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« março 2007 | Principal | maio 2007 »


VERDADEIRO COLOSSO*

Agora é oficial, tenho muita inveja do Club Atlético Boca Juniors. Fizeram os três que precisavam já no primeiro tempo, empilharam mais os três que o Inter não fez semana passada no segundo e o jogo nem terminou ainda, mas eles já tem na home a chamada: "Boca baila e pasa", com resultado e foto. É a certeza de bravatear e saber que não vai quebrar a cara, tudo o que tu pode querer de um time. Chega a ser humilhante olhar a faixa "Esto es Boca!!!" e pensar, 'pode crer, pode crer', absolutamente convencido. E não é nenhum timinho, é o maior time da Bolívia o que tá sendo taxativamente humilhado em Vélez.

Além de tudo eles não têm nenhum Juninho, Marcão, Tuta, Ceará... eles tem o... PALACIO. Definitivamente superior.

Update(23h08min): Foi eu dar publish e fazem o sétimo.

* Fique registrado desde já que sei que vou me arrepender deste post.

26/04/2007 22:53    | Comentários (1)


ANOS 00 - À ESQUERDA

Gostaria de poder ser otimista. Acredito vagamente que o otimismo gere uma aura de positividade em volta dos seres, o que, num círculo vicioso, atrai coisas boas. Mas, além de o otimismo parecer muito piegas, simplesmente não encontro uma base onde ele possa se sustentar. Fora alguns aspectos pessoais, vejo uma conjuntura bastante precária. Esta década está se encaminhando para o fim sem que nada de legitimamente seu tenha sido gerado. E não falo aqui de novas tecnologias, mas de estéticas, de projetos em várias esferas. Criações originais. Só consigo enxergar a destruição do que existia. E não acredito que seja miopia do meu pessimismo.

Em 2000 estava recém entrando em um curso novo, após tentativas frustradas em outros que pelo menos me mostraram que o mundo era muito mais que o colégio imbecil onde passara toda a vida pregressa. Conheci a maioria dos amigos que hoje formam meu círculo. Engatei também a primeira relação mais estável. Aprendi que cozinhar é essencialmente arrancar a pele das coisas, cortá-las e jogar numa chapa de óleo quente. Ganhei uma edição enorme do Ulisses, com uma dedicatória meiga. Critiquei cruelmente a dedicatória. Arranjei meu primeiro estágio no final daquele ano. No seguinte, comecei a trabalhar em uma grande empresa de comunicação. Tudo se encaminhava muito bem.

Tudo foi tão bem neste começo que é preciso fazer um esforço enorme para lembrar dos detalhes. Não lembro mais das músicas que tocavam no rádio. Lembro de uma colega grávida. Lembro de caminhar através da Independência para casa, o que me garantem que hoje em dia não se pode mais fazer. Lembro de assinar listas de chamada, de pegar o carro ou nas vezes em que me era negada a propriedade da família um ônibus que parecia demorar muito para chegar. Lembro de ligar o rádio e ser informado que um avião se chocara ao maior prédio de Nova York. Lembro de comparecer apenas protocolarmente a reuniões de pauta no jornal. Lembro de estar sentado em uma mesa da Lancheria do Parque com os barulhos de conversa e louça sendo lavada sem ter muita noção do porque estava ali. Lembro de lembrar que já era hora de ir ao Bambu's ou ao Jéckyll ou ao Ossip. Lembro da sensação indefinível de esperar que alguém específico adentrasse o ambiente onde eu estava, seja qual fosse. Lembro de isso acontecer e de ter certeza que havia sido tão difícil para ela quanto para mim. Lembro também de dirigir até a Zona Sul com alguma justificativa forjada, para acabar na beira do rio procurando sentir alguma coisa ao observar o mecânico declínio do sol até que a paisagem virasse tomate.

Quando a pasmaceira da minha existência chegou ao limite coincidiu de minha família já estar se assentando em outra cidade. As amizades já adquiriam o distanciamento natural à maturidade e eu já não sentia mais o mesmo apego de outrora. Parecia urgir uma mudança, uma fuga. Porto Alegre não parecia mais saudável, não indicava ainda ter alguma possibilidade de surpresa positiva. A década chegava na metade e nada de definitivo havia acontecido, nem na minha vida e muito menos na música. A cerveja uruguaia e as bandas sixties que povoavam o cenário da média metrópole não me tentavam. O que vinha das vilas também estava cada vez mais misturado. Não havia saída fora o aeroporto.

A velha capital foi uma experiência renovadora, o mais perto que lembro de ter chegado da felicidade na vida adulta. Baixei muita música no soulseek. Encontrei pessoas no Orkut. Conheci pessoalmente velhos conhecidos, revi outros do passado remoto. Descobri o que teria me tornado se tivesse desde sempre lá permanecido. Tentei reiteradamente algo definitivo por lá, mas não foi. Desisti de comparecer a shows de rock depois de um apreensivo show do Placebo, que me convenceu da inutilidade de pagar pra ver qualquer banda que ainda esteja em atividade. Os Estados Unidos destruíam o Iraque e mesmo assim nenhuma banda boa surgiu. Finalmente, havia desistido.

Depois disso foi o desespero de Lajeado e finalmente a rendição em São Paulo. Esta parte é um pouco mais conhecida e muito melhor lembrada. Os sucessos relativos (conseguir o primeiro emprego de gente e ver o Colorado campeão do mundo, só pra citar dois) podem comprometer o objetivo do texto, então pularei.

Cada frustração envolve uma pequena pancada emocional. Cada coisa que não dá certo é um pequeno corte na tua alma. No autocentramento, fantasio delirantemente que a ausência completa de criatividade na cultura é uma espécie de projeção de minha própria desilusão em todas as outras pessoas. Nunca se pode desprezar que é impossível ver o mundo de outra posição que não a tua própria consciência. Mas eu gostaria que alguém me mostrasse algo de novo que tenha sido feito.

Numa matinê da TNT estava passando estes dias o De volta para o Futuro 2, aquele em que viajam para o futuro. A data a que vão McFlky e o doutor está logo ali: 2015. Erram em absolutamente tudo, no figurino (100% anos 80, mesmo pretendendo futurismo) carros voadores, hologramas no meio da rua. Mas acertam na reciclagem e (TARÃ) no saudosismo: McFly encontra o Biff do futuro no Bar 80's. \praticamente tudo o que se fez nesta década está resumida nesta cena, gravada ainda nos anos 80.

Quanto a mim, que acabei sendo muito mais do que gostaria o centro disso tudo que se escreveu, concluo que o sentimento em relação a esta década adquire contornos finais quando vejo na estante aquela edição enorme do Ulisses, que jamais fui capaz de ler até o final.

24/04/2007 05:01    | Comentários (10)


CATARRO

Alguém precisa avisar os baluartes do novo britpop que tocar teclado empinando a bundinha não é cool. Ir e voltar empinando a retaguarda e simulando um ataque de pura verve roqueira no teclado não é cool. Não era cool nem quando o Jerry Lee Lewis fazia, era só uma maneira de insinuar o piano no rock, o que na minha opinião fracassa tanto quanto enquadrá-lo na música clássica. A bem da verdade, teclas não são cool. Ingleses não são cool. Ingleses, quando não são hooligans e semelhantes a alemães, têm o catarro e os dentes amarelados pelo frio e pelo cigarro. Não são esportivos. Tudo bem, eles nos deram Beatles e tantos outros, mas vamos separar as coisas. Querer ser inglês por causa dos Beatles é como querer ser paulista por causa dos Mutantes.

A única maneira de fazer um teclado se tornar cool é tocá-lo apenas com uma mão, segurando um cigarro na outra. Katia fazia isso muito bem na Bidê. Uma paulista como poucas. Rita Lee é café pequeno.

19/04/2007 16:50    | Comentários (13)


FACA NA BOTA

Não que alguém se importe, mas tenho postado menos aqui também por ter me envolvido em uma nova tradução. Trata-se de um estudo revisionista que tem por objetivo contestar a imagem pré-histórica que atualmente temos de uma sociedade de núcleo familiar nos mesmos moldes da atual, ou pelo menos da que a sociedade no Ocidente teve até o século passado. Faço esta ressalva porque já em muitos casos não existe mais a centralização da figura autoritária e provedora no pater, a reação feminista inaugurada nos anos dourados e a tradição italiana das matronas muitas vezes tem criado exceções. E já tem tempo que é um assunto muito trendy este da liberação feminina, mulheres de meia idade adoram. Relembra sua juventude de queimar sutiãs em passeatas, do tempo em que ainda podiam recusar propostas ao invés de ter que pagar por sexo. Enfim, o revisionismo em favor de qualquer "minoria" é politicamente correto ao extremo, além de vender bem.

Mas tergiverso. A inspiração deste post veio de finalmente ter assistido na TV ao blockbuster feminista, filme de cabeceira de toda mulher moderna e vencedora. Como todos que viram sabem, Erin colocou três filhos no mundo praticamente em seqüência e, empurrada pelas dificuldades financeiras, abandona os moleques na mão do primeiro motoqueiro que conhece (um motoqueiro MODERNO, que aceita o papel de babá e empregada em troca de matrimônio e sustento, assumindo as tarefas domésticas) e acaba vencendo no mundo profissional apesar de todo o seu despreparo, sua falta de educação e mesmo com o obstáculo de sua notável beleza física - é preciso ser ainda mais brilhante para que os homens deixem de notar seu belo corpo para que prestem atenção no que uma mulher está falando. Uma trama absolutamente afim com os ideais feministas. Só faltava Erin deixar cabelo crescer no sovaco, mas ao invés disso ela apenas insulta seus colegas de trabalho e seus chefes para conseguir se impor neste mundo machista e opressor quando eles demonstram desconforto em relação a suas vestes.

O grande problema das feministas é exatamente esta paranóia da falta de classe. Partindo do princípio que todos os valores da sociedade machista são contestáveis, dão de ombros para a boa educação. No afã de contestar tudo o que levou a esta suposta situação de subalternidade, reviram tudo, até as mais sagradas instituições, até os símbolos mais ternos. Quem já foi ao impressionante Museu de História Natural de Nova York fatalmente se lembrará deste diorama. É uma bonita imagem que ilustra a descoberta de pegadas fossilizadas no Quênia, uma trilha de hominídeos chamados Australopitecos, ancestrais nossos ainda do gênero dos macacos. Mostra a interpretação que paleontólogos fizeram da descoberta: um casal de humanóides fugindo de uma erupção vulcânica, com o macho abraçando a fêmea em uma atitude de proteção. Bonito, não é mesmo? Para estudiosas feministas, apenas um vil exemplo do machismo, uma imagem derivada da expulsão de Adão e Eva do paraíso.

É por estas e outras que faço questão de não respeitar nenhum movimento de contestação. A base destas iniciativas não é nunca a busca da igualdade, mas um revanchismo mesquinho, imensamente pior que a própria ordem institucionalizada das coisas, lixo contra o qual já falei muito e ainda falarei bastante, mas não agora. Por ora, apenas deixo o recado: feministas do mundo, aproveitem o falocentrismo social para dar umazinha.

18/04/2007 16:06    | Comentários (11)


A MENINA SEM ESTRELA*

Tento receber com elegância todas as vicissitudes da vida, é o mínimo e o máximo que se pode fazer - é praticamente a única coisa que se pode fazer. Mas tem vezes que é sacanagem. Não que me desole a situação do colorado, mas a suprema ironia de acontecer merda justamente quando o time parece ter tomado vergonha.

E especialmente em como isso espelha meu MOMENTO pessoal.

Mas não vou ser explícito quanto a isso. O importante é este conceito que a realidade te mostra a patadas: que não basta fazer a coisa certa, tem que já ter feito a coisa certa. Tem que fazer a coisa certa sempre. E não basta nem isso: tem que fazer tudo isso e ainda ter estrela. Sem tudo isso, sem estrela, tu depende dos ventos. Que nem sempre sopram.

Às vezes o Minuano inverte e sopra a favor do Uruguai, como na noite desta quinta.

* Possivelmente o mais bonito título em língua portuguesa.

13/04/2007 01:25    | Comentários (0)


RETRATOS DO RIO - PARTE 1

Image74.jpg

Seu Jairzinho e a esposa apóiam a intervenção militar proposta por Cabral.

10/04/2007 16:49    | Comentários (7)


REVELAÇÕES: UM POST DE IMAGENS

foto1.jpg *

É perfeitamente compreensível que a maior parte das jornadas espirituais inclua longos e intensos ordálios físicos. O caminho de Santiago, no caso, aconteceu no último sábado, numa escalada à Pedra Grande de Atibaia. Na imagem acima a verdade está sendo visualizada. É amarela e está em fase crescente.

06/04/2007 00:23    | Comentários (8)

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