SOBRE RECOPA SUL-AMERICANA, TRÍPLICE COROA ET AL
A situação é a seguinte:
A) O Grêmio pode ganhar do Boca Juniors, ser o segundo tricampeão brasileiro da Libertadores em cima de um time que eliminou dois anos seguintes o Inter da Sula e ainda por cima dar um nó tático estilo pega-catalão no Milan e acabar com qualquer argumento colorado conquistado no ano passado. Colorados mudos até segunda ordem.
B) O Grêmio pode ganhar do Boca Juniors, blablablá... anos seguintes o Inter da Sula, e perder para o Milan como perdeu para o Ajax. O cenário melhora um pouco para os vermelhos, que terão que enfiar no rabo o arqui-rival ter conseguido levar a melhor em cima do Boca, que fez o Inter de freguês duas vezes, mas pelo menos vão poder rir de ver o tricolor ir da Azenha para Yokohama para perder do time de Kaká e Ronaldo Nasário.
C) A opção favoritona de todos os colorados é esta: o Grêmio perde do Boca Juniors. É provável, mas nada mais é garantido. Já ficou chato o suficiente o arqui-rival entre os dois finalistas do torneio do qual também participou, abocanhando milhões em direito de televisionamento e mandando pra vala queridinhos da Globo como São Paulo e Santos. Mas seria bem chato ficar provado que mais copeiros são eles e ponto final, tendo a barra gremista que enfiar no cu a lamentável faixa referindo a falsa superioridade de Maradona em espanhol que portava no Olímpico.
Valorização do futebol gaúcho é o caralho: ganhando a Libertadores consecutivamente ao Inter e com rivais mais glamurosos seria a consagração do tricolor, seria a afirmação da rivalidade grenal no cenário internacional (ai) só que com uma declarada vantagem para um dos lados.
Mas de qualquer forma, mesmo perdendo esta final, já é uma vitória previamente consumada dos gremistas o pavor que estão impondo a todos os rivais e principalmente ao maior deles. No ano seguinte ao maior título que um clube pode conquistar ter que cogitar a hipótese de ver o vizinho que tu odeia no mesmo lugar onde tu esteve na véspera é uma humilhação sem precedentes na história das rivalidades clubísticas. Ter mais uma vez que voltar a atenção para o Grêmio é um presente de grego da diretoria colorada para nós, mas já não dá pra dizer que o tricolor forma equipes eficientes ao acaso. Já foram acasos demais. É alguma outra coisa. Não ouso ir além disso. Estou apavorado como um maia ouvindo os tiros cada vez mais próximos das garruchas espanholas.
Ah, sim. O Inter jogou só mais ou menos e impôs uma vitória incontestável sobre o triste Pachuca, mais um exemplar do triste futebol mexicano. Eee. Não fez mais que a obrigação perante a qualificação do adversário, mas corre o risco de ter o feito sonoramente abafado nos próximos 15 dias. E não pode fazer nada em relação a isso, não na mesma proporção, pelo menos não este ano.
08/06/2007 01:10 | Comentários (12)