

Não há outra escolha para quem mora na Zona Sul desfrutar das belas praias da Zona Oeste ou dos shoppings da Barra (há quem goste muito) ou para quem mora na Zona Oeste visitar parentes e trabalhar na Zona Sul que passar de carro por duas vias de enorme periculosidade e que por vezes dá merdas bem sérias. É fazer o sinal da cruz, tirar par ou impar e ir. "Ah, mas dar uma merda bem séria é muito raro, deixa de ser cagalhão". Mas dá. E quando dá contigo por perto, pode ser o fim. A saída é abstrair, afinal até segunda ordem tu não vai ser vítima. Tu não pode te privar de fazer as coisas.

Às vezes é até divertido. Como no caso da velha senhora que foi vítima de uma bala perdida enquanto estava sendo velada, ou do modus operandi "bonde do baile", quando alguns meliantes rendem o ônibus com o único objetivo de levarem a si e a seus 150 amigos no baile mais próximo. Como o problema adquiriu dimensões de insolubilidade (adorei essa expressão, usarei sempre) o lance é fingir que nada pode acontecer e quando tu vê tu está em casa. São e salvo. Até que algum bando tenha a brilhante idéia de invadir teu prédio.

Suco de polpa e chope. Corpos malhados e gente com panças descomunais. Igrejas evangélicas e tráfego de drogas. Ainda não foi definida esta insalubridade natureba do Rio de Janeiro. Mas também ainda não inventaram nada melhor que esta cidade.

27/07/2005 13:32    | Comentários (4) | TrackBack (0)

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