A Vida Mata a Pau

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Supergrass no Campari Rock

PORTO ALEGRE - ATIBAIA

A primeira das 20 horas de viagem de Porto alegre até Atibaia começou com a polêmica que sempre aparece na frente de todas as outras: o fumo. Uma variada sorte de cigarros e cigarrilhas esfumaçou o ônibus já nos primeiros quilômetros, o que gerou reclamação dos motoristas.

Um conflito tão comum que jamais seria relatado. Entretanto, gerou um acordo digno de nota: o ônibus estacionaria no acostamento com o fim que todos matassem a vontade fora do veículo, para que depois seguíssemos viagem sem deixar nenhum dos motoristas chapados por osmose. Fiquei imaginando quem dirigia para o Planet Hemp, já que era impossível não ficar com os olhos irritados em tal condição.

E assim foi feito. O detalhe é que a parada escolhida foi o paradouro de um supermercado famoso no estado. Ou seja, um lugar no meio da auto-estrada que leva para a praia cheio de famílias e cachorrinhos. Logo, descer e fumar naquele point da confraternização automotiva era impossível, ou no mínimo, indecente. Sequer cerveja com álcool era vendida na espécie de postinho sem caminhoneiros.

Os usuários da erva subiram de volta ao nosso navio negreiro sem reclamar, conformados que mesmo numa excursão para o show da banda com o sugestivo nome de Supergrass a maconha e o tabaco seria vetada. Melhor para os pulmões de todos.

Definitivamente não havia o que reclamar. Até porque estávamos em um ônibus semi-leito, que se não era muito confortável, nem se comparava ao outro veiculo da comitiva. 32 desafortunados fãs acabaram “sorteados” com uma passagem de Van. Um micro apertado, com pouquíssimo espaço, respeito ao sono do próximo e sem banheiro. Antes mesmo da questão sativa, eles precisavam parar a cada 30 minutos para alguém urinar. Haja saco e bexiga.

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Passageiros cantam a felicidade do banheiro a bordo.

Só para não dizer que nenhum outro incidente foi registrado, nosso ônibus entalou na entrada do evento. Sim, entalou. Pegamos uma via de acesso até Atibaia um pouco elevada em relação a topografia local. Para entrar no hotel fazenda onde o festival aconteceria, o ônibus precisava embicar e descer uma pequena rampa de concreto que era o acesso ao pórtico de entrada. Nessa manobra, ficamos presos como um pêndulo, com o fundo raspando no concreto.

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Motorista prova que sabe muito sobre alavancas...

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... e pouco sobre direção.

Depois de muitas piadinhas, descarregamos o máximo de peso e fizemos uso de alavancas (como mostram as fotos tiradas por Tatu). Problema vencido. Esse episódio é decisivo para a volta, ele tem desdobramentos grandes. Saiba mais em breve.


O FESTIVAL

Na entrada do Campari rock todos foram “presenteados” com um drink composto por Campari e energético. No início havia a esperança de beber apenas o flash power, já que o liquido vermelho visualmente se concentrava no fundo do copo. Amarga ilusão. Tudo que o Campari encosta vira merda.

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Eca!

Ou melhor, quase tudo. A estrutura do festival era fantástica. Mesmo com as marcas de patas de cavalo no chão, nenhum vestígio de bosta foi encontrado. Ou os cavalos são muito educados, ou os organizadores, que parecem ter limpado todo o complexo. E era uma área grande, com um palco, uma grande área com banheiros sanitários e diversas tendas. O constrangimento anti-sujeira sempre funciona. Assim que seu copo esvaziava, um funcionário da limpeza se oferecia para juntar. Excepcional.

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Sinalização exemplar: Campari dá show de organização.

Chegamos lá pelas quatro da tarde, lodo depois do show dos Walverdes. Uma pena. Todas as outras atrações miolo eram dispensáveis. Tivemos 10 horas de chata e cansativa espera até o Supergrass. O destaque encheção de saco fica para os ridículos da Ludovico, e é claro, pro Ira!, que fez um show provocativamente longo.

Depois que o Ira finalmente foi embora, a espectativa era geral. Todos posicionados para esperar a troca de equipamento e ver o Supergrass. Tudo muito rápido e ensaiado. O palco ficaria pronto em minutos, melhor impossível. Até que um teclado pifa. Na verdade acho que foi o cabo. O que seriam quinze minutos viraram trinta, quarenta, quase uma hora. Ao menos só isso nos impedia de ver o show 28 horas depois de ter embarcado em Porto Alegre. Nada mais poderia dar errado.

Então, começou a chover.

O SHOW

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Gaz Coombes.

Sensacional. Difícil contar para quem não é fã. Eu gostava muito da banda e voltei fanático. Misturaram todas as fases da carreira, contemplando pauladas como “cought by the fuzz” logo no início. Depois de uns 20 minutos sem respirar, a banda tocou enfileiradas canções do novo disco, respeitando o clima campestre do Road to Rouen. Nesse momento, o vocalista fez arranjos apenas em voz e piano para algumas canções, lindo de chorar. As versões firam um destaque do show: Funniest Thing e Mary em levadas diferentes. Pra mim só faltou tocar “Za”, e para muitos paulistas faltou “Alright”. Fiquei até feliz de eles ignorarem o maior hit radiofônico da carreira, é sempre irritante pessoas pedindo uma canção sem parar. O Bis de uma musica – ok, queríamos muito mais – foi “sun hits the sky”. Tão de parabéns os trintões, um show maduro e divertido.

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Mick Quinn.

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Créditos: foto dentro do ônibus e da placa retiradas do Drops MTV RS. Fotos do motorista, do Campari e do Pneu por Tatu. Fotos do show: Divulgação Campari Rock Festival.

por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus