O romantismo. Ah, o romantismo de acreditar que se pode desafiar as instituições. O romantismo burro de achar que, finda a mentira do socialismo aplicado, ainda se pode colocar o trabalho em igualdade de condições com o capital.

Os estudantes franceses precisavam ter apanhado em casa. Não apanharam. Seus pais estavam muito ocupados jogando paciência nos computadores das empresas estatais onde trabalhavam, pensando em que espécie de vinho compraria depois no Monoprix, para aplicar uma boa havaianas de pau na cabeça deles. Portanto, dadas as condições, creio que a única solução é a violência policial indiscriminada. Depois de presos, devem ser torturados e algemados em posições desconfortáveis por semanas. É o que merecem, é o que imploram a cada pedrada que remetem às formações. Sua bandeira é tão ridícula como o tempo em que vivem. Como a esperança no tempo em que vivem.

Fomos todos derrotados. E faz tempo.

A única forma de subversão possível é sonegação de impostos e corrupção sem embaraços.

O povo merece e aceita. E pede mais.

No Brasil, claro. Chegamos ao ponto de saber que não há vitória possível fora a alienação.

A ditadura das massas necessitadas está aí. E a subumanidade leva a um novo socialismo. De mão de obra quase grátis, de qualidade duvidosa nos produtos, do esmagamento de toda espécie de bom gosto.