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COPA: NÃO CONTEM COMIGO

Sem tempo nem a capacidade intelectual do único político possível do Braziu, sinto-me à vontade para reproduzir aqui as idéias que já foram abertas no Josias:

‘Também fui brasileiro’

Há um verso de Drummond que diz: ‘Também sou brasileiro, moreno como vocês’. Continuo moreno, mas às vezes duvido se sou mesmo brasileiro. Talvez pelos longos anos de exílio, ou pela ausência de um equipamento mental adequado, o fato é que fico perplexo no momento em que todos parecem eufóricos.

Acho estranho que governo e oposição briguem tanto em torno das verbas de saúde e sejam tão unanimemente festivos quando se comprometem a gastar com futebol. Não condeno gastos com a Copa, apenas lamento que essa ruidosa concordância não se dê em torno de outros temas essenciais.

Mais curioso ainda é o deslocamento de governadores para Zurique. Será que nenhum deles tinha algo mais importante a fazer? Em outras palavras: nenhum deles teve a coragem de dizer aos seus eleitores que a viagem, em termos de custo-benefício, não compensava?

Com tantos aspones, marqueteiros e puxa-sacos, certamente pesaram seus passos e acharam que sim, compensava, em termos eleitorais, participar da caravana internacional. Sempre nos acusam de espírito de vira-latas quando criticamos esse espalhafato. Mas não seria espírito de vira-lata toda essa ansiedade e oba-oba quando somos candidatos únicos? E essa história de escritores com metáforas duvidosas, essa mania de aplaudir entrevista coletiva, como fizeram como a de Ricardo Teixeira?

Será que os aspones acham que impressionam os repórteres? Teixeira usou na entrevista um recurso, momentaneamente, típico no Brasil. Questionado sobre a violência, afirmou que ela existe também nos EUA e na Inglaterra. Tirem EUA e Inglaterra e coloquem "governo passado" e terão a fórmula mágica.

Pior que, na caravana, estavam governo presente, passado e, possivelmente, futuro. Lembro-me de que, quando jovem repórter, fiz, numa coletiva em Portugal, pergunta sobre a ambigüidade brasileira na ONU em relação à independência dos países africanos. O então chanceler Juracy Magalhães respondeu irritado: como é possível torcer contra o Brasil? Considerava as dúvidas como antibrasileiras.

Quando todos celebravam, amargava minhas dúvidas, não sobre a Copa, mas sobre essa trajetória de provincianos ruidosos em Zurique. Entre aplaudir a entrevista de Ricardo Teixeira e vaiar até minuto de silêncio, há margem de manobra. Continuarei vaiando os governos do passado, do presente e do futuro próximo. Certamente vão perguntar: como é possível torcer contra o Brasil? De certa forma, é minha especialidade. Se ser brasileiro é isso, não contem comigo.

03/11/2007 18:15    | Comentários (0)

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