A Vida Mata a Pau

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Abaixo o imperialismo Malaio

Já dei essa dica uma vez, mas nunca é demais lembrar, ainda mais em tempos de Fórum Econômico Mundial. Quando estiver num protesto e você precisar fazer uma média com o pessoal queimando a bandeiras do estados unidos, use o truque de trocar a flâmula por outra parecida. A opção quente é a bandeira da Malásia. Vejam só a semelhança:

No calor do momento ninguém perceberá e o sucesso é garantido. Entretanto, na hora de tirar o passaporte ou quando a imigração estiver te espancando numa salinha secreta do aeroporto de Denver, você pode tranqüilamente apontar que seu ato não foi anti-yankee.

Depois é só arranjar uma desculpa para justificar o ódio anti-malaio e correr para a liberdade. Você humilha uma nação que imita a bandeira americana, faz bonito na passeata e ainda fica com aquele gostinho de que é sempre bom radicalizar pensando no futuro.


Estamos vencendo.

No ar, os radialistas comentavam a atuação do estreante Martin do time do Internacional. Entre elogios e lembranças de parentesco (o jogador é filho do ex-presidente do time, Fernando Carvalho), um deles solta um trocadilho mortal:

- O Martin tem que se dar conta que a vida é pra valer.

Explico: era uma referência à letra da música Marvin, dos Titãs, que tem esse verso no refrão. E seguiu o falatório, entre o narrador e o repórter de campo.

- É, ele é o filho do homem.
- Falando em filho do homem, vai entrar Ricardo Jesus no time do Inter.

Tudo isso na maior rádio da região sul, afiliada do grupo RBS. É um sinal que nós, trocadilheiros, dominaremos o mundo.

Falando em dominação mundial, bem que poderiam colocar aquele detector de mentira do Big Brother no Jornal Nacional. Imaginem a Fátima falando do governo enquanto pisca mentira na tela. Com o Willian Bonner não teria a mesma graça, aposto que o apetrecho só mostraria estresse alto. É isso que dá trabalhar do lado da patroa.


Voltei

Agora só falta escrever 1000 palavras sobre minhas férias.

Valeu, pessoal.


A nossa alfinetada

Assim que chegou a notícia que o costureiro Ronaldo Ésper havia sido preso roubando vasos de um cemitério, uma avalanche de trocadilhos teve início na lista de e-mails do insanus.

São nestes momentos que fazer parte do insanus me enche de orgulho. E a forma de homenagear os meus "colegas" que encontrei é publicar na íntegra tudo que foi dito sobre a polêmica modísta-policial.

O nome do autor segue cada uma das frases. Consulte a lista com os link para o blog de cada um dos autores dessa infâmia toda no final do texto:

- Que furo, hein? (Menezes)

- Foi pego com as calças na mão. (Saulo)

- É, esse perdeu a linha. (Menezes)

- Pelo menos não teve rasgação de seda. (Elvis)

- Essa notícia ainda vai dar muito pano pra manga. (Saulo)

- Isso vai estar estampado na capa de todos os jornais. (Saulo)

- Pra mim ele era um modelo de comportamento. (Menezes)

- Xadrez tá na moda. (Menezes)

- Acho que a carreira dele acaba de abotoar o paleto de madeira. (Saulo)

- Que saia justa. (Firpo)

- Vai se dar bem na cadeia, ele é bom em costurar relações. (Saulo)

- Não dá ponto sem nó. (Firpo)

- Quando vi a notícia, achei que fosse um crime do colarinho branco. (Menezes)

- Quando vejo esses gatunos, sempre fico pensando: tomara-que-caia nas mãos da polícia. (Menezes)

- Vai apertar o bolso dele agora. (Saulo)

- Quando viu que ia ser pego ele ficou bufante de raiva. (Firpo)

- Nada, é um chorão. Nunca largou a barra da saia da mãe. (Saulo)

- Essa polêmica é um babado forte. (Menezes)

- Na cadeia ele vai ver o que é ter uma prega estourada. (Menezes)

- Vai perder o botão certo. (Saulo)

- E agora não adianta tentar remendar. (Firpo)

- O quadro dele na TV foi cortado. E o programa encolheu. (Firpo)

- Ih, e essas são só as primeiras medidas. (Saulo)

- Tudo isso pra roubar um vaso. Mas que cagada! (Menezes)

- Não vai ter Esper na TV nem na fita. (Menezes)

- E uma mancha dessas não sai. (Menezes)

- Parem de tecer comentários maldosos. (Cavinato)

- Ainda acredito na inocência. Tudo deve te-cido um engano. (Menezes)

- Mas ele sempre poderá fugir para as bermudas. (Alexandre)

- Ele bem que tentou, mas levou uma gravata do policial. (Firpo)

- E acabou com as calças na mão. (Alexandre)

- Isso que dá pregar moral de cueca. (Antenor)

- Ou insistir nas meias verdades. (Firpo)

- Sempre à meia luz. (Alexandre)

- Tentou passar a mercadoria por baixo dos panos e se ralou. (Menezes)

Continue lendo coisas do tipo nos blogs do genial Saulo, do mestre Firpo, do professor Alexandre, do supremo Cavinato e do inconfundível Antenor. Elvis não tem blog, mas faz camisetas geniais! Demais contribuições são aceitas de peito aberto, como o trocadilho dito pela minha mãe, que fecha encerra o assunto:

"Ele vinha alinhavando isso há tempos".

Atualização - Contribuições dos leitores:

- Eu tou passada. (Lia)

- Se tivesse roubado com estilo, não teria sido pego. (Cara)


Vida na trincheira

A cidade conta a sua história no dia-dia de cada um, através de conversas conterrâneas. Algumas das passagens mais engraçadas que escuto são sobre a obra da prefeitura na frente da casa do meu amigo e colega Foguinho. O mais recente capítulo, que envolve com um container tombado e inundações, foi narrado pelo morador mais pentelho da rua (e possivelmente do bairro) em um texto onde Deus e o prefeito brigam pela nossa simpatia.

É o blog sendo divertido e útil na sua função cotidiana - principalmente numa sexta-feira, que demora mais para passar.


Atrevido - Dezembro/Janeiro - Parte II

Acabei de ter minha primeira relação sexual. Queria muito contar para a minha mãe, para ouvir conselhos dela, mas tenho medo. O que posso fazer?
C.M.F. Joinville - SC

Não precisa ter medo dos conselhos dela, mas sim dos xingões. As dicas que ela pode te dar ficam longe da eficiência que podes aprender com amigas mais velhas e experientes. Afinal, ela é uma mãe, seu comprometimento é com os bons modos, não com a diversão.


Minhas amigas se desentenderam porque uma, sem querer, deu um esbarrão na outra caiu. Elas nem se olham mais. Já falei para pararem de briga, mas ninguém me escuta. O que faço.
L., 15 anos. Florianópolis - SC

O motivo pode ser torpe, mas saiba que você viverá conflitos como este por muito tempo. Para saber o futuro, apenas troque a expressão "deu um esbarrão na outra" para "deu para o namorado da outra acidentalmente". Por isso é importante saber bem como agir. E acredite, o melhor para momentos como estes é não fazer nada. Caso as duas voltem a se falar com a sua ajuda, um fenômeno inexplicável (que alguma mulher me ajudará a entender) fará com que você seja responsabilizada pela briga, e não tida como um agente de reconciliação. Rotulada até o fim dos tempos como intrigueira ou galinha, você perderá a amizade das duas.


Estou apaixonada pelos meus melhores amigos. Acho que eles também gostam de mim. Não sei quem escolher.
N.V. 14 anos, Santos - SP.

Seja qual for tua escolha, você viverá com 50% de arrependimento, um índice muito alto para a sua idade. O que normalmente acontece é vir um terceiro magrão e faturar a parada. Se quiser uma escolha científica, que fará diferença no futuro da relação eu proponho o método usado para escolher o Papa: tamanho do pinto.


Atrevido - adendo

Como podem ver no texto logo abaixo, não tive resposta para a perguntada leitora W.S., que tem 15 anos e mora em Niterói. A questão era:

Eu gosto muito de um garoto. Só que ele não liga pra mim. Nem me cumprimenta no colégio. Quero convidá-lo pra sair, mas como posso fazer isso?

Dois leitores tiveram sugestões ótimas. Tão boas que merecem espaço nessa nobre sessão, já que nosso objetivo utilidade pública e não monopõlizar o conhecimento.

Então, JP Coiote Disse:

"Ele é tímido. mesmo que consiga convidá-lo pra sair, os dois vão enfrentar uma série de silêncios desconfortáveis - ou apenas um, constante. procure alguém mais atirado e esqueça o nerd, talvez ele só mude depois da faculdade".

E Gustavo completou:

"1) ela é um jaburu
2) ela é um trubufuzaço
3) ele também gosta muito de um garoto"

E viva o blog terceirizado!


Atrevido - Dezembro/Janeiro - Parte I

Com medo de cair na repetição e com fé na renovação de leitores, mais uma sessão com perguntas de adolescentes enviadas para a redação da Revista Atrevida e respondidas de coração aberto por mim.


Tenho 14 anos, já menstruei e morro de medo de ir ao ginecologista. Minha mãe insiste. Será que devo ir?
M.C. Curitiba - PR

Duas gerações atrás jovens pegavam doenças venéreas de propósito para não à guerra. Hoje você reclama de uma consulta ao médico. A senhora sua mãe não deveria insistir, deveria te forçar. Deus do céu, uma geração criada por bananas tão bananas que sequer obrigam os filhos de 14 anos a cuidar de suas partes pudicas. O que reserva pra nosso futuro, Deus?


Tenho uma amiga que vive competindo comigo. Se eu compro um tênis novo, ela vai lá e faz o mesmo. E só dizer que estou a fim de um menino que a garota começa a dar em cima dele. Será que a menina é minha amiga de verdade.
J.B., 12 anos. São Luiz - MA.

Ai vai a dica: comece a fingir interesse pelos rapazes mais feios, fedorentos e com sintomas de desvios graves de comportamento. Assim, ela vai para cima deles e você se diverte com as conseqüências. Quero ver como ela se vira brincando de imitar um psicopatinha.


Detesto um dos amigos do meu namorado. Adoraria que ele nunca mais falasse com o cara. Mas será que devo conversar sobre isso com ele?
Lindinha, 14 anos.

Não conte. Essa raiva gratuita tira energias do casal que deveriam ser direcionadas para o amasso. Seu namorado possivelmente não vai com a cara de alguma amiga sua, mas fica quieto. Aprenda com ele. É a chamada reserva técnica, ele sabe da influência delas sobre você, e num momento de conflito querem elas do lado dele. Ah, também existe a esperança de pegar elas no futuro.


Eu gosto muito de um garoto. Só que ele não liga pra mim. Nem me cumprimenta no colégio. Quero convidá-lo pra sair, mas como posso fazer isso?
W.S., 15 anos. Niterói - RJ

Boa pergunta!


The Andes Boys

Foi assim a ilusão de ótica que tive ao passar com o canto do olho pela foto dos presidentes* da Venezuela, Equador e Bolívia:

inca-boys.jpg

"Nossa, os Beach Boys!"

*Os presidentes são os da esqueda (sacou?).


Galinha real

Frente à comoção causada pela sugestão no texto anterior, não me resta opção a não ser fazer o carimbo “Comprava um frango em 94” o mais rápido possível. Quem quiser fazer o mesmo, deixe um comentário que eu mando por e-mail um TIF com a imagem do carimbo.


Figurinhas carimbadas da economia brasileira

Cansado de ter que criar cédulas novas cada vez que o governo mudava o nome ou cortava zeros do nosso dinheiro, alguém na casa da moeda resolveu carimbar os Cruzados com o valor equivalente em Cruzados Novos - a nova alcunha dos Pesos Brasilhanos. Calma, era absurdo mas eram os anos 80, muita coisa pior estava acontecendo. A nota, pra quem não lembra, ficou assim:


1000-mil-cruzados---carimba.jpg


Não faria sentido carimbar as notas de Real. Afinal, a inflação acumulada em 12 anos não obriga a uma mudança drástica. Veja como acabaria redundante:


nota-de-1-real.jpg


Entretando, vale lembrar que a desvalorização existe e que o poder de compra diminui a cada dia que passa. Para marcar o fenômeno, poderiamos atacar o frango, símbolo esquecido da estabilidade econômica do pais no início do Plano Real. O carimbo que proponho diz "Comprava um Frango em 94".

um-real-frango.jpg


Em 94 a gente era feliz e não sabia: comia frango por um real, tinha uma zaga parruda e laterais que sabiam cruzar. Como economicamente nada muda, talvez a gente consiga quebrar essa maldição do futebol bailarino. A mandinga que valeria a pena imprimir seria outro carimbo famoso nos anos 80. Vai que dá sorte...


nota-de-10-reais.jpg


Érico

(Sei que só porto alegrenses vão entender essa porcaria, mas mesmo assim, ai vai. Mais uma proposta para o concurso Poemas no Ônibus).

Canal 36

Alô Panvel,
Aqui é Santana quase Ipiranga
Dando o grito dos otários

Alô Panvel,
Aqui é o Diretor do Plano seqüência
dos fatos Literários;

Alô Panvel,
Aqui é Lasier na festa da uva
Passando gel

Alô Panvel,
Aqui é Deus tele-dormindo de dramim
No carona de um Gurgel.


O fim de uma (já) era

A Mtv anunciou que não vai mais passar clipes. A idéia, que já vivia no canal disfarçada, tomou forma no mês passado, depois que o clipe da Fresno estreiou direto no site do canal. O sucesso foi tanto que mesmo sem passar na tv, o vídeo entrou no disk do mesmo dia. Feito histórico para a banda e que serve de prova: ninguém mais assiste clipe na TV.

É uma idéia difícil pra quem cresceu com a Mtv aceitar, mas é natural. Basta pensar nas pessoas que ouvem rádio FM e parecem dinossauros para nossa geração. Ficam estáticos e aceitam, a mesma relação que tinhamos com a Mtv.

Claro que eles vão encher de porcaria com aqueles apresentadores bobalhões, mas eles estão certos: um mundo de consumo banda larga, sequência de clipes não faz mais sentido. É mais simples escolher o que quer ver de uma vez, sem ter que dar notoriedades a VJs acéfalos, que entre outras imbecilidades, processam o Youtube.

Claro que eu vou apelar para o romantismo de ser surpreendido em frente a TV, mas tô aqui pra me desmentir e lembrar das madrugadas tentando gravar clipes que nunca passavam. Vivi anos hipnotizado vendo clipes apenas por ser clipes, decorando o nome de discos de bandas que
eu não gostava e vez por outra passava o dia com "larger than life" do BSB na cabeça.

O papel de relacionar e mostrar o novo passa para sites como o Last.FM, que a Dani elogiava apaixonadamente enquanto lançava seu novo projeto, e amigos, como o Frodo (sem link), que me passou um CDzinho do Albert Hammond Jr, bem divertido.


Cicarelli GORDA!

Tocando na ferida: manterei o protesto até esta demência envolvendo o youtube acabar.


Pobre Ludwig!

elis-e-andre-trouxao.jpg

O casal da foto me visitou de surpresa no domingo. A foto deles está ai pra não começar o ano nesse blog reclamando. Como o que vou relatar adiante é uma lamúria sobre a experiência horrível que um filme me proporcionou, essa imagem fica de escudo e pede um ano tão alegre quanto eu fico quando vejo amigos como a Elis e o André. Ah, e quando recebo visitas surpresas também.

COPYING BEETHOVEN

Se um filme dura em média 100 minutos, para colocar nele a Nono Sinfonia de Beethoven você ocuparia, pelo menos, 2 terços da projeção. Logo, não ponha a Nona Sinfonia em um filme. Além de respeitoso, evita ter que editar algo que não tem como meter a tesoura.

Essa foi o primeiro grande erro de O Segredo de Beethoven. Não comento sobre filmes que não gosto, por achar os motivos que levam ao agrado ou não muito pessoais, mas esse passou do limite!

beethoven.jpg

O filme abre com uma lutinha feminista totalmente desnecessária: um copista mulher é enviado para trabalhar para o surdo Beethoven quatro dias antes da estréia da Nona em Viena. Ele, irritado, diz que ela é uma mulher e o blá blá blá que você já viu igualzinho em uns 50 filmes.

De uma cena pra outra, o machismo cai no esquecimento e some do enredo. Anna Holtz torna-se admirada pelo maestro já na segunda visita, sem fazer nada além do seu trabalho. Entretanto, nenhum dos argumentos dados contra mulheres na música erudita é rebatido. Também, até hoje a contribuição delas no campo é insignificante. O autor compra uma briga que não leva a nada.

anna-holtz.jpg

A próxima briga é comigo, na hora da Nona. Beethoven implora para Anna ajudar ele, sinalizando as entradas das vozes de um espaço escondido no palco, já que ele não conseguia ouvir direito.

Essa "ajudinha" torna a regência em um dueto. O jogo de câmera que supunha uma dança entre os dois e a obra se desenrola numa cena digna de “o paciente inglês” de tão constrangedora. Assim, surrado pela vergonha alheia, tenho que ver Ed Harris carregado pelo povo agradecendo e dividindo os méritos com a recém chegada Anna.

Corta essa! O cara que chega na sua nona sinfonia sabe reger de olhos vendados e com um cão raivoso mordendo sua coxa. Meu amigo Xinho gostou, e me apontou coisas boas no filme, como a atuação do Ed Harris. É verdade, mas mesmo assim não engulo.

Pra acabar, ainda tem dois personagens idiotas: o sobrinho do homem e o namorado da menina. Eles não têm importância no filme, caem em contradição e ficam com cara de babaca. Mais ou menos como eu saindo do cinema, triste e pensando o quanto é lamentável um filme sobre o Beethoven não ter ritmo.


por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus