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Alguns macacos e pássaros podem pensar no futuro, diz estudo

maio 19, 2006

Macacos que se lembram de apanhar as ferramentas corretas a fim de obterem recompensas e pássaros que escondem comida uma segunda vez quando acreditam que haja rivais os observando podem pensar no futuro —um traço que até agora era visto como exclusividade dos seres humanos, constataram cientistas.

Dois conjuntos de experiências cuidadosamente planejadas cujos resultados são publicados nesta sexta-feira pela revista Science demonstram que os gaios e os símios de grande porte podem planejar ações para o futuro de uma maneira que transcende a simples coleta de alimentos, tal como praticada por esquilos, raposas e alguns outros animais.

"Planejar o futuro não é característica exclusiva dos seres humanos", escreveu Thomas Suddendorf, da University of Queensland, em Brisbane, Austrália, em comentário sobre os estudos.

"Os macacos e os gaios também podem antecipar necessidades futuras por se lembrarem de eventos passados, o que contradiz a noção de que esse comportamento cognitivo só existe nos hominídeos", acrescentou o cientista.

Em uma experiência, Nicholas Mulcahy e Joseph Call, do Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology, em Leipzig, Alemanha, testaram bonobos, símios que são parentes próximos dos chimpanzés e orangotangos, no zoológico local.

Eles conduziram diversas experiências, as quais requeriam que os macacos lembrassem uma maneira complexa de receber uma recompensa e lhes ofereceram a oportunidade de usar ferramentas para tanto.

Até então, as observações do uso de ferramentas e planejamento envolviam apenas casos de fome imediata pelos animais, o que não envolve planejamento em longo prazo, argumentaram os cientistas.

"Assim, quando os chimpanzés carregam pedras para quebrar nozes ou as gralhas da Nova Caledônia criam ferramentas em forma de ganchos para capturar insetos, o fazem para satisfazer a fome imediata que sentem, e não uma fome futura", escreveram.

Mas os pesquisadores criaram um teste no qual os macacos teriam de inserir um tubo plástico no orifício superior de um cilindro para obterem a recompensa -no caso, uvas.

Para passar nos testes, os animais tinham de se lembrar de levar a ferramenta certa com eles, ao deixarem sua sala, e de trazê-la de volta posteriormente. Orangotangos e bonobos passaram no teste em diversas ocasiões, segundo os cientistas. (Terra)

Walter Valdevino Estudo Comentários (0) Comentários (0)