A Vida Mata a Pau

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Morsa

Assistindo um documentário sobre pessoas que resolvem desaparecer, me chamou bastante atenção um segmento em especial que focalizava a história de uma escocesa de 40 e poucos anos, cujo marido havia sumido há mais ou menos um ano. Durante o documentário a mulher aparentava estar desamparada, mas mantinha a calma. Falava com lucidez e com uma certa inconformidade, de quem não acreditava que o marido pudesse ter simplesmente morrido mas que mesmo assim não perdia a oportunidade de repreende-lo, caso ele estivesse vivo. Qualquer pessoa com um ente querido que desaparece vai nutrir a esperança de reencontra-lo, por mais improvável que isso possa parecer. O que me intrigava no instante em que eu assistia aquilo era que a mulher do cara ficou toda indignadinha e cheia de si. Ficou falando com um ar de sofrimento que não entendia porque o marido falou que amava ela, no dia do seu desaparecimento. Que não entendia porque ele se mandou, se gostava dela e tudo mais.

Mas afinal, pra que toda essa desconfiança? E se o cara tivesse sido abduzido por uma espaçonave ou capturado por um governo paralelo para servir de cobaia em experiências científicas? Porque presumir que o marido falou "Eu te amo" querendo dizer na verdade "Aí gorda, cansei. Vou pra França trabalhar colhendo ameixa. Quando tu emagrecer eu volto."

Mais tarde, devido a uma brilhante sacanagenzinha narrativa dos documentaristas, descobre-se que o marido desaparecido já retornou para o seu antigo lar e para os braços de sua amável e carinhosa gorducha. Ou seja, é justificada a atitude perplexa da mulher. Confesso que deve ser um tanto aborrecedor ver uma pessoa com quem se é casado há mais de 20 anos se refugiar na França por um ano. Perguntaram pro marido porque ele havia feito aquilo. O cara não explicou direito. Falou que sempre quis visitar a França, e que tava muito estressado com o trabalho. Na verdade o cara não tava nem aí. Falava sorrindo de um jeito escocês muito simpático e despreocupado. Já devia estar planejando seu próximo desaparecimento na Itália, ano que vem. Me pareceu ser um grande sujeito, muito boa praça. O que proponho é discutir outra coisa: O nosso escocês, estando casado com uma magrinha sossegada, teria desaparecido?

Pergunto isso porque uma mulher obesa tem, evidentemente, maiores dificuldades para encontrar um parceiro. Quando consegue um escocês magrinho e relaxadão, a tendência é que vá se prender ao cara como um carrapato. Pode acabar sufocando o cara com seus afagos obesos, me desculpem o trocadilho. É possível que em determinado momento o cara tenha pensado "Larga do meu pé, gorda. Agora é minha chance de me empanturrar. Vou fazer isso no único país onde há um eufemismo para "gordo comilão". Chama-se gourmant! Gourmant! Você quer a verdade? Você não aguenta a verdade!".

No meu tempo de estudante havia uma colega de aula que devia estar algumas toneladas acima do peso. Toda vez que ela passava na minha frente, ficava contemplando pacientemente suas nádegas. Não apreciava o esplendor curvelíneo nem nada. Olhava-as com os olhos de um anatomista. Tentava compreender como que aquele traseiro tinha 4 glúteos. Uma das coisas mais fascinantes que havia visto na minha vida: Uma bunda de dois andares. Mas perco-me. Não é sobre a bunda que quero falar. O que me impressionava nessa garota era observar que ela mencionava o namorado toda a vez em que havia uma exposição de argumentos ao grande grupo. Alguém diria que é o fogo da paixão. "Ela não consegue mais ver a sua vida sem o namorado ao seu lado. Está naquela fase do relacionamento onde 2 se tornam 1. Por isso fala tanto dele!". Não engulo essa. Pra começar que se ela e o namorado se tornassem um só, teriam massa física suficiente para esmagar uma morsa adulta. Peço desculpas pelo trocadilho, novamente. Isso pra mim só prova que ela sentia como se precisasse contar ao mundo inteiro o maior triunfo da sua vida: Agarrar um namorado com suas quatro bundas. E você, o que acha? Deixe seus comentários aí em baixo. Sua opinião é sempre bem-vinda, contanto que ela não estrague tudo concentrando-se num argumento meramente ilustrativo do último parágrafo. Ou seja, não fique fazendo comentários perspicazes e graciosos sobre o peso de uma morsa adulta, nem sobre bundas gordas. Vai por mim, será um saco. Alías, escreverei sobre esse fenômeno bloguístico algum dia. Aguardem.

Mais uma Pérola do Falecido HOMEM NEGATIVO

por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus