A Vida Mata a Pau

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Devo estar dormindo

A única coisa que me mantinha vendo o Intercine era a curiosidade. O filme começava com uma brigada queimando o original da Monalisa, em roupas futuristas e confiscando livros. Semelhanças com Farenheit 451 e ares de 1984. Como apenas li os referidos, pensei em um possível remake ou versão alternativa de roteiro que parecia piorar tudo. Prendia pela ruimdade. Era esperar começar a parte dois e ler o nome da fita, sem problemas.

Então, no intervalo, entra um flash ao vivo do BBB, apresentado por um babaca que não é aquela loira. “Haja saco”, pensei. Entretanto, minha expectativa de aproveitar aquele marasmo que é a “vida de verdade” para dormir foi frustrado. Os acontecimentos dentro casa foram mais ou menos estes:

Algum concurso de dança rola, os casais se arrastam de um lado para o outro denunciando que a maratona já perdurava por algumas péssimas horas. Um casal, recém saído da pista, se dirige para dentro da casa, onde mais dois integrantes lavam a louça. O homem recém-dançarino se atira no chão, parece passar mal. Os demais integrantes o cercam e perguntam se ele está bem.

Pergunta idiota, já que até minha tevê pequenina mostrava que o cara estava mais branco que o Ulisses Guimarães há 10 anos no fundo do mar. Nisso, levam o rapaz nocauteado para um sofá e levantam suas pernas com almofadas. O que segue, é um impressionante deleite para quem curte auto-medicação. Três pessoas conseguem propor umas 40 formas do mau estar ir embora em pouco mais de 2 minutos de especulação: dar um chá, um banho frio, açúcar, soro caseiro, água com gema de ovo, um suco muito doce, gelo na nuca, balançar as pernas.

Então, uma voz do além meio sonolenta adentra a casa. Um carioca direto da produção dá a real “coloca sal em baixo da língua”. Os habitantes da casa entopem a boca do coitado com sal, cientes de que era uma recomendação médica. Tenho certeza que era só um palpite do diretor. Então, um dos marrentos que estava ajudando o amigo, em um gesto de puxa-saquismo toca a canela do moribundo e proclama “é, é, ele já ta menos gelado”.

Corta, volta o apresentador, claramente em uma imagem gravada e diz que era só, por enquanto, e que em breve volta com mais. Voltar pra que? Não precisa, nada pode ser mais divertido que isso. Nem o filme, que por final era “Equilibrium”. Falava de uma sociedade vigiada onde os sentimentos eram controlados pelo pai. Um Brother genérico, uma bela porcaria. E como toda produção desse tipo, prendeu minha atenção até as 3 da manhã.

por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus