A Vida Mata a Pau

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Menezes babão

A norma de conduta em uma festa condena duas atitudes frente ao homossexualismo. A primeira é mostrar agressividade (absurdo completo) ou repulsa desnecessária e o seu oposto: a babação.

Nada pode ser mais lamentável do que rapazes olhando embasbacados para duas mulheres se agarrando em lugares publicos, mesmo quando atrair atenção é o objetivo delas. Essa postura banaliza o lésbian chic, invade a privacidade das moças e, principalmente, é muito constrangedor.

Eis que aconteceu comigo, que busco um equilíbrio natural na questão, de passar por um babão destes de forma acidental. E foi lamentável e horrível. Ou seja, a situação ideal para relatar em um blog.

Estava eu sem querer mais nada da festa, parado com a cara justa de quem não quer nada mesmo esperando sabe lá o que pelas cinco da manhã em um bar onde tudo que tinha que acontecer já tinha acontecido. Nesse quase blasé, me amanso em um cantinho para curtir a música, certo que a minha amornada junto a parede não será interrompida por bêbados chato.

Aproveitando a mesma obscuridade do lugarejo que eu cavoquei dentro do recinto, uma garota se aproxima. Ou melhor, duas garotas. Uma delas havia sido apresentada a mim mais cedo, em um papo divertido e curto, como tinha de ser. Contato visual, mexidinha de cabeça dos dois lado e repouso das mentes. Afirmação da boa educação é sempre válida.

Olha para o outro lado, para evitar mais socialização. “Se fosse pra socializar que o tivesse feito antes, rapariga, agora já era”. Volto com a cabeça depois de 10 segundos e um olho brilha do outro lado. Era um feixe de luz intruso na penumbra, até então inédito, incidindo na cara da minha quase-conhecida. Não tinha como não olhar o que estava sendo iluminado.

Nesse ínterim, de menos de um segundo, a outra gata-morna a beija, enquanto a numero um fecha lentamente os olhos que me miravam.

E a sensação foi muito desagradável. Eu ali, com a inevitável cara de tacho pensando que ela certamente pensava que eu era um babão. E deve pensar mesmo. Ainda bem que ela não gosta de homem.

por Menezes - 5 minute não-design de Gabriel - um blog insanus