outubro 21, 2009

Quem avisa amigo é

Como disse no post anterior, este blog está encerrado.

O pagode dá lugar à guitarra e o acebolado dá lugar à lycra.

Ou seja: GUITARRA DE LYCRA é o que espera por vocês.

Obrigado pelos comentários excelentes durante estes três anos de barbaridades. Espero contar com a visita de todos no novo endereço.

FUI.

outubro 5, 2009

Acerto de contas

Eis que quatro meses depois eu tomo vergonha na cara e finalmente subo um vídeo do workshop do STEVEN ADLER em Sydney. De lá pra cá eu fui embora da Austrália, viajei pela Nova Zelândia, voltei pra Porto Alegre, me mudei pra Floripa, voltei de novo pra Porto Alegre e cá estou, sem uma boa desculpa pra não escrever nesse blog.

O mais provável é que esse seja o último post do Pagode Acebolado e que um novo blog surja. Não sei quando, mas acho que é o mais acertado. O Insanus foi a minha estréia no mundo dos blogs, logo eu que sempre ironizava os blogueiros e só comentava no blog dos amigos pra avacalhar.

E durante um ano curti muito escrever e ver a repercussão dos posts, até ir pra Austrália e perder a vontade de postar. Meu objetivo principal sempre foi falar sobre música e lá eu achei que era melhor falar sobre as minhas experiências no país, algo que não combinava com esse blog.

Agora que estou de volta, pretendo retomar os escritos musicais em outro lugar, mas não podia fazer isso sem fechar um ciclo, que começou exatamente há três anos, com um post sobre GUNS N' ROSES. Nada mais justo do terminar as coisas da mesma forma, com outro vídeo relacionado à maior banda de todos os tempos.

ADEOS.

maio 28, 2009

Jesus Loiro

Confesso: sou devoto de Steven Adler. Ele eh meu pastor das baquetas e nada me faltara, pois sei que toda vez que lembrar que vi esse monstro sagrado tocar ROCKET QUEEN ao vivo, minha vida se enchera de luz e eu subirei ao paraiso das musicas que mudam uma existencia.

A noite de ontem em Sydney me fez querer largar o violao e a guitarra e comprar um bumbo e uns pratos. Que instrumento poderoso. Steven Adler entrou no palco muito aplaudido e nao falou uma palavra. Sentou no banquinho e esperou o responsavel pelo som apertar o play. Aos primeiros acordes de Welcome To The Jungle, ele iniciou a destruicao sonora sobre a face da Terra.

O som da bateria era alto e cristalino e ele se mexia compulsivamente, levantando a perna esquerda do chao enquanto esmurrava o kit sem misericordia. Eu nao conseguia entender como tinha perdido tempo em workshops de guitarra se toda a verdade universal estava sendo revelada ali, nos pes e maos do messias do rock. Assim que a musica acabou, ele se levantou e foi ovacionado pelos fieis.

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CASTIGA ESSAS PELE.

Depois de agradecer varias vezes pela presenca de todos, comecaram as perguntas. Algumas foram interessantes, como o relato do primeiro encontro dele com Slash. Ele disse que tinha onze anos e estava andando de skate. De repente levou um tombo e Slash foi a unica pessoa que parou para perguntar se ele estava bem.

O unico ponto fraco da noite foram as pessoas que ao inves de usar a oportunidade para fazer perguntas ficavam pedindo as baquetas dele. Eh compreensivel o comportamento de fa, mas isso fez com o que o tempo para questionamentos ficasse bem menor. Mas a musica estava acima de tudo e quando ele comecou a tocar Sweet Child O' Mine, tudo virou belo novamente.

A sequencia reservava o momento mais sublime da historia da Humanidade: a execucao de Rocket Queen, com seus seis minutos e doze segundos irretocaveis. Maior bateria ja gravada na historia da musica, tenho certeza absoluta. Quando chegam os tres minutos e trinta segundos de execucao, o ceu se abre e a graca divina domina tudo ao redor.

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QUE CABELO

Sei que, assim como eu, todos ali atingiram o extase supremo vendo Steven humilhar o cosmos com a mudanca de ritmo que carrega o sinonimo de PERFEICAO no dicionario. Nao seria nada decepcionante se a noite tivesse acabado ali, mas ele ainda aproveitou para tocar Nightrain, motivado pela pergunta que alguem fez sobre o nome do vinho que da nome a musica. A quem interessar possa, ele ainda eh vendido hoje em dia.

Quando tudo parecia se encaminhar para o apocaliptico final, ele ainda atacou de Mr. Brownstone, dessa vez sem a base de fundo. Exatamente, foi apenas Steven Adler acompanhado das centenas de vozes cantando A CAPELLA. Nada poderia ser mais redentor do que isso.

Na fila para os autografos, eu suava e tremia sem parar. Quase na minha hora de falar com ele, a bateria da maquina acabou e tive que trocar rapidamente. Quando chegou a minha vez, nao tive de tempo de olhar o estande com camisetas e cds, pois la estava Steven Adler, sorrindo para mim.

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HISTORY IN THE MAKING

Assim que apertamos as maos, ele olhou para a camiseta do Slash que o Vicente me deu e disse que queria uma. DUAS, na verade. Disse que eu ia mandar (e agora?) e depois tirei a foto que sera herdada pelos meus filhos, netos, bisnetos e assim por diante, para toda a eternidade.

Sera com lagrimas nos olhos que direi a eles que aquele homem loiro de cabelos volumosos foi baterista da banda mais importante de historia e com ela gravou aquele que para sempre sera lembrado como o MAIOR DISCO DE ROCK DE TODOS OS TEMPOS, uma verdadeira biblia sagrada da boa musica. E essas palavras ecoarao por todo o espaco, permanecendo vivas ate que mais nada nem ninguem habite esse mundo.

Que assim seja.

(as outras fotos podem ser vistas aqui)

abril 29, 2009

Me chama de cowbell

Eis que ninguem menos do que STEVEN ADLER vai fazer um workshop em Sydney. E eu ja garanti meu ingresso, claro. Apresentar ele seria duvidar da capacidade dos leitores deste blog, ate porque a melhor descricao mesmo esta la no blog do meu amigo Tiago Ritter, baterista da Gilez e eterno baterista da minha eterna banda Pogoboys.

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Steven eh o da direita

A lindeza de tudo eh que no dia 27 de maio terei a oportunidade de ver um EX-GUNNER pela primeira vez na vida. E, apesar da possibilidade de pegar autografo e trocar umas palavras com ele, agradecerei apenas mentalmente - ja que a timidez me impedira - por ter sido baterista da MAIOR BANDA DE TODOS OS TEMPOS.


ASSISTAM E IMPLODAM SUAS VIDAS.

Vai ser foda.

abril 18, 2009

Agora era fatal

Sucinto como se deve ser:

MAIOR MUSICA DO COSMOS.

O resto eh lenda.

Obrigado.

abril 7, 2009

Quente na sombra

Pois entao, fui e voltei da Tailandia e nem um comentario no blog. Mas isso ja era esperado, visto que o lugar oficial de relatos sobre o que se passa na nossa vida eh aqui.

No que diz respeito ao maravilhoso mundo da musica, a noticia mais recente foi o workshop do BRUCE KULLICK no sabado passado. Para os desinformados, ele foi o guitarrista que mais tempo ficou no KISS, de 1984 a 1996. Como era de se esperar, 95% das perguntas feitas eram sobre a banda, e ele respondeu todas. De declaracoes sobre a competicao eterna entre Paul Stanley e Gene Simmons (nao diga!) ate revelacoes sobre a habilidade de Eric Carr em varios instrumentos, Bruce Kullick contou boas historias sobre uma das maiores bandas de todos os tempos.

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Vencedores usam BANDANAS

E eh claro que nao podiam faltar musicas do KISS no repertorio. Ele comecou com Unholy e depois tocou Heart Of Chrome, ambas do Revenge, de 1992. Alias, sobre a fase desse disco, ele disse que foi quando o Gene Simmons finalmente encontrou o seu visual. Isso porque alguem perguntou o que ele achava do visual do baixista no clipe de Tears Are Falling. Maior pergunta.

Ele ainda tocou duas musicas dos dois primeiros discos solo e mais duas do ultimo trabalho. Todas muito boas, mas o que valeu mesmo foi o fato de estar vendo um baita guitarrista que tocou com gente como Steve Lukather, Roger Daltrey, Meat Loaf e outros. Uma bela aula de historia do rock, sem duvida.

Mais fotos aqui.

fevereiro 26, 2009

Solo de estilingue

Como o Nego ja comentou la no blog, domingo fomos no SOUNDWAVE FESTIVAL, uma miscelanea de bandas de varios estilos espalhadas por seis palcos. Ele ja descreveu bem o PERRENGUE que foi o deslocamento e principalmente a entrada no recinto, por isso nao vou repetir aqui. Quero me concentrar mais nas bandas a que assisti e na VIBE do festival.

Quando entramos estava rolando o show da GOLDFINGER num dos palcos principais, e assistimos da area do bar por alguns minutos. Na sequencia, fomos ate o palco tres conferir a SAVES THE DAY, da qual eu nao sabia absolutamente nada, mas que o Nego parecia gostar. O vocal me incomodou um pouco, por ter aquele tradicional REGISTRO EMO de quem vai chorar a qualquer momento. Mas algumas musicas eram interessantes e o guitarrista com cara de que tinha saido de WOODSTOCK valeu os trinta e cinco minutos de performance.

Depois voltamos pros palcos principais pra ver ANBERLIN, outra banda que o Nego queria ver. Nao curti o show, mas pelo menos assistimos sentados na grama, pra descansar um pouco. Em seguida resolvemos dar uma banda pelo lugar pra ver os outros palcos e banquinhas espalhadas pela TARUMA DE SYDNEY.

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Cogitei seriamente roubar o tenis desse magrao. Inveja mortal.

Paramos em frente ao palco cinco e tava rolando show da INNERPARTYSYSTEM, uma banda com dois sintetizadores, guitarra e batera. Bem interessante, tanto que fiquei ate o fim do show dos caras, enquanto o Nego foi ver outra banda. Souberam dosar bem a influencia eletronica com uma estrutura pop e bateria pegada. Irei atras das gravacoes deles, certo.

Voltando ao palco principal, peguei o final do show da DILLINGER ESCAPE PLAN, que era muito mais pesado do que eu esperava. Guitarristas completamente ensandecidos, um deles subindo nos amplis e se jogando afu no palco. O publico adorou e os caras realmente sao bons de performance.

Corri ate o palco do lado pra ver BLOODHOUND GANG, por ter descoberto numa entrevista pruma revista daqui que eles cantavam aquela musica do Discovery Channel: "You and me ain't nothing but mammals/So let's do it like they do on the Discovery Channel". E o show foi a coisa mais divertida do dia. Impossivel descrever todas as bobagens que eles fizeram no palco, mas basta dizer que o vocalista chamou OS PAIS DELE no palco e ainda ficou fazendo piadas de cunho sexual com eles. Sensacional.

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Unica camiseta possivel para se ir a um festival. Cobicei horrores.

Assim que o show acabou, fui me aprochegando do palco pra esperar pelo ALICE IN CHAINS, o real motivo de eu ter ido ao festival. Fiquei la na frente, olhando os equipamentos serem montados, enquanto no palco ao lado uma tal de BILLY TALENT machucava nossos ouvidos. Quando Jerry Cantrell, Mike Inez, Sean Kinney e William Duvall entraram no palco e lascaram Again sem piedade, senti que nao sairia vivo dali. Todo mundo pulando junto, completamente grudado, e cantando a plenos pulmoes. Foi lindo, mas senti que nao ia aguentar muito tempo e fui andando de MOONWALKER ate parar num lugar mais tranquilo.

De la assisti ao massacre sonoro que foi o show de (infelizmente) uma hora, so com classicos absolutos. O William Duvall canta bem e nao fez feio nos duetos com o Jerry Cantrell, numa tarefa ardua de substituir a dupla que existia com o finado Layne Staley. Afinal, eles faziam a MELHOR DOBRADINHA VOCAL DE TODOS OS TEMPOS. Duvall e Cantrell tocando guitarra em Nutshell me fez querer chorar por toda a eternidade, de tao lindo que foi. O final com Rooster foi soberbo tambem, com o povo gritando cada frase da letra. O setlist da uma ideia de como foi a brincadeira:

Again
Angry Chair
Man In The Box
Them Bones
Dam That River
Rain When I Die
Nutshell
Down in a Hole
No Excuses
It Ain't Like That
Would?
Rooster

Em extase completo, sai de la e fui sentar na grama pra ver o NINE INCH NAILS. Nao fiz questao de ver muito porque ja tinha visto eles ao vivo no Claro q eh Rock em 2005, mas principalmente porque o show do FACE TO FACE ia comecar em breve. So conhecia uma musica deles dos tempos de GAS TOTAL na MTV, mas adorava e tenho ate hoje o clipe gravado em VHS. Umas duas outras musicas eu conhecia pedacos por causa de um MTV NO AR com eles, la por 1994 ou 1995. Mesmo assim, queria ver o show pra ver se batia alguma coisa. E bateu.

Eles mal comecaram a tocar e a gurizada ja chamou num pogo furioso, que gerou um clarao no meio do publico. O Nego nao se segurou e foi la confraternizar com a rapeize, enquanto eu fiquei tirando umas fotos e olhando de longe. Perto do fim, o Nego foi ver as ultimas musicas do show do Nine Inch Nails e eu fiquei por la, sereno. Ate que Disconnected comecou a tocar e eu filmei o primeiro minuto de musica, pra depois chegar perto do pogo e gritar o refrao com vontade. Me senti com 15 anos tomando Guarana Polar em garrafa de vidro e querendo ser punk.

Pra encerrar a noite, fomos conferir o MIKE HERRERA, do MxPx, num show acustico. Nao sabia o que esperar, mas curti as cancoes de dor-de-cotovelo dele. Serviu tambem pra me lembrar que acordes basicos tambem fazem belas musicas e que eu devo tentar comecar a compor o mais rapido possivel. Assim como o Nego, cheguei podre em casa depois da uma da manha, mas feliz com o fato de ter assistido a varios shows num so dia. E tambem por ter andado no brinquedo fatal que o Lique e o Gui andaram na Gold Coast. Eh muito massa se sentir voando, quase beijando as estrelas. Foi uma bela experiencia pra coroar um domingo bem diferente do habitual.

Fotos? No Picasa, claro.

fevereiro 14, 2009

O dia em que a Praia do Barco parou

Janeiro acabou e eu esqueci de escrever sobre os 15 anos do MAIOR FESTIVAL JA REALIZADO NO RIO GRANDE DO SUL. Sim, muito maior do que o Planeta Atlantida, acreditem.

No dia 21 de janeiro de 1994 (se nao me falha a memoria), aconteceu na PRAIA DO BARCO - pertencente ao municipio de CAPAO DA CANOA - o M2000 SUMMER CONCERTS, um festival que tambem se estendeu a Florianopolis, Santos e Rio de Janeiro. Com uma escalacao absurdamente ecletica e sendo DE GRACA, o M2000 foi uma aula de surrealismo na beira da praia, literalmente no meio do nada.

Sai a pe do centro de Capao da Canoa com mais dois amigos, numa bela caminhada rumo ao desconhecido (nunca tinha pisado na Praia do Barco na minha vida). Chegamos cedo e ainda nao tinha muita gente por la, o que nos permitiu explorar a area. O palco era enorme, nao devendo nada pra outros festivais. Ao todo, foram sete atracoes que tocaram do comeco da tarde ate o comeco da madrugada, mas minha memoria nao conseguiu resgatar a ordem exata.

Pra ser sincero, uma das atracoes tambem me escapa. Ja tentei resgatar em conversa com o Bruno (uma das poucas pessoas que sei que tambem estava la), mas falhamos miseravelmente. Alguem poderia argumentar que uma busca pelo Google nao custa nada e eu concordaria na hora. Porem, reparem que NAO EXISTEM INFORMACOES sobre o festival na Internet. Justica seja feita: ate existem links (poucos, eh verdade) sobre o festival em Santos e alguma coisa no Rio de Janeiro. Mas de Capao da Canoa (desculpem, PRAIA DO BARCO), nada. Zero. Vazio.

Um que outro blog menciona lembrancas pessoais do evento, mas sem citar a data ou a escalacao das bandas. "YouTube, quem sabe?", alguem pode dizer. YEAH, RIGHT. Nao ha um misero video arquivado, ainda mais sobre um tempo em que cameras digitais eram obra de FICCAO CIENTIFICA. A nao ser que alguem tivesse levado sua filmadora VHS pra pegar MARESIA NAS BOBINA (ns), arrisco dizer que NINGUEM tem registro desse festival.

Por isso, fica mais dificil ainda de lembrar qual a primeira atracao do dia. Pode ter sido CIDADAO QUEM, como tambem pode ter sido outra. Sei que eles foram um dos primeiros a tocar, o que pra mim nao fez diferenca, ja que nao prestei atencao no show. Hoje me arrependo afu, pois eh uma das melhores bandas que o BOVINAO ja produziu. Na epoca eu so ouvia SOM DE MACHO e nao devia curtir o VIES POETICO de Duca Leindecker e cia.

A segunda atracao eh uma incognita, visto que pode ter sido a propria Cidadao ou outra banda. Agradeco encarecidamente se alguem usar os comentarios pra dizer quem foi. Na sequencia, creio que DR. SIN subiu ao palco. Novamente, pra mim nao fez a menor diferenca, ja que nao estava interessado no virtuosismo de Eduardo Ardanuy e seus companheiros. Hoje assistiria ao show com interesse, sem duvida.

A tarde comecava a cair (nao sei se eh verdade, mas soa bonito) quando - acho - ROBIN S. subiu ao palco. Sim, ela mesma, cantora de sucessos como Show Me Love e... bem, Show Me Love. Alguns podem achar que ela eh uma novata, ja que essa musica voltou as paradas com tudo ano passado. Mas foi em 1994, quando EURODANCE WAS KING, que ela apareceu e botou tudo mundo pra dancar. Menos eu, claro, que achava tudo aquilo ridiculo. Ironicamente, varios anos depois seria eu o responsavel por reviver Robin S. e outros artistas da epoca nas famigeradas Chinelagens Fabicanas. ENFIM.

A partir da quinta atracao, a ordem eh 100% correta, comecando com ninguem menos do que DEBORAH BLANDO, a MADONNA DO MAMPITUBA. Confesso que nao lembro muito do show, pois passei o tempo dividido entre olhar pras pernas da moca (o shortinho dela era menor que um CINTO) e xinga-la de nomes impublicaveis junto com a MASSA METALEIRA, num comportamento digno de estadio de futebol. Nenhum sentido, eu sei, mas a mente de um rapaz de 14 anos nao pensa por si propria.

Acabada a apresentacao da loirosa, surgiu algo ainda mais tenebroso: FITO PAEZ, a versao argentina de Herbert Vianna. Lembro de xinga-lo ainda mais do que a pobre Deborah, enquanto ele tentava extravasar lirismo com seu teclado e seu sotaque de quem come CHURROS na frente do GUT-GUT (ns). Mais uma vez, gostaria de poder ter visto aquele show com a minha mente de hoje, ele ate que tem boas musicas.

Pois eis que na CALADA NOITE PRETA (LEONEL, Vange) o pessoal do HELMET entrou no palco e minha presenca naquele fim de mundo finalmente se justificou. Eu era fa da banda, sabia o Meantime de cabo a rabo, mas nao lembro exatamente das musicas tocadas. Talvez porque assim que o show comecou e o pau comeu com rodas de pogo por todos os lados, eu sai de MOONWALKER e assisti ao show de longe.

Aquele era o meu primeiro SHOW DE ROCK na vida e a violencia gratuita da gurizada me apavarou. Meus amigos se meteram no meio da massa e sairam de la com hematomas, mas felizes da vida. Eu tambem sai feliz, mesmo que nao tenha SUADO COM A GALERA. Aquele era o meu jeito de curtir o show, por mais cagao que parecesse aos olhos dos amigos. Quando era um pouco mais velho, comecei a ir em shows e pogar junto, eventualmente ficando sem ar e voltando pra casa roxo. Mas naquele dia na beira da praia, so o fato de estar assistindo a diversas atracaoes nacionais e internacionais pela primeira vez ja me bastava.

Ate porque, dois anos depois, um outro festival surgiria no Estado e se consolidaria como a maior atracao para os jovens gauchos. So que dessa vez, nada seria de graca e a Praia do Barco nao passaria de uma lembranca para os afortunados que la presenciaram a historia sendo feita.

fevereiro 4, 2009

Living the new awareness

Ja falei sobre o Dan Wilson num outro post, comentando o disco solo e depois falando do show maravilhoso que ele fez aqui. Mas nao falei especificamente sobre a faixa-titulo do album, chamada Free Life. Na real, nao tenho muito o que dizer, eh um daqueles casos em que a letra fala - e MUITO - por si. So proponho um desafio:

Tentem ler essa letra e ouvir a musica, se possivel. Duvido que qualquer pessoa consiga seguir a vida no mesmo rumo depois disso. Essa cancao chegou ate minha na hora certa e hoje sei que nao sou mais o mesmo apos conhece-la. Espero que possa transformar voces tambem.

Dan Wilson - Free Life

Let's take a little trip down where we used to go
It's way beyond the strip a place they call your soul
We'll sit down for a while and let the evening roll

Don't worry 'bout the time we'll find a place to stay
The people 'round here seem familiar in some way
Look kinda like we did before we got so cold

And in the air the questions hang
Will we get to do something
Who we gonna end up being
How we gonna end up feeling
What you gonna spend your free life on?
Free life

Let's fall in love again with music as our guide
We'll raise our ready hands and let go for the ride
Down into unknown lands where lovers needn't hide

We got these lives for free we don't know where they've been
We don't know where they'll go when we are through with them
The starlight of the sun the dark side of the moon

And in the air the questions hang
Will we get to do something
Who we gonna end up being
How we gonna end up feeling
What you gonna spend your free life on?
Free life
Free life
Free life

It seems so long ago those empty afternoons
With nowhere much to go and nothing much to do
But sit up in my room and let the world unfold

In the air the questions hang
Will we get to do something
Who we gonna end up being
How we gonna end up feeling
What you gonna spend your free life on?

In the air the questions hang
Will we get to do something
Who we gonna end up being
How we gonna end up feeling
What you gonna spend your free life on?
Free life
Free life
Free life
Free life

janeiro 31, 2009

Pioneirismo rules

Como todos devem imaginar, muito eletrônica não é a minha praia. Pra mim banda tem que ter guitarra, baixo e batera, sendo teclado opcional de acordo com a PROPOSTA. Porém, não sou xiita, claro. Se fosse, não adoraria EURODANCE e não teria sido o responsável pelo ressurgimento do estilo nas Chinelagens Fabicanas. Mas fora esse estilo, pouca coisa eletrônica me chama atenção e tem espaço na minha coleção musical. Arrisco inclusive dizer que a única música ESSENCIALMENTE eletrônica que possuo além dos eurodances é I Feel Love, da DONNA SUMMER.

Descoberta por acaso há alguns anos, numa coleção obscura de compactos da família lá em casa, veio com a forte recomendação do pai: "BAH, ESSA É MUITO BOA." Resolvi apostar no conselho paterno e botei pra tocar. Jesus suado. O som que saía daquele vinil era surreal. Fui conferir a data do disco e não acreditei: 1977. Impossível. Parecia mais moderno do que TUDO que já tinha ouvido até hoje. Tratei imediatamente de baixar a música pra ter no computador também, mas depois de um tempo esqueci que ela existia no HD.

Pois ao fazermos um churrasco nessa última segunda, em pleno feriado de Australian Day, a famigerada música cai no SHUFFLE AMIGO e percebo que o Nego está em chamas, assim como o Gui, parceiro dele e do Lique que está de férias em Sydney. Transtornado, o Nego diz que é igual a uma música do CHEMICAL BROTHERS, e puxa seu iPod pra conferir. Me pergunta de quando é eu (erroneamente) digo que é de 1979, "O MELHOR ANO".

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HISTORY IN THE MAKING

A música que o Nego me mostra é Out Of Control, e a semelhança é realmente impressionante. Vejo que ele ficou abalado com a descoberta musical, tanto que no dia seguinte, me manda um link da Wikipedia sobre o criador desse petardo, Giorgio Moroder. Eis que ele, um cara chamado Pete Bollette e a Donna Summer criaram um álbum conceitual (como os outros três que ela tinha lançado antes) em 1977, chamado I Remember Yesterday.

Apesar da música Can't We Just Sit Down (And Talk It Over) ter sido escolhida pro lado A do single, foi justamente com o lado B, I Feel Love, que CAIU A CASA. A faixa é tão moderna que é compreensível achar que ela não pode ter sido feita em 1977 e sim em 1997. Não por acaso, eis o que diz o verbete sobre a música na Wikipedia:

"Previous disco tracks had usually been backed by an acoustic orchestra, and it has been reported that this was the first ever track to use an entirely synthesized backing track, which would later help develop genres of music such as dance and techno."

A lembrança do som das raves é imediata, como aparece na página dedicada a Donna Summer no AllMusicGuide: "I Feel Love" was the first major pop hit recorded with an entirely synthesized backing track; its lean, sleek arrangement and driving, hypnotic pulse laid the groundwork not only for countless Euro-dance imitators, but also for the techno revolution of the '80s and '90s.".

Mas talvez nada seja mais definitivo do que o comentário que esta no vídeo de I Feel Love no YouTube e que transcrevo aqui abaixo. Para o pessoal DESCOLADO, sugiro com atenção o texto pra tentar entender de onde vem TUDO O QUE SE OUVE HOJE EM DIA:

bleepwiver (1 day ago) Show Hide
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According to David Bowie, then in the middle of his own groundbreaking 'Berlin Trilogy', its impact on the genre's direction was recognized early on:

One day in Berlin ... Eno came running in and said, 'I have heard the sound of the future.' he puts on 'I Feel Love', by Donna Summer He said, 'This is it, look no further. This single is going to change the sound of club music for the next fifteen years.'

Por isso, quando o Nego me mandou uma mensagem hoje ÀS DUAS DA MADRUGADA dizendo que tava tocando I Feel Love na festa que eles estavam, me senti no dever moral de escrever este post e, quem sabe com sorte, influenciar pessoas a irem atras das influencias das músicas que elas ouvem e que muitas vezes consideram inovadoras. Com voces, A música: