A Vida Mata a Pau

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Balalaika Counter

A lista de aplicativos inúteis e curiosos para computador se manteve sem mudanças por muito tempo. Encabeçava a lista um programinha mexicano que contava a quilometragem percorrida pelo mouse e o número de clique dados pelo operador. Para assumir o posto de um plug in que te fazia dançar com o cursor na tela só pra chegar aos primeiros mil metros precisávamos de algo de impacto. Algo como o Balalaika Counter, ou BCpro.

Balalaika é um instrumento musical muito curioso, que está na acanhada família de coisas que você pode tocar pelado sem ser acusado de atentado ao pudor. Isso porque ele, como todo instrumento de corda responsável por tons baixos, é muito grande, comparável a um baixo rabecão ou um violoncelo. Não satisfeito em ser grande, o Balalaika ainda é em forma triangular, onde um dos ângulos serve para se fixar no chão, proporcionando um movimento em torno do vértice muito bacana. Existem ainda alguns pequeninos, tipo um cavaquinho, mas ter um destes é o mesmo que ter uma Ferrari e ela não ser vermelha.

A mais famosa aparição do instrumento é, ironicamente, em uma musica onde ele é cantado, e não tocado. Em Back in the USSR, dos Beatles, Paul McCartney canta “Take me to your daddy's farm / Let me hear your balalaika's ringing out / Come and keep your comrade warm”. Mesmo Paul, que gravou todos os instrumentos na música, - e especula-se que tenha aterrisado o avião que aparece durante o refrão – não assumiu as três cordas deste folclórico instrumento. As ocorrências audíveis que tenho conhecimento são na música cigana e no concerto para balalaika do Stravinski. Mesmo na peça feita do nosso amigão atonal para o instrumento, não consigo identificar o som.

Ouvir eu não sei, mas olhar um Balalaika é sempre divertido. As pessoas parecem naturalmente engraçadas portando um deles. Talvez a dedicação e amor de carregar o trambolho de um lado para o outro faça o portador naturalmente feliz. Para comprovar isso, aqui algumas fotos divertidas de pessoas e seus instrumentos:

Cavalheiro toca Balalaika já castigado pelo tempo, ao fundo uma mulher em posição constrangedora.
Urso toca balalaika.
Guia de estudo para balalaika.
Alegres senhoras com seus balalaikas em riste em um parque de Chernobil.
Grupo folclórico que nao olha para a câmera.

Rezando por esse folclore que o BCpro existe. Depois de fazer o download, ele fica acoplado à barra de tarefas do seu navegador e acusa sempre que a palavra “balalaika” estiver na página que você está visualizando. A palavra fica em destaque como numa busca normal, você tem a opção de pular logo para o trecho onde ela aparece e matar sua curiosidade.

A partir daí, ele passa fazer estatísticas diversas: conta o numero de vezes, faz um ranking com sites mais visitados, mostra dia a dia os acessos e movimenta o clube de admiradores.

O melhor do aplicativo é a versão com o farejador. Ele passa a rastrear fotos atrás de balalaicas, fiando a busca na forma triangular. Você ajusta o nível de tolerância e ele, de forma lenta e que trava a sua máquina, fica calculando de imagem em imagem a possibilidade de haver um balalaika. Quando ele localiza algo suspeito pergunta numa janelinha se é ou não um dos nossos. Você responde e a imagem é enviada para o site russo, onde os outros usuários podem ver a galeria de links.

É estranhamente divertido: ah, não é um balalaika, é a traseira de um Passat. Ah, não é um balalaika, é uma foto das pirâmides, ah não é um balalaika, é um mineiro bairrista.

por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus