A Vida Mata a Pau

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Carne de Sol II

Achei necessário reescrever o texto publicado alguns dias atrás. Porque, na hora da concepção, algumas coisas foram esquecidas e diversos pontos ficaram soltos. Resultado de uma pressa inexplicável em publicar. Agora, a nova versão, que eu espero que antes de representar vagabundagem temática, seja aceita como um produto da busca pela satisfação plena do leitor.

Ontem foi dia do índio. E infelizmente eu ainda não tenho uma camiseta da Funai e um calçãozinho verde falsificado da adidas pra comemorar em grande estilo. De fato eu pouco tenho o que celebrar, já que desde que a gente sai do jardim da infância algumas destas datas caem no esquecimento.

Entre as esquecidas está também o dia da Arvore. E na nossa infância querida, nada pode ser mais movimentado do que o plantio da palmeira no pátio da escola. Claro que a tarefa ficava com os professores, já que sequer força para erguer a pá de jardim tínhamos. Nosso prêmio de consolação era plantar feijões em copinhos plásticos. Era ótimo, mesmo com a curta vida da plantinha. Ela morria tão rápido que nem mesmo dava tempo de perceber que feijão não é árvore.

Assim como a muda, a gente cresce, e fica cego para algumas comemorações do calendário e pro tatu-bola. E ele continua lá, denunciando que os brasileiros estão cada vez mais longe da terra. Tão longe que um deles foi pro espaço. Paradoxalmente com um objetivo: plantar feijões.

E por esse feito sensacional, em breve, nossos filhos vão comemorar o Dia do Astronauta. Talvez com capacetes de cartolina, talvez com feijões dentro de aquários. Tudo para ninguém vai lembrar que ele foi de carona pro espaço, ou que nos últimos anos a autonomia aeroespacial tupiniquim andou para trás, com a morte 20 astrônomos na explosão em Alcântara.

Mesmo assim, há quem vibre com o Astronauta Brasileiro. Para mim, nosso maior feito cósmico continua sendo o dia em que a sonda Patfinder assistiu o nascer do sol em Marte ao som de “coisinha tão bonitinha do pai”, por lobby de uma brasileira que trabalha na NASA.

O resto é indiada espacial. Só entraremos de vez no terceiro milênio o dia em que uma nave espacial nossa usar o braço mecânico para fazer uma banana para todos os argentinos de uma vez só. Enquanto isso, não me venham com patriotismo comprado, que eu vou apenas fechar minha casca de tatu-bola e me afundar mais na terra da indiferença.

por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus